• Quem sabe um recomeço •

207 19 11
                                    


4 meses atrás

Macau

Já fazia dois meses desde que eu e o Chay terminamos, é óbvio que eu ainda não o superei, mas já consigo voltar a reagir, muito a contragosto mas consigo.

Ter conseguido entrar na faculdade com certeza tá me ajudando nesse processo, a fotografia sempre uma paixão minha desde de pequeno, agora que eu não tenho mais o meu querido e controlador pai por perto, finalmente eu pude seguir os meus sonhos e desistir da faculdade de administração que ele tanto queria que eu fizesse.

Chay aos poucos tenta uma reaproximação comigo, por mais que ele esteja tentando respeitar o meu tempo, eu sei que ele está sentindo a minha falta, apesar de não ser como eu queria.

Nesses dois meses eu amadureci muito, apesar de ter me arrependido no segundo em que eu saí do seu quarto naquele dia que eu terminei com ele, mas eu sei que era o mais correto a se fazer.

Naquele dia cheguei tão destruído em casa que senti uma vontade enorme de acabar com tudo, essa não foi a minha primeira rejeição mas sem dúvida foi a mais dolorosa. Nem toda tortura psicológica que o meu pai fez em mim durante todos esses anos doeu tanto quando deixar o amor da minha vida ir por que ele não me pertencia.

Hoje eu resolvi sai do buraco em que eu me enfiei, e por mais que a gente não esteja mais juntos, eu não posso desistir de mim, o Chay é uma pessoa tão linda por dentro e por fora que me ver nessa situação com toda certeza acabaria com ele, e eu prometi que eu jamais iria machucá-lo, mesmo que eu esteja em pedaços.

Resolvi tirar algumas fotos e me concentrar no que eu mais amo fazer. O dia estava lindo e a luz estava perfeita, tudo estava favorecendo para que as fotos saíssem incríveis.

Estava tão concentrado tirando foto de alguns gatinhos que brincavam que nem tinha percebido que alguém se aproximava de mim.

- Você é realmente bom. - tomo um susto e me viro dando de cara com Phong.

- E aí raio de sol, me conta uma novidade. - digo rindo de lado, adoro provocar ele.

- Olha, as vezes eu esqueço como você pode ser insuportável. - ele diz com um sorriso divertido no rosto.

- Ah qual é, você me ama que eu sei.

- Vai sonhando... Macau, posso conversar com você?

- Manda aí.

- Eu sei de tudo que rolou entre você e o Chay. - meu sorriso some do rosto e uma pontada fina atingiu eu meu coração. - Foi mal, eu não tô afim de chutar cachorro morto, só queria saber como você está? Afinal, você pode até ser chato, mas ainda te considero um amigo. - dou um sorriso meio melancólico pra ele.

- Tá tudo bem, esse cachorro aqui não tem mais o que chutar, eu tô legal, se eu dissesse que eu ó esqueci e que eu não sinto mais nada por ele, eu estaria mentindo, mas eu sei que o que eu fiz foi a melhor decisão pra nós dois.

- Você tá certo, e eu admiro muito a sua coragem de ter aberto mão da pessoa que você ama.

- Não tem nada em mim pra se admirar, eu só fiz o que era melhor pra ele.

- Macau, você não devia se menosprezar tanto assim, você é um cara incrível, divertido, justo e até que não é de se jogar fora, talvez no escuro e com a boca fechada eu até te pegasse. - dou um sorriso ladino.

- Eu sempre soube que você era gamadão em mim, se eu já não fosse completamente apaixonado pelo Chay, talvez eu te desse a honra de me dar uns pegas.

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