A Escolha Dos Nomes

717 86 0
                                    

Vou começar esse falando sobre filmes... Um filme específico... Cartas Para Julieta. Quem já viu? Eu amo esse porque é a Amanda Seyfried que faz ele e eu adoro ela por causa de Meninas Malvadas. O que eu quero falar sobre isso? A véia que tá procurando o Lorenzo e no final acha ele naquela cena linda, né? Ela é casada com ele na vida real. Na vida real, ela é mãe da atriz que faz a mãe da Lindsay Lohan em Operação Cupido, mas o véio que faz o Lorenzo não é o pai da filha dela. Onde a Lindsay está? Meninas Malvadas. Trouxe cultura pra você. Me agradeça!

Eu sempre fico de cara com essas pessoas trouxas preconceituosas que ganham fama fazendo qualquer coisa, pois elas sempre falam que quem conhece a índole delas sabe. Eu penso que quando você usa uma expressão sem saber que ela é preconceituosa, até vai. Conheço meninas negras que nem elas sabem de todas expressões que são racistas, pois a sociedade fez a gente acostumar a ter hábitos racistas em nossas falas cotidianas. E tem algumas pessoas negras que espalham muita desinformação e atrapalham a informar as pessoas, pois inventam que palavra tal é racista e nem é.Só que tipo tem coisas que você sabe que a pessoa é preconceituosa, né? Tipo o Trump nos Estados Unidos e o filhote te cruz credo dele que está inelegível no Brasil. Nop me avisou que o véio coconaro foi chutado. Quem soltou fogos diga amém! Quando o assunto era o cópia mal feita do Trump que inventou uma facada pra se eleger e toda vez que acontecia algo contra ele, o demônio usava a facada que ele nunca fez questão de investigar como se ela fosse a marca da lança no peito de Jesus... Bom, muitas pessoas chamavam ele de burro pelas merdas que ele falava, pelo mundo inteiro. Só que a gente sabe, a gente sabe sim que ele é racista, machista, homofóbico e afins.
O mal das pessoas é ver um véio murcho e de cara manchada porque se queimou demais no sol, feio daquele jeito que conseguiu várias mulheres não sei como e reproduziu filhos tão crápulas quanto ele, e falar que ele é burro, em vez de dar nomes aos bois... É fácil pegar um homem branco de olhos claros e falar que ele é burro e não preconceituoso.
O laranjão lá dos Estados Unidos foi o primeiro a cair e aposto que lá no país que se diz o maior do mundo grande parte da população fala que ele é só burro também. Se ele fosse burro não seria bilionário.
As pessoas colocaram os bilionários que morreram no Titanic como burros, mas eles não eram burros. Eles foram mão de vaca. E mão de vaquice não faz ninguém burro. Faz a pessoa ser avarenta. Tem um bando de pobre avarento que morre e ninguém chama de burro. Chama de tadinho, tão trabalhador... É avarento! E você vai dizer que é tudo burro que eu sei.
Eu não estou falando de política. Estou falando de preconceito e como ser um homem branco trouxa de olhos claros que reproduz o preconceito encalacrado dentro de uma nação faz uma pessoa preconceituosa ser tachada como burra e não como os adjetivos que ela realmente é... Racista, machista e homofóbica. Em países onde se matam muitos o ano todo por preconceito, é como se eles encontrassem alguém pra falar por eles e essa pessoa fosse intocável, já que é presidente. Então, tá liberado cagar pela boca.
E, tipo, dá pra se entender como os britânicos Churchil e Tatcher eram tão defendidos e cultuados... Porque a sociedade naquela época era naturalmente preconceituosa. Os Estados Unidos invadiam outros países contra a União Soviética porque se achavam superiores.
E quando você olha o enorme apartheid que havia lá dentro na mesma época... Tipo, eram tão superiores que tratavam os próprios cidadãos como lixo. E saíam pelo mundo atacando outras culturas com a desculpa de querer o melhor pra elas. Nem para os próprios cidadãos deles, eles queriam. Entende? Mas ver isso acontecer, hoje em dia, e a pessoa ser chamada de burra, em vez de ser chamada de mau caráter, é algo bem foda. Eu fico de cara.
E antes que você diga que nos states não teve apartheid, mas só na África do Sul... No dicionário, a palavra apartheid está como qualquer tipo de segregação. Historicamente, este nome só é ligado à África do Sul, pois foi o nome que eles deram lá, pois a palavra apartheid significa segregação no dialeto deles. Nos states, foi dado o nome de Segregação Racial. Tecnicamente falando, eu não disse nada errado.
Bom... Nos últimos dias, Mon não chegou mais perto de mim. Nós tivemos um tempo para nós inscrevermos no torneio porque o último teve a morte do Cedrico. Muitos alunos ainda ficam meio assim de se inscrever nesse tipo de coisa.
Eu preferi falar sobre outros assuntos antes de chegar nesse porque é mais fácil falar dos defeitos dos outros do que ter uma autocrítica. Então, Mon agora fica bem longe e Nita voltou a falar comigo como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei feliz que tudo se resolveu de alguma forma. O meu foco é a Nita e eu não vou contar o que fiz. Ela não precisa saber. Se Mon ficou calada, melhor pra todos. E fiquei feliz da Mon não me agarrar mais e passar a dormir afastada de mim. Não sabia se suportaria isso por mais tempo.
Hoje, já é o dia da escolha dos nomes dos candidatos das escolas. Eu estou sentada na mesa da Corvinal olhando para McGonagall que está fazendo o encantamento para sair o primeiro nome. Todo mundo está cheio de expectativa e eu estou apenas na minha.
Você já sabe... Eu só quero que esse ano termine logo. Minha vida já está toda tracada. Vou me formar, trabalhar no Departamento dos Mistérios, me casar com a Nita. Talvez ter algum filho. Não sei... Nunca nos falamos sobre termos filhos. E acho que nem importa, né? Uma hora, vamos ter que conversar. E não é agora.
- Kornkamon. - A diretora lê o nome no pergaminho.
Todos aplaudem, enquanto a Mon se levanta e vai toda brilhante para onde a diretora manda. Nita faz uma cara de que esperava que qualquer uma fosse campeã, menos Mon. Eu acho que a gente não deveria julgar a pessoa pela aparência. Mon é uma assanhada, mas suas habilidades de bruxa devem ser excepcionais, já que ela foi escolhida.
- Kirk. - A diretora lê o outro pergaminho e um alto desengonçado se levanta da Sonserina e vai para onde ela mandou.
Imagina só como não devem estar lá, os dois, dentro da sala esperando o próximo nome. Ainda bem que não serei eu a escolhida. Não tenho qualidades de campeã. Poderei viver esse ano tranquilamente, enquanto os candidatos lutam para não morrer em campo.

- Samanun Anumtrakul! - McGonagall lê meu nome no papel e eu gelo, enquanto aplausos irrompem por todos os lados.
O tempo congela e meu primeiro pensamento é sobre como a psiquiatria do século dezenove me cairia tão bem agora, me dizendo que sou uma mulher histérica e que eu preciso de cocaína, mas podemos trocar por maconha, né? Masturbação, que delícia... Imagina como é se maaturbar num quarto cheio de garotas. Você espera todas elas dormirem. Espera pela madrugada e vai lá e faz... Mas voltando ao assunto... E ficar por horas a fio na frente do mar.
Sou uma mulher histérica e preciso de tudo isso! Pois eu quero quebrar esse maldito cálice do inferno por ele me achar uma campeã! Eu não sou campeã, porra! Eu sou uma mulher histérica! Estou gritando por dentro. Escute meu grito interno. Ah!
- Vai lá! - Escuto alguém me falar e me cutucar, mas não sei quem.
Me levanto como uma zumbi. E vou para a sala que alguém me manda ir. Eu não sei onde estou indo... Eu não estou no meu normal. Isso me deixou paralisada. Estagnada! Ando em modo automático até chegar ao lugar que me mandaram ir. Nem sei como cheguei. Tenho apenas uma certeza na cabeça. Tive sorte no azar!
Entro na sala, Mon e Kirk estão me olhando. Os dois estão parecendo estar felizes com a situação. Eles queriam isso! Eu não queria! A glória de morrer num torneio não é algo que eu queria passar. Eu só queria ser a girl que se formou com grandes notas e foi para o ministério. Isso seria pedir demais? Ter uma vida normal e traçada... Tranquilinha!
- Sam, stô muit feliz porr vucê star aqui. - Mon vem toda feliz me abraçar e eu sinto o cheiro do perfume dela que exala forte por todos os lados e sinto paz, o que me acalma.
- Parrabiens. - O desengonçado sorri para mim e eu sorrio forçado pra ele.
Olho pra ele com atenção e só penso como ele parece ser um homem meio bicha. A Mon é a mulher viado. Eu sou a mulher meio bicho. Ah, ah, ah, ah... Tô coringando, meu Deus, me ajude!
- Valeu, moço. - Me afasto de Mon porque né, vai que ela me agarra de vez.
Me sento na cadeira que está no canto mais longe e fico olhando para a janela. O céu azul está tão belo. Ainda vou explicar pra você como você percebe quando a lua é crescente ou minguante só de olhar para o céu. Mas não será hoje. Porque eu não vou ficar aqui pensando em luas quando minha vida está por um fio. Eu não quero ser uma Cedrica. Eu sou jovem. Nem meu xibiu eu dei ainda! Quem quer morrer virgem? Eu nem beijei de língua. Nita não quis. A gente só dá bitoquinha igual a das novelas brasileiras da emissora Globo porque é como a família tradicional quer. Eu vou morrer sem nunca ter sentido uma língua na minha.
Dizem... Olha o momento fofoca! Dizem até que o Cedrico comeu o Harry na banheira dos monitores e que foi assim que o Harry descobriu a dica do ovo. O Cedrico chamou ele lá pra mostrar o ovo cantante e mostrou outro tipo de coisa. Quem cantou foi o Harry. Vamos combinar que se ele fez isso deve ter morrido feliz. Eu preciso parar de pensar em sexo gay, pois você vai pensar que eu sou uma tarada por viados.
- Muito bem! Os escolhidos foram, bem, escolhidos! Agora, vamos explicar como vão funcionar as regras, pois eu sou uma senhora idosa e esqueci de explicar antes. O Alzheimer bateu à porta e eu abri, senhoras e senhores põe a mão no chão! - Olho para a professora McGonagall e penso que eu tô ficandodo doida, nem precisa da maconha.
Balanço a cabeça e fecho os olhos com tudo para voltar ao meu normal. Estar face a face com a morte eminente não me fez nada bem. Que desgraça isso aqui. Deus me ajude!
- Você está bem, Samanun? - Ouço uma voz falando comigo e olho pra quem é...
- Si-sim... - Eu me forço a responder pra Hermione Granger, que surgiu vinda não sei de onde.
- Pois bem, como, no último torneio, tivemos a morte de Cedrico Digori, o Ministério da Magia resolveu participar ativamente para que não houvessem mortes nessa edição e cancelou a abolição do Torneio Tribruxo. Os diretores das escolas votarão, junto com a ministra da magia britânica e os ministros da França e Rússia. Pois o último torneio causou muita revolta com dois campeões de Hogwarts e os juízes sendo majoritariamente britânicos. Faremos uma competição justa e histórica. Entendido? Boa sorte aos candidatos. - McGonagall sorri secamente, eu noto que os diretores das casas e os ministros estão na sala, não sei vindos de onde.
- Boa sorte, Samanun! - Hermione vem me cumprimentar e eu congelo, pois ela é minha ídola.
- O-obrigada. - Eu consigo dizer.
- Sam é uma ótima aluna. Tira ótimas notas e vai se sair muito bem. - Flitwick sorri, pois eu sou aluna da casa dele.
- Sim, Samanun Anumtrakul é uma grande aluna. Vai ser uma grande campeã. - McGonagall me olha com aprovação e eu fico sem graça, pois não me acho tudo isso.
- Sam, se concentre sempre e leve tudo muito à sério. E encontre amigos que estejam ao seu lado até o final. Você vai precisar. As pessoas mudam nessa competição. Tanto quem está competindo, quanto quem está do lado de fora. Não deixe de ser quem você é. E estude muito. Estude muito, mesmo! Estudo é muito importante. - Hermione sorri pra mim e eu absorvo tudo o que ela fala como se fosse um dos dez mandamentos de Deus.

Treacherous (REPOSTAGEM)Onde histórias criam vida. Descubra agora