Olhar de cobra

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    Outros lagartos vieram, esses eram mais magros e usavam armaduras prateadas e sujas, eles arrastaram-na para fora do local e Isis pode ver se tratar de um enorme castelo que parecia uma raiz de árvore,  aquilo devia ter pelo menos sete metros de altura,provavelmente mais. Era coberto de musgo porém era muito bonito e assustador, abaixo uma ponte guiava eles para o que parecia uma cidade, eram muitos deles, incontáveis répteis de todas as espécies andando e agindo como humanos. 

    Os guardas esconderam-na melhor no tecido branco e colocaram ela em uma carruagem, de madeira que mais parecia outra gaiola. Trancaram ela ali e em pouco tempo o local se moveu, ela olhou pela pequena janela e depois se sentou no chão daquele local escuro, se encolheu começando a rezar para que seu avô não quisesse saber nada além do que encontraria na montanha. Pensou em Pedro, pobre garoto e também lembrou da moça chamada Grazie, que  provavelmente estava a caminho de outro local como ela, e que talvez nunca mais fossem se encontrar.

    O caminho foi muito rápido e silencioso, Isis havia cochilado por uns minutos antes de alguém abrir a porta e sorrir para ela, uma cobra humanóide sem pernas ofereceu-lhe a mão e quando ela demorou a corresponder o ser a puxou sem paciência, Isis achava que se tratava de uma mulher já que usava um vestido e tinha o que pareciam ser enormes seios cobertos pela roupa branca. 

    —Pobrezinha, esses lagartos não sabem tratar uma dama—Ela dizia puxando Isis para dentro de uma pequena casa escondida nas pedras de uma caverna, parecia uma casa de anões —é uma pena que não possa me entender...

    —Eu posso —Isis sussurrou temerosa, e sentiu a pele onde Sly colocará o falante arder—aí...

    —E não é que pode mesmo!—A cobra olhou-a curiosa—achei que humanos não soubessem língua alguma além da deles.

    —E-eu sou diferente...

    —Eu vejo—Ela riu espalhafatosa deixando Isis sentada em uma cadeira—qual é o seu nome?

    —Isis.

    —Que horrível—Zombou puxando uma enorme banheira para o meio da sala, elas estavam num local meio vazio, e tudo era novamente de madeira e cheirava a algo parecido com mofo—sou Zaxw. 

    —Que... Horrível...—Comentou vagamente a fazendo rir de novo.

    —Sabe por quê está aqui Isis?

    —Não...—Isis tremeu ao se lembrar de tudo engolindo o choro,escondeu o rosto nas vestes observando Zaxw espalhar algumas plantas dentro da banheira com água, vapor subia mostrando que a água estava quente. 

    —O rei dos Reptilia escolheu você para fechar uma aliança com o rei da raça Lupus—Zaxw a conduziu da cadeira para dentro da banheira tirando sua capa—O que ouve com seu ombro? Marcação?

    —Tentaram me devorar, mas a princesa me ajudou—Mentiu com convicção, sentindo a mulher cobra a enfiar na água sem muita paciência.

    —A princesa cuniculos? Que ser nojento—A boca de Zaxw salivava, ela tinha duas enormes presas de cobra mas o restante da boca parecia desdentada, a lingua fina saia de cinco em cinco minutos—eu amava devora-los sem medo, agora tenho que ir no mercado negro.

    —Os humanos... Vocês comem muito?— Isis se arrependeu de perguntar aquilo,os olhos fendados a fitaram com malícia o que deixou o corpo da garota quente assim como a água.

    —Eu nunca comi um humano vivo, são muito caros, mas já provei de sua carne,não somos os únicos reptilia existem outros que têm permissão para sair do planeta esses trazem alguns humanos às vezes, são eles que comem vocês—As mãos pegajosas e verdes se meteram dentro da água, suas garras eram enormes e fizeram Isis tremer—dizem que quando são devorados em momentos de êxtase o efeito é como uma droga—o dedo indicador tocou de leve a intimidade de Isis, o que causou um choque na garota que se encolheu fazendo o ser se animar em tocá-la—você é um belo presente, grande e bem carnudo— Isis havia saído com muitos homens na terra e às vezes até mulheres, mas aquilo era diferente aquele ser era tão assustador,era um toque gélido e maldoso.

    —P-pare por favor —Isis tentou falar, estava amedrontada, aquele ser monstruoso passava a mão em seu corpo a fazendo ter nojo de si mesma, seus pelos estavam arrepiados e ela queria gritar por ajuda, mas quem viria? E se os guardas se juntassem à brincadeira macabra seriam mais monstros para estuprá-la—por favor...

    —Oh, você fica bem implorando—Os olhos de Zaxw brilharam de excitação—Eu não posso devorar você,mas me deixe brincar um pouquinho.

    As mãos enormes agarraram-lhe os seios apertando-os dolorosamente o que fez Isis gemer de dor, isso divertia o ser a sua frente que deslizou para dentro da enorme banheira se entocado dentro da água morna analisando o corpo da garota, não era desejo sexual era como um leão olha sua presa antes de atacar, e isso deixava Isis imóvel em choque. A sensação de alguém sobre si voltou  a sua cabeça, pessoas acorrentadas, alguém morto a olhando e o sangue pintando o chão, esse era o destino dela se não colaborasse, a voz de Grazie  soou em sua cabeça, talvez o rei Lúpus não a devore se ela for uma boa garota.

    —Oh, que gosto...—O ser lambeu seus seios a fazendo tremer de nojo—é o gosto do medo…

  O corpo do ser era escorregadio e assombroso, como uma cobra gigante pressionando sua parte íntima e seu corpo, fazendo seu estômago revirar. 

    —Zaxw!— Alguém bateu forte na porta- vai logo com isso, não temos tempo para suas safadezas!

    —A que pena—Zaxw massageou a intimidade de Isis com luxúria nos olhos—eu realmente queria um pedaço seu, mas você vai ficar toda para aquele cachorro fedido.

—Por favor... Me deixe ir—Isis implorou derramando algumas lágrimas que levaram a cobra a uma explosão de risos.

    Ela saiu da banheira sem pressa alguma e puxou Isis dali, a secou rapidamente e a enfiou em um vestido vermelho e apertado, deu a ela uma nova capa e a empurrou para a porta.

    —A refeição está limpa e pronta— Zaxw riu abrindo a porta para Isis sair,  os  guardas a guiaram para a carruagem—tchau Isis, foi um prazer.

    —Essa cobra... Francamente—Um deles riu.

    —Fala sério, ela é tão apetitosa—o outro comentou trancando Isis. 

    —Hey cara, o último lagarto que se deitou com ela virou churrasco, é uma maluca, não sei como o rei manda mercadorias para cá, sempre saem faltando um pedaço,certeza que ela queria um pedacinho da humana...

    —Nada que eu não quisesse fazer também!— Brincou o outro antes da carruagem começar a se mover e eles começarem a rir.

Lupus - A aliança de sangue (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora