Eu estava no ponto de ônibus em pé à espera do ônibus, o que eu mais queria naquele momento era chegar em casa a noite foi demais para mim.
Um carro todo preto se aproxima, fico nervosa não consigo ver quem dirige até os vidros são escuros. Para ao meu lado e os vidros descem, meu coração volta a bater descompassado é Dominique no carro. Eu finjo não me importar com sua presença e sigo olhando para o horizonte à espera do ônibus.— Não deveria está a essa hora sozinha na rua - disse sério, não acredito que estou ouvindo isso. Continuo calada.
— pensei que tinha voltado para o Brasil - ele continua, agora eu o encaro não entendo o que quer com essas perguntas.
— Não fui, estou bem aqui na sua frente - digo curta e grossa
— você emagreceu não está se alimentando direito Alice?
— sério isso ! - digo sem paciência e continuo — Dominique meu ônibus está chegando por favor saia com seu carro para não atrapalhar a passagem, há e antes que eu me esqueça diga a sua namorada ou sei lá o que, que ela não precisa fazer queixas de mim no meu trabalho eu não me importo com vocês dois - digo de uma vez só.
Ele parece se zangar e arranca com seu carro em alta velocidade pela avenida consigo ouvir o ronco do motor de longe, não demora e o meu ônibus chega, entro no ônibus aliviada.Mesmo cansada não dormi bem, aquela mulherzinha podia ter arruinado com meu trabalho e Dominique me dizia sempre que não tinha nenhum interesse por ela e lá estavam os dois sorrindo como dois namorados.
Se passaram algumas semanas depois daquela noite parece que tudo voltou ao normal não os vi mais por aqui, melhor assim.
Choveu o dia todo, no restaurante a noite quase não tivemos clientes a chuva não deu trégua.
— Alice quer passar a noite em casa está chovendo muito e minha colega não se importaria se fosse - Rose diz preocupada
— Não precisa Rose, vou para casa eu já estou acostumada em pegar ônibus todas as noites - digo
— É que hoje está chovendo muito
— Não se preocupe eu chegarei bem - digo, ela sorri e nos despedimos e sigo para o ponto de ônibus.
Por sorte o ponto de ônibus é todo coberto então não me molho tanto. Fico no aguardo vejo de instante em instantes o relógio no meu braço e o ônibus está um pouco atrasado. Começo a me preocupar um pouco.
Um carro se aproxima, eu reconheço é o mesmo daquela noite. Dominique abaixa o vidro e diz um pouco alto por causa do barulho da chuva.
— Entre eu te levo em casa - sugere
— Meu ônibus já está a caminho - digo
— Não está não - diz
— como sabe ? - pergunto
— acabei de passar por ele algumas ruas atrás e parece está quebrado, entre está chovendo muito.
Fico ali parada sem saber o que fazer olho para um lado e outro e não tem ninguém nas ruas e a chuva insiste em cair.
— não quer passar a noite neste ponto na chuva não é - Dominique diz, respiro fundo ele tem razão, dou a volta no carro correndo e entro.
— Nossa meus pés estão bem molhados - digo em desabafo, Dominique trava as portas e segue caminho, eu tenho quase certeza que não foi uma boa ideia aceitar esta carona.
Ficamos os primeiros minutos em silêncio, o perfume dele exala dentro do carro, como eu estava morrendo de saudades desse cheiro gostoso, respiro fundo satisfeita.
Dominique entra nas ruas corretas sem precisar me pedir o endereço.— Como sabe onde moro - pergunto
— Eu tenho meus contatos - diz e me encara eu volto a olhar para fora através dos vidros do carro.
— Marta quem lhe contou ? - pergunto
— Não, todos naquela casa são seus cúmplices - diz sério
Ficamos calados mais uma vez.
— Está gostando do seu trabalho? - ele quebra o silêncio
— Sim - digo e continuo — E você e Laura estão bem ?Me arrependo eu não tenho nada ver com a vida dele não deveria ter perguntado, droga.
— Sim acho que sim - diz seco
— hum... que bom... espero que sejam felizes - digo eu não consigo controlar minha língua. Ele sorri fico vermelha.— está com ciúmes ?
— É claro que não - digo firme
— Estamos nos conhecendo é apenas um namorinho - ele solta, sinto um desapontamento.
— estão namorando então... felicidades - digo forçando um riso enquanto eu o encaro dirigindo, nossos olhos se cruzam e eu o desvio não quero que perceba que fiquei triste.Chegamos, agradeço pela carona e antes de tentar descer do carro Dominique segura meu braço com uma de suas mãos, sinto meu corpo se arrepiar com o toque eu o encaro.
— continua linda - ele diz com a voz um pouco rouca
— hum... obrigada... Laura também está linda - digo
— Qual o problema, que eu saiba você e Cristian também se divertiram muito - disse zangado. Sinto meu corpo ferver de raiva puxo meu braço de sua mão.
— Eu não acredito que acredita mesmo nisto, o tempo que vivemos juntos pensei que me conhecia, já ia me esquecendo eu não passo de uma vagabunda barata para você - grito e desço do carro. Bato a porta com mais força que deveria e Dominique sai em alta velocidade através da estrada.Demoro um pouco a adormecer a muito tempo não chorava como está noite, eu tento esquecê-lo mas eu ainda o amo.
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Marcas do Destino (concluído)
RomanceAlice é uma mulher brasileira igual a maioria, trabalha duro para sobreviver, mas uma vez ela se vê em apuros sem emprego mas algo lhe é oferecido, algo que mudará sua vida completamente da água para o vinho. Dominique Gordan um homem escocês, forte...