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Minatozaki Sana

Segunda de manhã, Tzuyu olhou para mim como se eu tivesse duas cabeças.

— Vamos fazer o quê?

Suspirei, dobrando meu papel e colocando-o no balcão.

— Eu não queria parecer muito ansiosa, então disse a Lisa que você e eu tínhamos um compromisso nesta manhã. Ela achou que era para ir ao cartório, e não a corrigi.

Ela pegou nossos pratos e os levou à pia. Tinha de admitir que ela era muito boa cozinheira. Não conseguia me lembrar da última vez que havia tomado café da manhã em casa e que não saísse de uma caixa.

No dia anterior, ela pegou seu carro para ir a alguns “compromissos” e, quando voltou, precisou fazer duas viagens comigo para trazer tudo que ela havia comprado no mercado. Achei que ela fosse louca, mas estava equivocada. O jantar foi um frango delicioso e seus ovos mexidos de hoje estavam maravilhosos. Assim como seu café. Aprovei totalmente a compra da nova cafeteira.

Ela se encostou na pia, esfregando o rosto.

— Você pode deixá-la pensar assim, mas não precisamos fazer isso de verdade.

Balancei minha cabeça.

— Não. Vamos, sim. Quero a papelada. Não precisamos nos casar, só ter a permissão.

— Sana...

Ergui o cheque que havia preenchido.

— Considere uma troca justa por minha doação. — Arqueei minha sobrancelha para ela. — Minha doação muito generosa.

Ela teve a ousadia de parecer envergonhada.

— Eu te disse, não fazia ideia do quanto alguém como você consideraria generoso. Quando Jennie falou disso, uma das mulheres foi um pouco maldosa e disse que não consideraria nada menos que um milhão uma quantia generosa. — Ela deu de ombros. — Quando vi o que estava dizendo, já tinha falado que você doara dez milhões. Isso certamente calou a boca dela.

— Aposto que sim. E está tudo bem. Exceto que você me deve, então vou ter uma permissão de casamento verdadeira e falsa.

Ela colocou o café na pia.

— Certo. Vou me arrumar.

Ela passou por mim e, porque ela me fez querer irritá-la, segurei seu punho e a fiz sentar no meu colo. Ela arfou, empurrando-me, e eu ri devido ao seu esforço inútil.

— Quer que eu coce suas costas?

— Não!

— Vou fazer outra doação.

Ela acotovelou minhas costelas, fazendo-me soltá-la, e tropeçou ao se levantar.

— Cuidado, Sana, ou levarei você comigo para o abrigo e mandarei castrá-la!

Gargalhei pela indignação dela, deixando-a que se afastasse, resmungando baixinho. Eu não tinha a mínima noção do motivo de ter gostado de seu insulto — mas gostei.

X

Lisa me cumprimentou, dizendo para me sentar em sua mesa particular de reunião. Seu escritório, como o restante do prédio, era de uma riqueza discreta. A mobília era da melhor qualidade; a decoração, bonita e elegante. Mais prêmios e versões menores de vencedores de campanha preenchiam a prateleira que tomava toda a parede. A necessidade de ter uma campanha minha ali queimava dentro de mim.

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