CAPÍTULO 10

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JOSH BEAUCHAMPNew York

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JOSH BEAUCHAMP
New York

Depois de algumas taças de vinho que nos levou a esvaziar a segunda garrafa, Any adormeceu no estofado do iate com a cabeça encostada em meu ombro. Eu segurei sua cabeça com uma mão e me levantei, ainda a segurando, e a peguei em meus braços. A noite está fria, então não demoro para levá-la para o pequeno quarto que há no iate.

Empurrando a porta com o pé, a porta se abre e eu adentro e logo deito Any sobre a cama e a cubro com o cobertor grosso. Ela se remexe, rolando para o lado da parede. Eu coloco a mão antes que ela bata com a testa, seu vestido parece desconfortável e eu fico hesitante sobre tirá-lo ou não.

Não queria ser desrespeitoso de alguma forma, sabendo que ela nem de sutiã está por debaixo da blusa 'tomara que caia' do vestido.

Decido ir arrumar a bagunça que ficou sobre a mesa. Levo a louça suja para a pia da pequena área de cozinha, lavo e depois jogo o lixo na lixeira. Vou para o banheiro, lavo minhas mãos e rosto.

Desligo a luz do lugar e me deito ao lado de Any. Entrando debaixo do cobertor que hoje teremos que dividir. Desabotoou os primeiros botões da blusa social e me viro, ficando de cara com os cabelos sedosos de Any que sobre suas costas.

Seu cabelo cheira a côco, como todos aqueles produtos e óleo que ela usa quase todo santo dia para manter os cachos arrumados. Perdido em seu bom cheiro, toquei os cachos e os senti na ponta dos dedos. Estão muito melhor que os meus, acho que devo começar a pedir dicas sobre como manter os cachos alinhados e cheirosos como o dela.

Any é muito vaidosa, nunca deixa seus cuidados pessoais atrasarem e vive comprando tudo o que lhe agrada. Não tem como julgá-la, ela trabalha duro para ter o que quer e nunca pediu nada para mim, mesmo eu sempre a oferecendo meu cartão sem limites. Ela é uma jovem mulher independente.

Eu tenho orgulho disso, conheço Any muito antes do que ela pensa. Eu a vi quando ela ainda era um bebê e eu uma criança de onze anos. Minha memória episódica me permiti recordar de forma clara os eventos mais marcantes.

Lembro deste dia perfeitamente, quando meu pai conseguiu me pegar para ficar comigo por um final de semana e nós fomos visitar seus amigos, a família Battaglia. Tinha uma pequena comemoração de dez meses de Any. Lembro dela engatinhando na grama do jardim, vindo em minha direção e eu incentivando ela.

Lembro do sorriso de poucos dentinhos e os olhos grandes e brilhantes. Ela sempre fora radiante.

Depois daquele final de semana demorei cincos anos até rever meu pai, pois minha mãe tinha conseguido manter ele longe perante a lei, sendo que ele nunca fez nada errado. Mas tudo o que ela queria era mais dinheiro dele. Ela usou meu bem estar para conseguir o que queria. Ela me usou de muitas formas.

𝗨𝗠 𝗢𝗖𝗘𝗔𝗡𝗢 𝗘𝗡𝗧𝗥𝗘 𝗡𝗢́𝗦 | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora