First Time & Broken Glass

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Como sei que Sam não quer que eu fique perto dela e nem tenha contato com ela, estou voltando para a torre da Corvinal calada. Minha vontade era de sorrir e falar como estou feliz de sermos campeãs, mas eu preciso ter amor próprio e saber que ela não gosta de mim. Se gostasse, não estaria me afastando, estaria se aproximando.
- Onde é o início e o fim do infinito? - A aldavra da porta pergunta e eu acho essa a pergunta mais manjada do mundo.
- O infinito não tem começo e nem fim. Ele é eterno. - Respondo de uma vez pra sair daqui logo.
Entramos na sala e os aplausos de todos me surpreende, pois são pra ela e pra mim também. É como se fosse uma vitória dupla da Corvinal. Tee é quem me alcança primeiro e me abraça forte. Ela se sente feliz por mim e eu sinto felicidade de ter uma amiga de verdade pra compartilhar esse momento sem que ela se sinta invejosa de me ver vencendo.
- Amiga, estou tão feliz por você! - Tee sorri como nunca.
- Eu também, Mon! Se tinha alguém pra vencer era você. Você sempre foi a melhor de nós. - Song também parece estar feliz.
- É verdade. Você sempre estudou muito, enquanto a gente estava vadiando com os meninos e a Tee estava trocando cartas com a japonesa. - Neung revira os olhos e sorri.
- Vocês só pensam em homens! Nem sei como ainda não saíram correndo atrás de nenhum por aqui. - Eu também reviro os olhos.
- Ah, mas eu já tenho um aqui. Um gatinho da Grifinória. Eles são uns leões quando a gente sabe onde tocar. - Neung sorri de forma bem safada.
- Nem vou falar nada, pois sou uma santa. - Song finge ser pura.
- Tenha vergonha! Hoje mesmo marcou um ménage com um menino e uma menina! Como você conseguiu marcar com um da Durmstrang e uma da Lufa-Lufa? - Tee olha pra ela como se tivesse achando tudo uma loucura e eu começo a rir, achando tudo muito absurdo, mas não condenando.
- Oxe, eles me chamaram e eu aceitei. - Ela dá de ombros como se fosse algo super normal.
- Como assim, eles te pararam do nada e chamaram? - Tee continua com o mesmo tom.
- Foi exatamente isso. Chin e Yha me chamaram e eu aceitei. - Ela volta a dar de ombros e eu continuo rindo.
- E que horas foi isso que eu não vi? - Tee fica sem acreditar em nada.
- Foi aquela hora que eu fui ao banheiro. - Ela age como se fosse óbvio.
- Eles estavam te esperando na porta do banheiro? - Tee ainda continua sem entender.
- Ai, gente! Cansei desse papo. Tô indo encontrar meu boy da Grifinória. - Neung sai e eu só sei rir porque minhas amigas são malucas, até me fazem esquecer da Sam.
- Poxa, que interrogatório, Tee! Eu fui ao banheiro, ela estava perguntando pra quem entrava no banheiro e perguntou pra mim. Eu estou com vontade de dar e de comer. Você sabe como eu sou. Preciso fazer isso pelo menos uma vez por mês. Aceitei, mesmo! A gente já tem dezessete anos! Não aja como se a gente não fizesse as coisas! - Song revira os olhos como se Tee fosse uma puritana.
- Não é isso. Eu só achei estranho. Não pode nem ter curiosidade nesse lugar. - Ela dá de ombros.
- Eu tô aqui só pela fofoca. - Do nada olho e vejo Jim e Kade paradas ouvindo tudo.
- Vocês já se acostumaram com a loucura, né? - Eu rio e elas riem junto.
- Demais. Vocês, francesas, são muito diferentes. - Jim balança a cabeça e ri.
- Eu não faço nada. - Tee fica ofendida.
- A gente sabe que você tem teias no meio das pernas e só vai retirar depois que casar. - Song começa a rir e eu não aguento e rio também.
- Parem de rir de mim! Eu já fiz as coisas... - Tee fica ofendida.
- A gente sabe que você faz uma vez por ano. É quase que um ritual de acasalamento anual. - Song continua a rir e eu rio junto.
- Pior é a Mon que tá aí rindo e não fez nenhuma vez. - Tee me olha como se quisesse me punir por rir e eu paro de rir na hora.
- Ninguém nunca me quis. - Eu dou de ombros.
- Imagina! Uma menina linda feito você? Os franceses devem ficar malucos! - Jim tenta me apoiar e eu acho até que legal.
- Ah, eu espanto todo mundo que me interessa. - Dou de ombros meio assim.
- Vamos parar de falar de assuntos fúnebres! Vamos falar das teias de aranha da Tee. - Song volta a rir porque não aguenta ficar sem ficar rindo da Tee.
- Das teias e da floresta de Tronçais da Mon vocês não querem falar, né? - Tee fica ofendida e eu olho pra ela com vontade de bater nela.
- Tenha modos! Nunca me viu nua pra falar que eu não me depilo. - Fico ofendida.
- Querida, dá pra ver pela calcinha os espinhos dos cactos saindo pra fora. - Ela sorri e eu dou uma fungada profunda de tão ofendida.
- Mano do céu, o que vocês francesas tem na cabeça? - Jim não sabe se ri ou se fica sem graça.
- Tudo maluca. - Kade começa a rir.
- Vou dormir que amanhã eu tenho um entrevista com uma jornalista daqui sobre o Torneio. Boa noite pra vocês. E parem de falar da minha intimidade. - Dou uma última olhada ofendida pra Tee, que sorri meio que dizendo que eu merecia por rir dela.
Vou para o quarto e me troco. Olho pra minha calcinha e penso que espinhos é o que eu vou colocar na cama da Tee pra ela aprender o que é bom pra tosse. Onde já se viu? Que desrespeito com a minha pessoa! Me deito e durmo rápido, pois estou cansada. Foi um dia longo demais.

Treacherous (REPOSTAGEM)Onde histórias criam vida. Descubra agora