Cap 9

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POV SN

- Ei, ainda está brava? - Astrid seguia-me e tentava conversar comigo de alguma forma.

- Hum, com o que? - Finalmente lhe dei alguma atenção. Observei as crianças correndo pela aldeia, fingindo caçar um dragão. Se elas sequer soubessem como a sensação de privar alguém de viver é ruim, certeza que não o fariam.

- Não sei, de repente você ficou irritada comigo. Eu não devia ter sido rude com você aquela hora. - Ela seguiu meu olhar por um momento.

- O problema não é você, Astrid. - A lembrança de Soluço e ela tão próximos um do outro fez meu sangue ferver, não devia me afetar tanto afinal eles não se agarraram de propósito. Por isso estou tentando me livrar dessa sensação a qual me persegue.

- Sendo assim venha falar comigo quando tiver vontade. - Ela disse incomodada.

Adentrei minha casa me jogando na cama sentindo meu corpo rígido, eu preciso de um banho. Banhos sempre me relaxaram e faziam com que eu pensasse melhor, comecei a retirar minhas roupas indo em direção ao banheiro.
Quando terminei de banhar-me coloquei um vestido o qual sequer lembrava que possuía e andei a até meu cantinho de pensamentos, onde tudo que eu mais gostava ficava.

Olhando distraidamente para a bagunça presente na minha mesa, algo chamou minha atenção. Uma cítara que minha mãe costumava usar, pelo ou menos foi o que Bocão me disse.

Jogada assim a relento sequer parece que eu tenho apego a ela.

Me movi pegando o instrumento dedilhando uma melodia qualquer, eu não lembro de muita coisa da minha infância, a única memória clara que tenho deles foi no dia que os perdi.

O pavor em seus rostos.

Minha boca moveu-se sussurrando a música que Bocão me ensinou.

Entre as páginas do tempo, guardo o que vivemos,
Lembranças dançam suaves como folhas ao vento.
Cada instante é um eco, cada riso um segredo,
Memórias são tesouros, no coração escondido.

Uma batida foi desferida em minha porta. Não queria atender, precisava ficar sozinha.

- Sn? - A voz me fez levantar  relutante, posiciono a cítara novamente na mesa esgueirando-me até a porta.

- O que você quer Haddock? - Eu sabia que era ele quando ouvi sua voz e isso me estressou mais ainda.

- Eu queria saber se você gostaria de ir comigo ver o Fúria da Noite.

Silêncio, eu não estava bem emocionalmente, seu eu fosse iria trata-lo mal, com certeza.

- Se não quiser ir eu vou entender.

Algo em meu interior dizia para ir, ele vai chamar Astrid se eu recusar?!

Bati a cabeça com força na porta. O QUE HÁ DE ERRADO COMIGO!

-SN?! Você tá bem?

- Espere um minuto já estou indo.

Abri a porta bruscamente não deixando ele responder, minha mente simplesmente estalou, apenas agora vendo-o novamente eu pude entender o que se passava comigo.

EU ESTAVA COM CIÚMES DO SOLUÇO HADDOCK!!

Você, Sn é uma completa de uma idiota...

Uma vontade avassaladora de gritar consumiu meu ser, como vou encarar esse garoto agora sem parecer um tomate?

Sai de casa apenas para entrar novamente.

Desajeitadamente recolhi um caderno, lápis e comida caso fosse necessário, nãp acredito que cogitei sair daqui despreparada. Hesitantemente encostei a mão na porta.

Vou perder meu juízo por causa desse moleque.

Toma aí um capítulo reescrito pra vocês!

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