IV

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Não xinguem tanto a coitada da Wed aqui, ok? KKKKKK

(...)

Wednesday não está lá quando Enid acorda, mas Divina está. Enid abre os olhos, encontrando um par de olhos azuis enquanto alguém sacode seu ombro com força. Ela entra em pânico por um momento, coração batendo forte, respiração curta, mas então a risada de Divina enche seu quarto e ela se acalma mais uma vez.

— Nid, acorde. — Divina choraminga. — Sério, estou entediada. Nada divertido para fazer por aqui. Yoko está deprimida, Bianca e Wednesday estão fora...

— Wednesday saiu?

Divina assente. — Com Bianca. Duas delas nunca me convidam. Não é justo.

Enid franze a testa com esta informação. — Eu pensei que elas se odiassem. Por que elas sairiam juntas?

— Elas não se odeiam.— Divina parece honestamente surpresa com a afirmação de que sim. — Elas são melhores amigas, Enid.

— Elas o quê?

— Bem, elas  eram. — Divina corrige. — Até você aparecer, pelo menos. Elas aprontam alguma merda séria, as duas. Tipo, Yoko e Bianca têm toda essa merda de 'estamos apaixonadas', mas Wednesday e Bianca são mais próximas do que o resto nós. Parceiras no crime.

Isso não faz sentido para Enid. De forma alguma. — Tudo o que elas fizeram foi lutar desde que ela voltou. — Ressalta Enid. — Verbalmente  e  fisicamente.

— Isso é culpa sua, no entanto. — Diz Divina. — Se você não estivesse aqui, isso não teria acontecido. Mas Wednesday é protetora, e Bianca é uma merdinha quando se trata de foder com humanos. Acho que é isso que faz Bianca te odiar ainda mais, sabe? Você foi e roubou sua melhor amiga dela.— Divina boceja. — Quer me ensinar a jogar aquele jogo de novo?  Grand Theft Vehicle ?"

— Auto. — Enid corrige. — Grande Theft Auto.

— Tanto faz. — Diz Divina. — Eu quero atropelar as pessoas.

Enid balança a cabeça com carinho e sai da cama, se espreguiçando. Ela pega o controle do PS4 e liga o console, entregando-o para Divina, que está sentada de pernas cruzadas na cama, a língua presa entre os dentes como se estivesse se concentrando profundamente, mesmo que o sistema ainda não tenha iniciado totalmente.

— Como faço para sacar minha arma de novo? — Divina pergunta. Enid se inclina e aperta o botão. — Certo. Como eu me movo?

— Com isso. — Diz Enid, apontando para o botão. — E é assim que você muda para onde está olhando.

— Certo. — Divina acena com a cabeça e olha de volta para a tela. — Estou aprendendo. Eu não tinha essa merda quando tinha sua idade, ok.

— Você tem a minha idade. — Divina aponta. — Ou você parece, de qualquer maneira.

Divina bufa. — Eu não tenho a sua idade há, tipo, oitenta anos.

Os olhos de Enid se arregalam. — Seriamente? — Isso é o mais próximo que ela já chegou de uma resposta real para essa pergunta.

— Mais ou menos. — Diz Divina com um encolher de ombros. — 1903? Acho que foi quando eu nasci. Não sei. Sou péssima com datas.

Enid mastiga o interior do lábio. Ela tem tantas perguntas, mas quais ela pode fazer sem Divina desligar e ignorar? Mas ela nunca teve uma chance como esta antes. Toda vez que ela toca no assunto, todos apenas acenam para ela, então ela tem que pelo menos  tentar. — Como isso aconteceu? Quero dizer, como você ficou assim?

Lover Dearest | Versão Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora