No Sleep & Hero & Higher Ground & Presure

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Estamos sozinhas no quarto, enquanto as meninas estão lá embaixo. Quisemos ter um tempinho só nosso sozinhas pra namorar um pouquinho porque, né... A gente precisa ter um momento de casal.
Estamos deitadas na cama de frente uma para a outra. Eu faço carinho no cabelo dela e a gente se olha. Então, ela começa a dar selinhos na minha boca. Assim, bem de vagar. Eu fico pensando o que será que ela está pensando. O que será que se passa na cabeça dela? Imagina se eu estou pensando o que ela pensa e ela pensa o que eu penso também... Que coisa doida seria...
Eu sinto a língua dela tocar meus lábios e sinto vontade de chupar a língua dela. Dar uma chupadinha inocente. Será que eu chupo? Dou aquela chupadinha que faz a língua dela entrar por entre meus lábios. Eu gosto disso.

- O que foi isso? - Sam me olha surpresa.
- Deu vontade... - Eu fico tímida.
- Faz de novo. - Ela me olha com uma carinha.
Eu aproximo meu rosto do dela e ela toca a língua nos meus lábios de novo. Eu chupo e sinto a língua dela entrar na minha boca. Ela puxa a língua e eu toco a minha na dela pra ver se ela vai fazer o mesmo. Ela chupa e eu sinto aquela sensação de arrepio. Aquele frio na barriga. É uma sensação meio doida. Meio que assusta, como subir na montanha-russa. Dá aquele puxão por dentro quando ela desce com tudo. É muito bom.
Eu puxo minha língua e ela toca a língua nos meus lábios. Eu chupo, mas, dessa vez, eu fico chupando por um tempo. Sinto a língua dela na minha boca e amo a sensação. Paro de chupar e deixo ela puxar a língua. É claro que eu vou e toco a língua nos lábios dela e ela faz o mesmo que eu fiz. E a sensação é muito maluca. Se você não sentiu, sinta pra descobrir como é. Essa eu deixo no ar.
Ela para de chupar minha língua. Sabe o que eu faço? Eu não puxo ela de volta. Eu beijo ela. Sabe como é? Passo a língua e ela retribui. E beijamos bem gostosinho.
Continuamos nos beijando porque beijar é bom e quando fomos criados, nós fomos feitos pra beijar. Se tem a boca é pra beijar. Dá pra fazer outras coisas com ela, mas beijar também...
- Aff, que nojo! - Nita entra no quarto e a gente para de se beijar até porque não precisamos provocar ela e causar um clima pior pra estragar o clima fofo que está entre nós.
- Vamos lá pra baixo. Depois voltamos pra nos trocar. - Eu me levanto e puxo a Sam sem esperar resposta.
- Ela não se cansa... - Sam revira os olhos.
- Deixa ela. - Dou de ombros, pois não me importo com ela.
- A gente vai ter que dançar em frente à escola toda. - Sam parece estar nervosa.
- Eu sei e estou com medo de dançar mal. - Eu fico meio assim.
- Vamos dançar juntinhas só o pra lá e pra cá. Não tem erro. Ninguém pisa no pé de ninguém. - Ela dá a sugestão.
- Você já fez isso? - Eu fico curiosa.
- Não, mas nos filmes eles dançam assim. - Ela dá de ombros.
- Verdade... - Eu me lembro de filmes com dança e geralmente eles dançam de vagar e juntinho, a não ser que o filme seja de dança que aí tem aquelas danças mais elaboradas.
Chegamos à sala comunal e nos sentamos com as meninas. Todas estão empolgadas para o baile. Jim vai de par com a Tee como amigas, mesmo. Só pra não irem sozinhas. A Kade arrumou um menino da Sonserina pra ir com ela. O que deixou a Jim irritada, pois não se sai com alguém da Sonserina. Mas é só um baile pra se divertir. A gente tem que ser felizes hoje. Será um dia pra relembrar por toda a vida. Não é?
Subimos e trocamos de roupas. Claro que Sam está linda. Ela está sempre linda. Até de mendiga ela ficaria linda. Eu sou sortuda por ter a menina mais linda do mundo. Nem se eu falasse pra ela todos os dias que ela é linda, ainda seria insuficiente pra demonstrar o quanto ela é linda.
Como mensurar o tamanho da beleza da mulher que amamos? É como se fosse infinita. Nem o tamanho do universo multicolorido seria capaz de dimensionar. Eu poderia dizer que ela brilha como a estrela mais brilhante do céu, mas não sabemos se, hoje, essa estrela já está morta, pois o tempo no universo corre de maneira diferente. Talvez, até o sol já tenha explodido e levado o planeta Terra com ele, mas nós nunca saberemos.
E talvez você não esteja entendendo nada o que eu tô falando porque eu sou uma nerd, mas em termos astronômicos, pra você entender, eu te indicaria o filme Interestelar que é um filme trouxa incrível que muita gente tem preconceito só porque ele fala de amor. As pessoas chatas queriam que fosse um filme cabeça sobre o universo, mas é um filme sobre como o amor de um pai pela filha e da filha pelo pai sobrevive a tudo. E nesse filme mostra perfeitamente a passagem do tempo no universo, como é diferente da Terra. É isso que eu estou querendo dizer... Talvez a estrela mais brilhante do céu já nem exista mais, só que não vamos saber. Só as próximas gerações verão. Porque a luz dela viaja em um tempo diferente e demora até chegar até aqui.
O que me faz pensar como essa gente que compra essas estrelas do céu... Que, na verdade, não compra nada porque não existe isso de comprar estrela do céu, já que a pessoa nunca vai poder pisar lá e eles podem vender essa estrela infinitas vezes pra gente burra e rica... Imagina o rico burro comprando a estrela e ela nem existe mais. Aquela é só a luz dela ainda percorrendo pelo universo até sumir. A pessoa rica comprou um papel de nada. Já é de nada porque nunca que a pessoa vai lá nela, mas você entendeu o que eu quis dizer... Né?
E sabe o que acontece quando uma estrela explode? Geralmente, ela vira uma nebulosa. E sabe o que é uma nebulosa? Não, não é a de Guardiões da Galáxia! A nebulosa é, em termos bonitinhos, um berçário de estrelas. Então, vamos pensar que uma estrela grande explode e morre. A poeira que ela vai deixar vai fazer nascer novas estrelinhas. Por isso, a nebulosa é um berçário de estrelas. Pois ali estão as estrelas nenéns. Coisinha mais fofa, né? Ou numa explicação mais bonita ainda, quando uma estrela morre nascem outras. O que faz com que ela não tenha morrido em vão. Na verdade, ela vai fazer surgir muitas estrelas para o universo nunca estar sem brilho.
E as nebulosas são muito lindas. As minhas favoritas são a da borboleta, a olho de Deus, a olho do gato, a cabeça de cavalo, a da chama, a da águia que tem os pilares da criação, a roseta...
E uma coisa muito legal. Sério, você vai gostar... Tem duas nebulosas... Alguns lugares colocam as duas como uma só. A do coração e a da alma. E as duas ficam uma ao lado da outra. Uma parece mesmo um coração e a outra é uma bolinha ao lado. É como se uma fosse ligada à outra como nosso coração que é ligado à nossa alma.
E tem gente que acha astronomia algo chato. Depende de quem está falando sobre. Eu aqui te ensinando astronomia fofa pra você usar com a sua namoradinha ou conquistar o coração da sua musa.
Vontade de chegar na Sam e falar que ela é a minha nebulosa do coração e ouvir ela falar que eu sou a nebulosa da alma dela. Mas acho que ela nem deve gostar de estrelas tanto assim. Ela não vai entender a referêncila nerd. Aí eu vou ficar com aquela cara de idiota. Melhor nem falar.
Vamos para o baile de braços dados. A escola foi toda decorada para o baile. E advinha quem veio cantar no baile? Se você disse As Esquisitonas, errou! Scorpio e Alvo conseguiram convencer a diretora McGonagall a chamar a banda gay que eles tanto gostam. Aquela que tem um nome muito viado sobre gatos.
O salão da escola está muito lindo. Está todo cor de gelo. As cadeiras e as mesas são cor de gelo. Tem estalactites e estalagmites nas paredes. O céu no teto está fazendo como se estivesse nevando. Eu olho pra tudo e acho tão lindo. E a pista no centro está parecida com uma pista de gelo, mas não é de gelo. Tem uma árvore de Natal enorme atrás de onde, geralmente, fica a mesa dos professores e das diretoras se sentarem.
- Sejam bem vindos ao nosso Baile do Inverno de Hogwarts. Vamos começar a dança dos campeões e depois todos poderão entrar na pista e dançar. - A diretora McGonagall faz as honras da casa e, Sam e eu, entramos na pista nervosas.
A gente se posiciona num ponto da pista e Nita com o Kirk se posicionam em outro ponto. Olho para Sam e ela me passa segurança com o olhar. Sei que se eu dançar muito mal, ela vai dançar comigo. E seremos um casal dançando muito mal juntas.
- Nós vamos cantar essa música trouxa linda feita pelas cantoras incríveis Sia e Katy Perry, a Double Rainbown, pois não temos preconceitos com músicas trouxas. E estamos em dois mil e vinte e três, não devemos ter preconceitos. Bora cantar sobre o amor e o arco-íris. - Eles começam a tocar e eu encosto a cabeça no ombro da Sam.
A gente dança como combinamos de dançar. Pra lá e pra cá bem tranquilas. Eu amo essa música da Katy e fico muito feliz deles terem escolhido essa música. A Katy é uma cantora incrível que merecia ser mais amada. Eu fecho os olhos e só deixo a música levar meus passos. É uma música linda, mesmo. Tão delicada. Só poderia ser feita pela Sia e a Katy. No álbum mais colorido da Katy. Ela até usou o prisma pra sair o arco-íris.
A música acaba e começa uma música bem mais animada em que o cantor canta sobre dançar muito na chuva de verão. Quem dera eu dançar na chuva de verão. Amo tomar chuva em dia quente. Parece que limpa a alma. Leva tudo de ruim embora. Ficar ensopada é a melhor coisa do mundo.
Sam e eu pulamos igual duas lagartixas no meio do povo que entrou na pista. A Taylor Swift dançando é linda perto de nós duas. Finge que não me vê dançando dura igual uma porta. Eu sou um pessoa tímida. Nem me olha...
- Vamos beber algo? - Eu falo no meio da música já querendo parar de dançar.
- Tudo bem. - Sam sai comigo e vamos procurar uma cerveja amanteigada.
- Nossa, amei muito dançar aquela música da Katy. Acho que deveríamos amar mais ela. - Eu falo toda feliz.
- Jura? Eu também! - Ela sorri toda feliz.
- E não é que somos parecidas até nisso! - Eu olho pra ela tão assim porque parece que eu encontrei a pessoa.
- Amo a Katy demais! - Ela continua a sorrir como se tivesse visto o potinho de ouro no fim do arco-íris.
- Eu também! - Eu sorrio tanto que meu rosto começa a doer.
- Juro, a gente tem que casar e colocar essa da Katy pra tocar e a gente dançar de novo. - Sam está mais animada que nunca.
- Você pensa em casar comigo? - Eu fico surpresa.
- Sim... Você não pensa? - Ela fala como se fosse algo óbvio.
- Não agora. Nem nos formamos. - Eu fico pensativa.
- Nem eu quero agora. Eu penso nisso pra quando a gente tiver uma vida pronta pra isso. - Ela dá de ombros.
- E você quer casar onde? Aqui ou em Paris? - Eu fico curiosa.
- Paris é mais bonito que Londres. - Ela parece pensar sobre o assunto.
- Sim, Paris é linda demais! - Concordo, pois é verdade.
- E você, onde prefere casar? - Ela me olha curiosa.
- Eu não queria casar na cidade, queria casar na praia. - Fico meio assim.
- Na praia é bonito, mesmo. Seria lindo casar lá. - Ela sorri.
- Então, combinado! Vamos nos casar na praia. - Eu já deixo combinado desde agora.
- Combinado! - Ela concorda e me dá um beijo no rosto.
- Vamos dançar? - Eu chamo porque tô feliz e quero continuar a dançar igual lagartixa, até passou a vergonha.
- Claro. - Nós vamos lá segurando nossas cervejas amanteigadas e dançamos até não aguentar mais.

Treacherous (REPOSTAGEM)Onde histórias criam vida. Descubra agora