Jealous boy [MATCHABLOSSOM]

8. Epílogo

"I will love you till the end of times"
— Blue Jeans

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Eu estou, mais uma vez, no restaurante de Kojiro, junto com Langa, Reki e ele próprio. Sentados numa mesa no fundos do restaurante, estávamos todos aproveitando esse tempo livre para discutir sobre a estratégia que Reki tentou me explicar no último domingo, antes de sermos interrompidos por Hiroshi. Joe, sem perder a oportunidade, de vez em quando comentava sobre o assunto para complementar a discussão. Dessa vez, não há nenhum encontro com uma tal de Lisa.

O restaurante estava vazio, contando com a presença apenas do nosso quarteto, dado o horário tarde de uma quinta-feira.

— Alguém tá com sede? — Pergunta Joe.

— Traga uma coquinha gelada pra nós, Joe. Eu imploro. — Reki une as mãos, como se estivesse orando. Seus lábios se contorcem num bico. Langa ri e concorda com o pedido.

— Na hora, meus queridos. — Sorri. — Vai querer o que, Kaoru?

— Pode ser uma água, por favor.

— Ta bom. Volto já!

Kojiro se retira rapidamente para a cozinha, enquanto Reki e Langa continuam a discussão.

Até que chegam no tópico que todo adolescente gosta de falar.

— Mas e aí, Cherry. Tu tá de namorico? — Ele pergunta, exibindo um sorriso sugestivo. Suas sobrancelhas sobem e descem.

Mal comecei meu namoro com o Kojiro e eles já estão sabendo?!

— Como assim?

— Aquele caba que parece o Jack Frost. Ele te beijou na nossa frente, e saiu que nem um doido naquela moto. — Reki disse com convicção.

— Só se for Jack Frost de Setealém.— Kojiro chegou com uma bandeja e nossas bebidas. Ele foi distribuindo os copos, a Coca Cola de latinha e minha água na mesa.

— Olha, só porque eu fiquei com o cara uma vez, não signifique que a gente namore. — Afirmei, pegando o meu copo.

Os cantos da boca de Kojiro se curvam discretamente, enquanto ele despeja a água mineral em meu copo. Por fim, ele se senta ao meu lado.

Por baixo da mesa, sinto sua mão apertar sutilmente minha coxa.

— O que é Setealém? — Questiona Langa.

— É onde ele mora. — Responde Kojiro. Eu reviro os olhos.

— Afinal de contas, quem era aquele cara? — Reki pergunta, tomando um gole da Coca gelada.

— Hiroshi. Conheci ele no Ensino Médio. — Dou um gole na minha água.— A gente só saiu uma vez. Não tenho interesse algum nele.

— Uma moto daquela e tu não tem interesse? — Indaga Reki, abismado.

— Não é a moto dos outros que eu olho para ter interesse. — Respondo.

Percebo Kojiro me olhando. Ele sorri, divertido.

— Pois é. O que ele olha é bem mais interessante.

Me engasgo com minha água.

— Menino! — Dou um tapa em seu braço. Esse homem não sabe nem disfarçar.

— Ai! — Ri. — E eu tô mentindo?

— Pare de falar essas obscenidades na frente dos meninos! 

Reki e Langa caem na risada, quase se engasgando com a Coca também.

— Vocês parecem que estão casados, sabia? — Repara Langa, controlando a risada.

— Ah, mas a gente está. — Admite Kojiro, exibindo um sorriso enorme. — O Kaoru estava vestido de noiva. Muito lindo.

— Cala a boca. — Digo, engolindo mais um gole de água para cobrir a vermelhidão em meu rosto.

No entanto, por baixo da mesa, eu pego em sua mão, e aperto forte.

Ele sorri, e aperta minha mão de volta.

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