All My Friends & Dont Leave & Cruel

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Eu não gosto muito de comparar essas coisas de produções trouxas LGBT porque é sempre uma discussão e tudo mais. Mas eu tenho uma opinião sobre isso e gostaria de falar com você sobre o tema. Os gays são mais valorizados que as lésbicas. Eu vou dar um exemplo com detalhes pra você entender minha visão. Tudo bem?
Quando eu era criança, assistia Glee. O criador da série é um gay. Ele fez o Kurt como se fosse o gay que ele queria ter sido, com um pai que aceita ele, mesmo sendo um homem machista. É o sonho de todo viado. Só que quando o assunto era a Santana, ela era jogada no mato. Aqueles matos bem grandes que você nem vê a pessoa ali no meio.
Fizeram um capítulo pra desenvolver a sexualidade dela em relação à avó homofóbica na terceira temporada e mais um na sexta. O Kurt foi desenvolvido por três temporadas em inúmeros capítulos. Fizeram tudo pra que fosse a coisa mais linda a relação dele com o pai. A Santana nem família tinha, só a avó que apareceu do nada e sumiu. E nem vem me falar sobre que o Blaine não teve também, porque o Kurt é o gay principal e a Santana é a lésbica. Deveriam ter desenvolvido ela também.
A Santana, pelo arco dela, deveria ter uma história bem desenvolvida porque ela não aceitava que era lésbica. Isso é doloroso pra quem passa por isso. Poderia gerar episódios fodas e render mais prêmios. Principalmente, na terceira temporada que não ganhou nada e foi só ladeira abaixo.
As lésbicas, acostumadas com migalhas vindas de todos os lados, acharam lindo, na época, quando fizeram aquele desenvolvimento mixuruca da Santana.
Klaine tinha todo um desenvolvimento e Brittana era jogado pras traças. Com Klaine teve todo um arco de se conhecer, se apaixonar, começar a namorar... Com Brittana foi um ziguezague.
No início, eram coisinhas que eles deixavam. Como a cena no início da segunda temporada que elas falam sobre o dueto. Brit queria cantar com a Santana, mas a Santana não queria se assumir, então chamou a Mercedes. E teve o dueto delas super sexy porque as sáficas tinham que ser sexys e os gays fofinhos. Eu gostei do dueto? Amei! Mas virou algo comum fazerem elas serem sexys. Onde até o dueto Faberry foi mais casalzinho que o Brittana.
E nem falem que elas cantando com a professora que tinha nome de atriz pornô era um dueto fofo porque não era dueto. Eu tô falando de dueto. Como o I Wanna Dance With Somebody que também foi sexy.
Aí tem a cena delas falando sobre que elas conversavam bem próximo... Que eram quando elas se beijavam. Quem nunca teve uma conversa Brittana, né? A Santana é muito cara de pau. Não, somos amigas! Isso é só uma conversa super de pertinho. Esse foi parte do desenvolvimento Brittana. Coisinhas jogadas.
Aí a Brit namorava o Artie. Largou dele. Santana se declara. Foi fofinho. Elas marcam de fazer o programa da Brit e tals pra irem ao baile juntas. Santana não vai porque não consegue se assumir. Aí a Santana vai com o gay enrustido para o baile. Brit vai e fala uma coisa super fofa. E no final da temporada eles deixam aberto se elas ficam ou não juntas.
Vem a terceira temporada, elas estão juntas escondido. Beleza... Santana é chutada do armário pelo idiota do Finn e quem defender essa criatura vai apanhar de mim. Não se tira a pessoa do armário. A gente pensou que eles iam dar todo o desenvolvimento da Santana saindo do armário e sofrendo com isso. E aí em um episódio eles já dizem que tá tudo bem porque cantaram I Kissed A Girl And I Liked It. Curou as feridas do mundo. Fechou, acabou! Ela nem sofreu por não ter o apoio da avó. Nem tocaram mais no assunto da avó. Apagaram a véia.
Santana virou a maior lésbica assumida da face da Terra. Tudo lindo. Mas eles tinham que dar um final bonito pra Santana em relação à avó. Aí três... Três! Temporadas depois... Um episódio pra isso e o mundo virou o mais colorido do universo multicolorido.
De coração... Não teve desenvolvimento, mas as lésbicas ficam felizes com isso. E é sempre assim. As séries gays podem até ser canceladas com poucas temporadas, mas as lésbicas sofrem isso muito mais vezes. Os gays são tratados de uma forma mais carinhosa pela indústria cinematográfica.
Os beijos gays são sempre em maior número porque as mulheres héteros aceitam mais os beijos gays. Os homens héteros aceitam mais o beijo lésbico, mas as séries gays são muito assistidas pelas mulheres héteros. Elas amam os gays. Sonham em ter um gay como melhor amigo. Homens héteros nem perdem tempo vendo séries lésbicas, nem por fetiche. Ou seja, os héteros não assistem séries lésbicas. É muito raro. Mas as séries gays são assistidas pelas héteros. E as produtoras querem atingir o maior número de pessoas pra ter mais views e, com isso, lucrarem mais. Elas vão focar nas mulheres héteros. Entendeu?
É só você ver como nas redes sociais, a comemoração sobre como o meio LGBT tá ganhando em produções são sempre com maioria de produções gays. O LGBT não tá ganhando nada, quem ganha é só o G. Aí mascara que as outras letras são boicotadas. A série lésbica pode ter uma boa audiência, mas ela vai ser cancelada sem dó nem piedade, mesmo os fãs implorando. Olha First Kill que teve ótimos números. Não foi como se ela fosse um fracasso. E o pior foi quando ela foi cancelada que apareceu um bando de lésbica dizendo que a série era horrível e merecia o cancelamento porque flopou. É mentira, isso. Não flopou. Os números eram grandes pra uma produção tão barata como aquela. Já uma série gay tem chance de permanecer, ainda, por mais uma temporada, mesmo não tendo aquele sucesso todo. Eles levam em consideração o custo benefício. Com as lésbicas não levam. As lésbicas devem fazer bastante dinheiro pra eles. Warrior Nun só foi salva pelo milagre do divino.
E eu sei dessas coisas porque minha amiga, a Rissa, que é minha amiga trouxa da Tailândia e é minha amiga desde criança, me manda atualização. Ela sabe que sou bruxa. Eu ensinei pra ela como entrar em contato comigo. Aí ela me manda carta uma vez por mês. E na última ela disse sobre que Warrior Nun foi salva porque ela sabe que eu gosto dessa.
Na verdade, sou eu que mando a carta pra ela e peço pra minha coruja, a Jasmine, leve a carta pra ela e traga a resposta. Eu mando uma vez por mês porque não quero causar sofrimento pra minha corujinha amada. Imagina ela atravessando a Europa e a Ásia. Uma vez por mês tá ótimo! Ela é uma coruja-do-mato. Muito linda!
Se eu estiver falando alguma besteira, podemos conversar sobre isso e aprender juntas sobre o tema. Eu não tenho problemas em assumir que falei alguma merda. A gente não nasce sabendo. A gente tem que aprender sempre pra melhorar como pessoa.

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Vou visitar a Sam depois de me segurar muito pra não ser a primeira pessoa que ela veria ao acordar. Eu esperei um pouco pra não ir logo de cara e ela pensar que eu tô de cima dela. Na verdade, eu tô meio que esperando ela vir até mim. Eu já fui tanto atrás dela, né? A vida é dar e receber. Se você só está dando e não tá recebendo, o melhor é seguir em frente.
- Assisti você fazendo sua prova e você foi incrível. - Eu sorrio pra ela.
- Nossa, eu fui um desastre! Fui a única que se machucou e ainda fiquei em último lugar. - Ela está sem graça e eu acho isso fofo.
- Não! Eu acho que você foi incrível, mesmo! Mas fiquei pensando... Tipo, o motivo de você ter falado sobre mim lá. - Eu fico sem graça e com medo dela me dar o fora outra vez.
- Vou ser sincera com você. A veela me seduziu parecendo com você. - Ela fica vermelha e eu sinto vontade de morder ela.
- Você gosta de mim? - Olho no fundo dos olhos dela pra ver o que ela sente.
- Por que a pergunta? - Ela parece fugir da resposta.
- As veelas usam o que guardamos dentro dos nossos corações para nos seduzir. - Continuo olhando os olhos dela pra ver se vejo que ela gosta de mim.
- Eu não sei o que sinto. - Ela fica sem graça e eu penso que acho que devo ir para o tudo ou nada e ver se sigo em frente ou se continuo aqui esperando.
- Vamos fazer o seguinte... Eu vou te beijar e você pensa o que sente. Depois, você me conta. Combinado? - Eu tento parecer que é algo simples, mas por dentro eu estou parecendo uma bateria de escola de samba do Brasil.
- Tudo bem. Vamos lá! - Ela está tímida, o que me faz pensar que é um bom sinal.
- Claro. - Eu me levanto da beira da cama e me sento ao lado dela.
Eu olho para ela tentando parecer o mais calma possível porque eu preciso fazer tudo dar certo. Quero que seja perfeito. Calmo e tranquilo. Porque o outro beijo foi algo tão... Que ela fugiu de mim. Não quero passar por aquilo de novo.
Coloco minhas mãos no rosto dela delicadamente. Ela fecha os olhos e eu sei que posso avançar.
Então, toco meus lábios no dela. Peço a passagem do beijo com a língua bem de vagar pra não assustar ela. E ela abre os lábios, deixando minha língua entrar. Ela usa a língua também. Eu já beijei de língua antes, mas não era assim. Não era intenso assim. Era como se a pessoa estivesse em transe. Acho que é meu primeiro beijo de verdade. Sem meu lado veela agir pra me atrapalhar.
O beijo vai durando e é como se a gente já se conhecesse e fizesse isso há muitas e muitas vidas. Aquela coisa de nós termos nossas versões em todos os universos e em todos a gente ser o amor da vida uma da outra. E, sim, eu tô vendo isso como se eu estivesse num multiverso.
Não quero me afastar do beijo, mas acho que já foi o suficiente para nós duas pensarmos sobre isso por agora. Se ela aceitar ficar comigo, nós teremos todo tempo do mundo para nos beijarmos.
- Agora, eu preciso ir pra sala comunal. Pense com carinho. - Dou um beijo no rosto dela pra ela pensar mesmo com carinho e vou embora.
Vou para a sala comunal sorrindo feito boba o caminho todo. Eu estou tão feliz que poderia voar por aí sem precisar de uma vassoura. A gente ama e fica boba. O coração deixa a gente em êxtase e sem controle, não é? Se eu tivesse chegando em casa, fecharia a porta e encostaria nela, fechando meus olhos e sorrindo. Igual naqueles filmes de romance. Eu sou boba quando fico apaixonada. E espero poder viver um amor de verdade dessa vez. Não quero viver uma vida sem sentir o que é amar e ser amada por uma mulher.

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Hoje, de manhã, tomei meu café bem cedo e vim para a biblioteca da Corvinal estudar correndo. Não está dando muito pra ficar na mesa da Corvinal... Ando estudando aqui porque eu ganhei uns fãs que ficam me mandando fazer eles verem de novo o que viram no torneio. E isso é algo terrível, pois essas pessoas não conseguem conviver com a própria realidade. Precisam de mim pra enganar seus corações iludidos que uma dia a pessoa amada vai querer estar com eles. E não é assim que funciona o amor. A pessoa quando quer a gente, ela demonstra isso.
- Precisamos conversar. - Vejo Sam parada na minha frente com uma cara de poucos amigos.
- Oi, como está, Sam? Melhorou? - Eu não consigo conter a felicidade.
- Estou ótima! Podemos conversar? - Ela coloca a mão na cintura e eu sinto que algo vem aí.
- Sim. - Coloco meu livro no chão e olho para ela.
- Já pensei sobre o que pediu e a minha conclusão é de que não posso ficar com uma veela. Sinto muito. - Ela fala tudo de uma vez, imagino que pra acabar com isso de uma vez.
- Claro. Agora, eu preciso estudar. Se me der uma licença... - Pego meu livro de volta e me escondo atrás dele pra ela não ver meus olhos cheios de lágrimas.
Se ela não me quer, não tenho o que fazer. O melhor é eu seguir minha vida. Por enquanto, eu gosto dela e não vou conseguir fazer isso, mas logo estarei feliz. Não é a primeira vez que alguém não me quer. Eu já me acostumei com isso. As pessoas nunca vêem que por detrás da veela eu sou uma pessoa com sentimentos. Eles preferem me ver como uma sedutora sem sentimentos que só merece uma aventura e nada mais.

Treacherous (REPOSTAGEM)Onde histórias criam vida. Descubra agora