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Chegamos, todos olham para cima é automático é tão grande que não conseguimos ver o final.
Entramos pelas portas laterais da cozinha e lá estava ela, Marta, ela me vê e sorri parece querer me falar algo mas se segura, eu aceno com a mãe e disfarço não quero que percebam que eu a conheço. Ela nos orienta sobre onde colocar cada coisa na cozinha. Eu e Rose abastecemos a geladeira com as garrafas de champanhe, vinho e uísque. Rose vai até o banheiro me deixando só na cozinha. Marta me surpreende com um longo abraço.
— Senti tanto a sua falta Alice - eu retribuo o abraço.
— Eu também minha amiga, muita - digo sincera
Eu a olho e vejo uma lágrima escorrer
— Por favor Marta, não chore, eu estou bem - peço — Graças a você estou bem acolhida na casa de sua prima Maria, um amor igual a você - digo sorrindo tentando não chorar também
— Depois que foi embora as coisas nesta casa não foram as mesmas Alice, você faz muita falta.
— Dominique está seguindo a vida Marta logo Laura viverá também nesta casa - digo, ela parece ficar ainda mais triste
— Aquela mulher não faz o tipo do senhor Dominique eu o conheço ele não a ama.
Antes que eu pudesse dizer algo a respeito Rose está de volta e volto a me concentrar no trabalho.
Ajudo os rapazes a arrumar as mesas e cadeiras pelo jardim, olho para o céu, esta limpo não tem uma nuvem está perfeito o dia para uma festa de noivado.
— Alice por favor venha até aqui - meu chefe pede vou apressada
— sim chefe - digo
— Daqui a uma hora a festa começará mas antes disto leve está bandeja com alguns aperitivos para parte de cima da casa ao quarto principal.
— Quarto principal - gaguejo
— Sim Alice isso mesmo, só deixe lá e volte não tem ninguém na casa por enquanto.
— E para que esta bandeja - questiono, meu chefe parece não gostar
— Para quando o senhor Dominique chegar, pare de perguntas e leve logo, estamos cheios de tarefas Alice por favor colabore
— sim senhor - digo sem ânimo.

Pego a bandeja sobre a bancada da cozinha procuro Rose mas está lá fora ocupada com as toalhas de mesa, não tem jeito terei que ir até lá encima. Respiro fundo no pé da escada e subo cada degrau devagar. E lá está a porta do quarto principal.
Aproximo bato algumas vezes para ter certeza que não tem ninguém no quarto, ninguém responde parece que realmente não tem ninguém, entro cuidadosamente e deixo a bandeja na mesinha ao lado da porta na entrada. E sinto meu coração acelerar quando vejo aquela enorme cama.
Começo ver flash de momentos que passei naquele quarto com Dominique e de como nos amávamos naquela cama, suspiro fundo e começo a percorrer os dedos pela penteadeira onde toda noite eu escovava os cabelos e por último fico em pé na enorme janela. Aquela vista dos campos verdes no horizonte eu amava acordar e ver esta vista deitada sobre o peito de Dominique. Fico ali parada apenas relembrando.

— Eu daria tudo para saber o que está pensando - pulo de susto
— Dominique, que susto! - digo, ele está enrolado apenas com uma toalha no quadril, seu cabelo bagunçado pós banho e seu peito nu a mostra com algumas gotas de água, ele estava no banho, engulo seco. — Eu pensei que não tinha ninguém no quarto - me explico e tento sair do quarto nervosa com a situação mas para sair do quarto preciso passar ao seu lado então apresso o passo.

Ele me puxa pela cintura e uma de suas mãos segura meu rosto me forçando o encarar.
— Eu só vim trazer uma bandeja de aperitivos - explico
— Como consegue ficar sexy até de uniforme - diz com a voz baixa e rouca, meu corpo começa a arder.
— Dom... por favor... - digo sem forças eu estou derretendo em seus braços, o cheiro dele está me embriagando.
— Sabe que fico louco quando me chama assim com essa voz de safada né - ali eu já não sentia minhas pernas eu estava em chamas.

Ele me beija e eu retribuo, nos beijamos feito loucos, ele me aperta com muita vontade eu percorro com as mãos pelo seu cabelo macio.
Que beijo gostoso aquele toque na minha língua, aquele cheiro todo aquele clima eu estava morrendo de saudades e desejo por tudo aquilo de novo. Sinto seu membro rígido e ali meu corpo entra em alerta, afinal o que estou fazendo. Eu o empurro assustada.
— Eu não posso fazer isso onde eu estava com a cabeça.
— Venha cá Alice sei que quer tanto quanto eu - Dominique diz com seus olhos em chamas e o rosto cheio de malícia
— Eu não serei sua amante Dominique - digo firme.
— não negue Alice você ainda sente desejo por mim - ele diz com a voz rouca
— Dominique olhe em volta estamos na festa do seu noivado, se pensa que serei sua amante está enganado, eu não sou esse tipo de mulher - digo furiosa — Eu preciso ir - saio correndo, do corredor  ouço me chamar algumas vezes mas desço o mais rápido que eu posso, corro para o banheiro preciso me recompor.

As pessoas estão chegando, pessoas de alta classe fico encarregada de servir o champanhe. Depois de um tempo lá está ela Laura, radiante usando um vestido amarelo suave com o sorriso largo estampado é nítido que está muito feliz em seguida vejo Dominique trajado de um de seus ternos de grife. Eu o vejo e me escondo através das pessoas com a bandeja na mão e vou servindo fingindo não me importar com a presença deles.
Eu me desviei dos dois o máximo que pude.
— Mamãe olhe só quem está aqui - ouço Laura falar logo atrás de mim, me viro ela está acompanhada de sua mãe.
— Laura eu não a conheço - sua mãe diz confusa
— Conhece sim mamãe, é a mesma do restaurante com Dominique - Debocha, sua mãe coloca a mão sobre a boca parece que agora conseguiu se lembrar
— Garçonete?, o que ela está fazendo aqui filha - a mãe questiona
— O restaurante onde trabalha está recepcionando a festa - Laura diz
— Estão servidas - ofereço champanhe fingindo não ouvir nada que ela acabou de falar sobre mim.
— Filha temos que conversar - a mãe dela a carrega pelo braço para o outro lado da casa, pelo visto sua mãe não gostou da minha presença.

Marcas do Destino (concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora