Cap 13

1K 105 38
                                        

Logo após Ghoti sair da casa me deixei afundar no travesseiro o cheiro era muito familiar ao de Soluço. Meu corpo estava pesado, como se uma ovelha estivesse em cima de mim. 


Que frustrante, não poder sair me deixa inquieta.

De todos os castigos possíveis para uma pessoa aventureira, o pior deles é manda-la ficar parada por mais de vinte minutos.

Pelo ou menos não estou sozinha. Olhei para Soluço que dormia tranquilo, apoiado na cama. Enquanto o observava um pensamento me incomodou. Será que ele foi alimentar o Banguela?

Pronto, isso foi o suficiente para me deixar nervosa. Não posso perguntar para ele sobre nossa bola de escamas simpática. Ele está dormindo e parece cansado não me sinto no direito de fazer isso com ele.

Se eu deixar um bilhete dizendo aonde fui e que volto logo ele com certeza ficará mais tranquilo, certo?

De forma vagarosa me levantei e depositei um beijo em seus macios cabelos. Escrevi um pequeno bilhete deixando-o em cima da cama.

Peguei a maior cesta que possuía para armazenar os peixes e sai, silenciosamente, da cabana. Se não me engano, existe um lago por aqui com muitas opções de peixes, será mais demorado porém é bem mais seguro do que ir pegar peixes no mesmo local que todos os outros vão. As chances de me perguntarem para quê tantos peixes são altas.

Após uma boa meia hora capturando alguns peixes me dei por satisfeita.

- É o bastante!

Comecei a ir em direção da clareira em que o Banguela se encontrava, nada melhor do que uma boa caminhada. Não tenho muito tempo de Sol então devo ser rápida.

Por Odin! Acho que era mais fácil usar o caminho longo do que esse! Nunca vi uma trilha tão tortuosa, no final, se analisasse bem eu teria percebido por causa da quantidade de obstáculos que teria gasto o mesmo de energia se eu fosse pelo caminho normal.

Não gosto disso, claro, como qualquer ser humano tenho minhas limitações, mas isso me irrita! Enquanto pensava no quanto eu deveria parecer estupida agora meu pé se prendeu em uma fissura.

- AGH!! - Sério isso? Puxei com delicadeza o meu pé. Não havia machucado só rasgou um pouco a minha roupa. Dá para consertar, honestamente sou péssima em costura então vou pedir um favor a mãe da Astrid.

Andei por mais um cinco minutos até encontrar a passagem para o esconderijo do Banguela. Nem foi tão difícil... acho melhor eu parar de mentir.

- Banguela? -Chamei o dragão. 

- Ui! Ah, ai esta você. Aqui trouxe alguns peixes, espero que sejam do seu agrado. - Banguela se mostrou quando sentiu o cheiro de peixe.

- Você é bem interesseiro, não é?

Sorri pondo os peixes no chão. Suas escamas estavam muito brilhantes hoje também.
Comecei a fazer carinho na majestosa criatura a minha frente. Quem diria que eu estaria acariciando um Fúria da Noite?

Imagine SoluçoOnde histórias criam vida. Descubra agora