No final da tarde decidimos ir à praia assistir o pôr do sol antes do jantar.
De mãos dadas andamos pela areia fofa da praia quase que vazia, as ondas batem na areia e as gaivotas voam prontas para repousar, Dominique sugere sentarmos na areia perto o suficiente para sentir a brisa do mar.
— Parece um sonho tudo isso - digo de olhos fechados
— Sim... só que real - Ele diz
Ele parece pensativo olha para o mar seus olhos estão perdidos na grandeza do oceano, eu seguro sua mão, ele me olha e solta um sorriso fraco.
— o que foi amor, está tão caladinho - digo e deito minha cabeça no seu ombro, olho também em direção ao mar, ele respira fundo
— Quando eu tinha por volta dos 9 anos de idade, minha mãe teve mais uma discussão com meu pai, que mais uma noite chegaria bêbado, minha mãe estava farta de tudo aquilo, ela sempre dizia que iria deixá-lo mas o meu pai nunca acreditou, pensou que ela nunca teria coragem de sair daquela casa, mas naquela noite ela estava determinada. — Eu seguro firme sua mão ainda olhando para o mar Dominique continua a contar — Meu pai percebeu que ela realmente iria e ficou transtornado, minha mãe subiu para o meu quarto e pediu que eu a acompanhasse obedeci e descemos, mas não foi tão fácil assim, eu não esqueço daqueles olhos ele parecia um animal quebrou tudo que viu pela frente e falou coisas horríveis para minha mãe, eu vi a faca em sua mão, minha mãe apenas gritava com ele irritada, foi quando eu percebi ele iria usar a faca contra ela, eu me atirei na frente dela eu não podia deixar ele ferir minha mãe, a faca não acertou ela mas toda a lateral do meu rosto.
— Ó céus... - digo perplexa ao saber de como surgiu aquela cicatriz no seu rosto. Ele não me olha seus olhos estão longes e continua
— Minha mãe ficou apavorada em ver meu rosto todo ensanguentado, meu pai tentou culpá-la por aquilo, ela avançou encima dele ele a jogou longe e prometeu que a mataria, mesmo com o rosto dolorido chorando muito corri para o escritório e peguei a sua arma que estava na gaveta, quando retornei assustado com a arma na mão vi meu pai com a mesma faca pronto para esfaquear o peito dela, dei um enorme grito ele se virou e atirei contra a sua cabeça, com um tiro caiu sobre o chão morto, minha mãe só sabia gritar.
— Que horror por isso não gosta de falar sobre eles, eu nunca imaginaria - digo completamente assustada com que acabei de ouvir, ele abaixa a cabeça desapontado.
— ela disse as autoridades que ele se suicidou-se e que eu assustado cai da escada e machuquei meu rosto, minha família tem grande influência e o caso foi encerrado, dois anos depois minha mãe faleceu encima de sua cama, pneumonia decorrente de uma depressão profunda sua saúde estava frágil e a pneumonia foi alvo fácil para tirar sua vida. - Dominique se vira para mim seus olhos estão marejados — Alice eu sou um assassino acabei com a vida dos meus pais.
Eu não pude me conter eu o abracei forte e chorei de soluçar, quanto sofrimento, quantos traumas ele carrega.
Eu desfaço o abraço e tento enxugar as lágrimas
— Você não tem culpa alguma, era apenas uma criança defendendo a sua mãe, seu pai era um homem muito cruel não se culpe por isso - digo segurando seu rosto, seus olhos ainda estão tristes
— Todos os homens na minha família carrega o título de fúria por sua violência excessiva, Alice eu não quero ser igual ao meu pai - ele segura firme minhas mãos no seu rosto.
— Não, você não é igual a ele e nunca será, você é um homem bom, responsável e amoroso - digo
— Naquele dia que eu bati naquele homem eu me vi igual a ele, eu estava descontrolado, ver seus olhos cheios de medo me fez lembrar dela, o que eu mais temia era ser igual a ele e naquele dia eu...
Eu o interrompo
— Não Dominique você não é igual a ele, poderíamos ter resolvido tudo aquilo com diálogo mas você sabe que errou e está disposto a não cometer o mesmo erro.
— Sim eu prometo, não só por você mas para mim mesmo eu não serei igual a ele
Eu volto o abraçar forte
— Eu te amo - digoDepois de fortes emoções fomos jantar e em seguida subimos para a suíte onde fizemos amor e adormecemos.
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Marcas do Destino (concluído)
RomantizmAlice é uma mulher brasileira igual a maioria, trabalha duro para sobreviver, mas uma vez ela se vê em apuros sem emprego mas algo lhe é oferecido, algo que mudará sua vida completamente da água para o vinho. Dominique Gordan um homem escocês, forte...