A Girl Da Boina Na Cabeça

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Mais uma vez, eu escrevo pra me divertir. Então, eu vou escrever mesmo que ninguém leia. Eu coloquei a Mon falando em francês porque achei mais bonitinho do que escrever "Mon fala em seu sotaque francês."

Visão da Sam

Acordei na minha cama e suspirei. Hoje, é o dia que vão chegar os alunos da Beauxbatons e da Durmstrang pra o mais novo Torneio Tribruxo. Escolheram Hogwarts porque tanto na França quanto na região onde fica Durmstrang tá havendo problemas. Eu estou torcendo pra esse ano acabar logo e eu conseguir meu emprego no Ministério da Magia. Quero trabalhar no Departamento dos Mistérios.
Já faz dois anos que eu namoro minha colega de quarto. Nita é uma pessoa linda e incrível. Me trata tão bem que eu gostaria de casar com ela algum dia. A vida é assim, não é? A gente encontra o amor e sorri, depois se casa com quem escolhemos. O amor deveria ser sempre assim. E é assim que eu me sinto em relação à ela.
Eu sou uma girl que nasceu em uma família trouxa. Nita é sangue puro, mas me trata como se eu fosse da mesma origem que ela. Eu acho isso legal. Nós escondemos nosso namoro há anos. Ficamos muito na encolha. E quase nunca nos beijamos. É um namoro bem respeitoso. Respeitamos todas as regras. A regra é que não podemos namorar por aí. Então, não namoramos. Além de que não achamos que devemos sair falando por aí sobre o nosso amor. Ele é só nosso. Eu sei que você não vai entender, mas é assim que fazemos.
Eu sou monitora chefe. Lutei muito pra professora McGonagall me dar esse distintivo. Minha avó vai se orgulhar muito de mim. Meus pais morreram quando eu era muito criança. Minha avó cuidou de mim desde então. Ela ficou tão feliz por eu ser bruxa porque ela é de uma família bruxa, mas nasceu sem poderes. Não vou chamar ela de aborto porque acho esse termo tão anos mil oitocentos e bolinhas. Os tempos modernos deveriam abolir esse termo chulo. Aff... Qual a graça de chamar alguém de aborto?
Enfim, as meninas do quarto nunca suspeitaram do meu namoro com a Nita. Elas vivem a vida delas e nem observam a gente, mesmo a gente tendo amizade. Não é aquela amizade enorme, mas você entendeu. E eu ando muito com a Nita como se fossemos amigas. Não sei bem o motivo, motivo, de não assumirmos nosso namoro. Há casais gays lindos como o filho do famoso Harry Potter com seu colega da Sonserina. Alvo e Scorpio são um casal lindo e muito viado. Pensa em dois boiolas... São eles! Os dois vivem andando de mãos dadas pela escola.
O que eu quero dizer é que eu não sei como eu e Nita ficamos assim sem nos assumirmos. Não é uma vergonha, mas a gente nunca se interessou em sair falando. Nós sabemos o que rola e é o que importa. Entende? E vivemos bem e felizes com isso. A gente é tipo aqueles casais antigos. E eu amo isso, pois sou muito discreta. Entende?
Sou o tipo de pessoa que gosta de tirar notas boas e ir bem na escola, mas sem chamar muita atenção. Eu faço o que é preciso e sou ótima nisso.
Sou jogadora de quadribol, mas nem assim eu chamo muita atenção. Sou goleira e sou boa jogadora. Conseguimos até vencer um campeonato de quadribol. Há dois anos. Foi a maior surpresa, mas vencemos todos os jogos. As pessoas sempre apostam na Grifinória ou na Sonserina... Até a Lufa-Lufa é mais vista que nós. Então, foi uma surpresa enorme quando vencemos a taça das casas e o campeonato de quadribol.
Estou te contando um pouco sobre mim para que você saiba quem eu sou. Essa aqui sou eu. Eu gosto de ser séria e contida. Eu faço minhas coisas e ninguém precisa ficar sabendo. Não gosto de me mostrar. Não gosto de holofotes. Amo ser discreta. Entendeu?

=/=

Estamos esperando a chegada das outras escolas. O cronograma diz que Beauxbatons vai chegar primeiro. Nita está animada pra ver a nova escola. Eu estou sem interesse nenhum. Tanto fez, tanto faz... Só serão mais uns meses aguentando tudo isso.
- Olha lá em cima! Estão chegando! - Nita aponta pra cima e eu olho para a imensa carroça com imensos cavalos brancos.
- Acham que eles são legais? Parece meio luxuoso. - Kade pergunta pra Nita.
- Às vezes, eles são legais. - Nita sorri animada.
- Espero que sejam, pois eles vão ficar nos nossos quartos. - Jim fica pensativa.
- É mesmo, né? - É a vez da Nita ficar pensativa. - O que acha Sam?
- Tanto faz... - Suspiro sem me importar com o que tá acontecendo.
- Olha, elas já estão vindo. - Kade fica toda animada e eu reviro os olhos.
Os alunos, meninos e meninas, sobem após Hagrid estacionar a carroça e cuidar dos cavalos. Uma mulher enorme de tão alta vem na frente deles. Ela se veste de verde oliva, enquanto os alunos se vestem de azul. Todos muito pomposos e chiques. E veio a escola inteira.
- Maxime, quanto tempo! - Professora McGonagall cumprimenta a mulher muito alta.
- Verrdade, carra amigue. - A mulher alta sorri.
- Vamos para dentro, todos. O banquete será servido. - Professora McGonagall faz o sinal e todos nós vamos para o salão.
Quando estamos no salão, os alunos da escola francesa vêm se sentar na nossa mesa. As outras casas olham pra nós com certa inveja. Eu acho isso bobagem porque nós vamos ter que aguentar esse povo novo na nossa intimidade e vamos ter que ajudar eles a se adaptarem aqui. Não vi vantagem nenhuma.
- Todos podem ir para suas casas, por favor. Amanhã, começaremos o dia com aula e à tarde receberemos Durmstrang. À noite teremos a inauguração do Cálice de Fogo. Lembrem-se que a floresta proibida é... Proibida! Não andem pelos corredores à noite. Senhor Filch mandou avisar que qualquer aluno descumprindo as regras será castigado dolorosamente. Podem ir. - Professora McGonagall nos dispensa.
Voltamos pra sala comunal e os alunos franceses são orientados a irem para os dormitórios seguindo os alunos de suas idades. Então, subimos com as alunas francesas e estamos no quarto decidindo com quem cada uma vai dormir.
- Iô querro dorrmirrr conn a Nita. - Song escolhe sorrindo.
- Pode vir. - Nita chama e ela vai até a cama dela.
- Iô querro dorrmirrr conn a Kade. - Neung pula de expectativa.
- Vou adorar ter você aqui. - Kade sorri.
- Io querro dorrmirrr conn a Jim. - Tee aponta para a Jim e vai pra cama dela.
- Inton iô vô dorrmirrr conn a... É Sann u su nom, ouí? - Mon fala me olhando com uma cara que eu não gosto muito.
- Sim. - Dou de ombros.
- Vô mi deitarrr, entón. - Ela tira a boina, coloca no criado e se deita na minha cama, e Nita me olha, eu dou de ombros, pois não tenho o que fazer, a moça é visita.
Todas vamos para nossas camas. Eu me deito bem na ponta da cama pra não tocar meu corpo com o da moça. Seria estranho dormir colada nela, né? Pegaria mal. E nem é porque eu namoro. É porque seria estranho.
Quando eu tô quase pegando no sono, ela se vira e me abraça por trás. Eu congelo toda. Ela se aproxima e cola o corpo dela ao meu. Eu fecho meus olhos com força quando sinto a respiração dela no meu pescoço. O que eu vou fazer? Nunca tive uma menina tão perto de mim. Nem a Nita nunca chegou tão perto. Eu estou me sentindo tão estranha. Uma coisa dentro de mim que eu não sei o que é, nem que nome dar. Vou tentar dormir que eu ganho mais.
Estou tentando dormir e ela fica se mexendo. Como eu vou explicar a maneira que ela se mexe? Assim... Meu Deus... É... Sabe a bonitinha? O capô do Fusca? Ela... Bom... Eu tô com vergonha... Ela passou no meu bumbum. Se fosse uma vez, eu ia ficar pensando que não tem nada demais... Só que ela fez isso algumas vezes. O que isso quer dizer? O que será que ela está querendo? Eu tô ferrada, mesmo.
Acordo de manhã me sentindo um bagaço jogado no chão e chutado pra bem longe. Que merda de vida, viu? Eu sou uma pessoa tão boa. O que eu fiz pra merecer isso? Eu mal dormi a noite toda. Minha cabeça dói, meus olhos ardem. Sentir o corpo feminino daquela criatura francesa acabou com a minha noite.
Eu acho que sabe o que eu fiz pra merecer isso? Sabe a cruz? Eu fui na igreja anglicana, vi o Jesus na cruz e joguei uma pedrona enorme de dez quilos em cima dela pra espatifar de vez. Aí deus ficou bravo comigo. Deus me olhou e disse, isso foi uma cachorrada, Samanun, você vai pagar por isso! Aí ele foi lá e fez uma mulher pra roçar o corpo dela no meu a noite toda e me tentar. Eu sou uma jovem de dezessete anos, tenho sentimentos e desejos carnais. Não que eu colocasse eles pra fora. Eu sempre fui muito contida e discreta. Mas essa menina me fez ter vontade de virar pra trás e... Ain que vergonha! Vou cavar um buracão bem grande e me jogarei dentro dele. Me enterra porque eu já tô morta.
- Bonn die, io dorrmi feitu un annji. - Mon se levanta sorrindo de orelha a orelha.
- Que bom... - Sou amarga porque não dormi nada e tem uma coisa estranha aqui dentro que eu não sei o que é, mas que me deixa cheia de mau humor.
- U qui vammes comerrr hoji? Stô morren di fomme.- Ela me olha ainda sorrindo.
- Sei lá, torta de rins e carne. É só isso que servem. - Dou de ombros e me levanto.
- Bom dia. - Nita sorri pra mim e eu retribuo.
- Bom dia. - Começo a trocar de roupas e vejo Mon me olhando, o que me deixa sem graça.
- Estão animadas pra abertura de inscrição para o Torneio? - Kade se levanta e começa a se trocar.
- Io stô bastanti. - Tee fala, enquanto se levanta da cama da Jim.
- Eu vou me inscrever só por me inscrever. Tô torcendo pra não ser escolhida. A glória de morrer de uma morte violenta não é algo que eu queira pra mim. - Dou de ombros.
- Eu quero a glória eterna de ser uma campeã. - Nita parece estar sonhadora.
- Io querro competirrr prrra ganharrr. Sô a melhorrr. - Mon levanta da cabeça e fica se achando.
- Vamos descer logo pra comer. - Jim nos chama.
- Mi sperrem, io non trroquei ainnda. - Mon se levanta com rapidez.
- Então, corre. Ninguém vai te esperar muito tempo. - Kade bate palmas.
Mon retira o pijama e eu olho para o corpo dela. Não é intencional. Ontem quando ela se trocou, eu não olhei pra ela. Não havia interesse. Hoje, eu estou olhando. Não sei o motivo. Só apenas olhei.
- Sam, vamos! - Nita me puxa com tudo e vamos para o salão comer.
- Bem estranhas aquelas francesas, né? - Nita come uma coxinha de frango.
- São diferentes. - Dou de ombros, enquanto como pudim.
- O que achou daquela Mon? Eu achei ela meio atirada. - Nita parece estar querendo tirar algo de mim...
- As francesas são assim, né? São mais pra frente. - Volto a dar de ombros.
- Não achei Tee assim. Nem Song, nem Neung. - Ela fica muito séria.
- Achei todas iguais. - Volto a dar de ombros, pois quero terminar logo com esse assunto.
- Oi, Sam! Oi, Nita! - Cher senta na mesa e sorri pra nós.
- Oi. - Nós respondemos.
- Como vocês estão com as meninas francesas? As do meu quarto são muito diferentes. - Cher revira os olhos.
- É diferente daqui... - Dou de ombros.
- Elas são lindas. Principalmente a Mon. - Nita fala e eu olho pra ela sem entender.
- Aquela Mon é linda, mesmo. - Cher sorri sonhando.
- Acho que ela pode ser uma veela. - Nita fica pensativa.
- Verdade, ela parece ser. - Cher faz uma cara de quem descobriu o segredo.
- Vocês são doidas. - Eu começo a rir.
- Não acho que somos. - Nita fica muito séria de repente.
- Menines, porrque non sperrarram a genti? - Tee se senta ao meu lado, enquanto Mon se senta na minha frente.
- Estávamos com fome. - Nita dá de ombros e Mon joga os cabelos pra trás.
Eu travo completamente. Parece que tem luzes em volta dela. Ela me olha com um meio sorriso e eu acho que nunca vi uma mulher tão linda na minha vida. É quando eu sinto uma porrada atingir meu rosto.
- Ai, que foi? - Eu passo a mão no rosto me sentindo ofendida.
- Você estava parada, não respondia, não comia. - Nita me olha com os olhos estreitos.
- Eu tava pensando que não vamos ter quadribol esse ano. - Dou de ombros, ainda ofendida, e olho pra baixo pra não olhar pra Mon.
- Verdade, justo quando eu virei a capitã do time. - Cher fica triste, enquanto Mon começa a falar em francês com a Tee.
- Daqui a pouco temos aulas. Vocês estão animadas de aprender com nossos professores? - Jim pergunta para as francesas, enquanto eu continuo olhando para baixo.
- Io querro aprrenderr bastanti aquii conn us brrritanics. - Mon fala e sua voz é suave como veludo, eu começo a flutuar.
- Ai! - Eu sinto um cutucão forte no braço. - Que foi, porra?
- Você estava dura de novo. - Nita me olha parecendo querer me bater.
- Não tava, não! - Eu fico nervosa. - Aff, vou para a sala comunal buscar meu material. Tchau pra vocês!
Chego à sala comunal e vou direto para meu quarto. Estou muito nervosa. Não sei o que tá acontecendo comigo. Essa Mon está me deixando maluca. E a Nita não para de me bater. Parece que a vida está me batendo de todos os lados. Que merda!
- Vucê stá bein? - Escuto a voz de Mon atrás de mim no quarto.
- Estou, sim. - Dou um sorriso forçado.
- Si precisarr pode falarr comigue. - Ela sorri e eu vejo que ela é mesmo muito bonita.
- Obrigada. - Sorrio pra ela.
- Ela não vai precisar. Vamos, Sam! - Nita aparece do nada e me puxa pra fora do quarto. - Não quero você muito perto dela.
- Mas ela dorme comigo. Não tem como eu evitar ela. - Fico meio assim.
- Promete pra mim que vai evitar ficar muito perto dela. Só na hora de dormir que sim... - Ela me olha muito séria, enquanto paramos no corredor.
- Prometo. - Concordo pra não apanhar de novo, mesmo achando isso uma bobagem.
- Que bom. Vamos! - Ela me puxa pra aula de poções.

Eu vou deixar essa aqui já salva e vou terminar a outra. A vantagem dessa aqui é que eu não vou repetir os nomes.

Treacherous (REPOSTAGEM)Onde histórias criam vida. Descubra agora