desempatia linguística

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É incrível o quanto a língua é limitante e tanto por isso ate sufocante diria, como se nos colocasse numa guilhotina de nossos próprios sentimentos. Tantas combinações e nossa língua sendo uma das mais diversas, mas com tão pouco coração.
"Amor: 1. forte afeição por outra pessoa nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.
2. Atração baseada no afeto sexual." Acabei de procurar, isto estava escrito em meu dicionário. Uma palavra, histórias, tantas histórias, todas estas empurradas ao máximo para se encaixar dentro de uma caixa de generalização e palavras, e esta que quase explodindo, depois de tanto tempo com o amor dentro de si, começou a senti-lo, e chega a mesma conclusão, do quão ridícula está dialeto é. Amor, paterno e materno e de amigos e carnal e romantico e o vazio e o pleno enfim, deu para entender. Enquanto já os gregos tinham sete palavras, mas essa conversa é para outra hora.
Ao mesmo tempo escuto dizeres de pessoas sobre ódio ser uma palavra muito forte, mas nunca sobre o próprio amor. Que diria que até mais forte, move montanhas, mares e até planetas. Amor que cava buracos que não conseguem ser tampados, que desola e desatina. Sempre usado sem importância numa carta comprada no supermercado que diz feliz aniversário. Ou usado por um buque mentiroso que busca destilar segundas e terceiras intenções.
Mesmo assim, toda essa falta de importância do amor condiz com a sociedade, onde por todo lugar há ódio.
Mas o que eu acho engraçado e que essa língua da qual tanto que reclamo é a que tanto me apego para escrever textos como esse.

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