Jealous boy [MATCHABLOSSOM]

5. Peppers

"Hands on your knees, I'm Angelina Jolie"

★

— Você vai falar para a gente quem era aquele agora! — Reki berra.

Eu quero morrer.

E eu desejo muito, muito mesmo, ser capaz de ignorar a maneira como Joe me fuzila incansavelmente.

Mas é impossível.

Suas sobrancelhas arqueadas, adicionando a expressão intrigada, era de enlouquecer qualquer um.

Sua feição dizia claramente: que porra foi essa?

— Sem perguntas. Vamos resolver esse negócio do Reki primeiro. — Abro passagem para que eles possam entrar em minha residência.

— Mas Cherry! O que foi... — Antes que Reki pudesse terminar de falar, Langa faz o esforço de impedir o ruivo.

— Cherry, acho que eu e o Reki já vamos indo. — Langa me lança um olhar solidário. Ele já deve ter percebido que aquele não era o melhor momento para conversar. — Nós voltamos em outra hora.

— O que?! Mas eu... — quando me dou conta, Reki está sendo arrastado por Langa.

Eventualmente, fica apenas eu e Joe.  Completamente sozinhos.

Antes de qualquer coisa, me prontifico em entrar na minha casa e Joe me acompanha. Enquanto caminho para a sala, Joe abre a boca.

Ele parece querer respostas.

Mas por que?

— Gatinho? — Ele não perde tempo. — Sério, Cherry? Tu tá apaixonado por aquele tribufu?

Tenho que respirar muito fundo para não esmurrar imediatamente a cara feiosa dele.

— Tribufu é a sua bunda! — Exclamo, irritado. — Ele é uma graça, diferente de certas pessoas.

Faço questão de minha indireta parecer a mais direta possível.

Ele bufa, que nem uma criança, impaciente.

— Graça? — Sua voz ecoa tão incrédula que chega ao ponto de se afinar. — Puta que pariu, a situação tá séria mesmo para você achar aquele feioso uma graça.

Ele revira os olhos quando fala graça, em puro deboche.

Meu Deus. Como pode?

— Escuta aqui, eu não dou a mínima se você acha ele bonito ou não. Mas ele me trata bem e me deu uma noite maravilhosa, então eu não tenho que me importar com opinião alheia.

Sua expressão se contorce em pura incredulidade. Ele, de supetão, agarra meu braço, agitado.

— Você transou com ele? — Ele berra, quase que em choque.

— Menino, fala baixo! Os vizinhos vão escutar!

Sou rápido em cobrir sua boca com minhas mãos, antes que algum outro absurdo saia dela com uma sonoridade estrondosa. Contudo, ele agarra meus pulsos, libertando seus lábios de meu aperto.

— Cherry, por favor, não me diga que tu deixou aquele horroroso te tocar! — Sussurra furiosamente.

Eu reviro os olhos. A impaciência fazendo questão de me consumir cada vez mais.

— Você quer saber de uma coisa? Eu deixei! — Dessa vez, sou eu quem não faço questão em medir meus palavrões. — E ele fode bem para caralho!

Ele abre a boca, espantado.