II

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Capítulo para o meu doce carolfckyou espero que você goste!

Comentem!!

(...)

Wednesday não o procurou no dia anterior, e Enid sabe que ela não fará isso sozinha. Então ela se levanta no dia seguinte, assim que o sol se põe no céu, e planeja encurralá-la. Ela toma banho primeiro, veste seu moletom mais confortável porque tem a sensação de que Wednesday vai gritar com ela, e ela prefere ficar confortável quando gritam.

Ninguém mais acordou ainda, sem surpresa. Divina dorme até tarde, e as palavras de Wednesday na noite passada sem dúvida deixaram Yoko de mau humor, o que significa que ela provavelmente ficará de mau humor em seu quarto pela próxima semana. Enid sempre se levanta primeiro e odeia isso. A casa fica assustadora ao entardecer, quando ela é a única acordada. As tábuas do assoalho rangem e nenhuma das luzes está acesa. Os anos que ela passou morando aqui ainda não fizeram aquela sensação desconfortável desaparecer enquanto ela caminha pelo corredor escuro com os pés de meia, mas ela tem a sensação de que nenhuma quantidade de tempo mudará esse sentimento.

Não que ela realmente tenha algo com que se preocupar, ela racionaliza. Ela vive com o tipo de criatura que mantém a maioria das pessoas acordada à noite, e ela gosta muito das três.

Mas se o corredor de Enid a faz estremecer, o de Wednesday faz seu coração martelar no peito. O sótão sempre foi o pior, sempre pareceu o mais assustador. É mais parecido com uma caverna do que qualquer coisa, com a maneira como Wednesday cobriu cada uma das janelas com grandes pinturas a óleo. O som ricocheteia nas paredes sem ter como escapar, e está escuro como breu.

O chão geme embaixo dela e Enid quase pula com o som. Ela revira os olhos para si mesma e estende a mão ao longo da parede para a maçaneta do quarto de Wednesday, e então passa o minuto seguinte procurando o interruptor de luz.

O quarto de Wednesday mal ilumina. A luz da luminária é fraca, mal iluminando o espaço. Enid sempre se perguntou por que Wednesday gosta assim, mas ela nunca perguntou.

Claro, Wednesday ainda está dormindo em sua cama de dossel, edredons cor de vinho puxados até o queixo. Sua pele parece ainda mais pálida na penumbra, seus cílios se espalham por suas bochechas como manchas de tinta preta. Wednesday sempre parece muito mais suave quando dorme, com o cabelo solto em volta do travesseiro e os lábios entreabertos. Quando não há aquela rigidez em sua boca, e seus olhos não são fendas pretas estreitas, ela parece muito mais jovem. Mas suas maçãs do rosto ainda são nítidas, de alguma forma conseguindo ser irregular e perigoso mesmo em seu estado mais suave.

— Wednesday. — Enid Enid. Ela estende a mão, balançando suavemente o ombro da menor.

Wednesday suspira e se enrola em si mesma, enfiando a cabeça no cobertor. — Vá embora.

— Acorde. — Pede. Ela sacode o corpo um pouco mais forte.— Eu disse para você vir me ver ontem.

Os olhos de Wednesday se abrem e ela solta um silvo desumano, todos os dentes afiados e os olhos da cor do carvão. Enid bufa para ela por isso.

— Você não me assusta. — Afirma Enid, mas ela meio que me assusta. Apenas Enid está acostumada com isso, acostumada com os chiados de Wednesday pela manhã. — Levantar.

— Saia. — Adverte Wednesday. — Eu juro que vou...

— Você vai  o quê ? — Enid pergunta. — Sibilar para mim um pouco mais? Mostrar suas presas de novo? Sinto muito, Wednesday, mas você está toda latindo e não...

Lover Dearest | Versão Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora