• Fui Descoberto •

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Chay

Mais um dia deitado nessa cama enorme, nesse quarto enorme, nessa casa enorme, pensando na enorme loucura que se transformou a minha vida, que antes era difícil mas de certa forma tranquila de lhe dar, mas agora se transformou num emaranhado de confusões, que mesmo depois de um tempo ainda não consegui assimilar direito.

Em um dia o meu irmão era Porsche, o melhor barman do bar da P'Yok e hoje ele é Kum Porsche, o líder da segunda família da máfia. ISSO É LOUCURA!!!

Fico feliz por ele ter encontrado o amor e estar feliz finalmente depois de tantos momentos difíceis que nós tivemos que passar para nos mantermos, fico feliz também por termos a nossa mãe de volta, embora ela ainda seja uma completa desconhecida pra mim. Mais infelizmente eu não consigo ser feliz por mim, não depois de tudo que aconteceu, não depois de ter sido arrancado da minha vida antiga e ter sido jogado nessa, não depois de ser enganado, humilhado e abandonado por aquele que mesmo com o seu jeito frio de ser, eu acreditava que nutria sentimentos por mim.

Mesmo que ele tenha me enviado aquele vídeo, que continue me protegendo, porque sim, eu sei que ele continua nas sombras cuidando pra que nada de ruim me aconteça de novo, mas pra mim ainda é muito difícil passar por cima de tudo que ele me fez, a forma fria com que ele me virou as costas enquanto eu chorava, o fato dele apenas ter me usado pra coletar informações enquanto eu achava que ele estava começando a gostar de mim, tudo isso me faz tão mal, que só de olhar para o seu rosto já me trás uma dor tão grande que mal consigo suportar.

E foi por esse motivo que eu desisti da minha tão sonhada faculdade de música. P'Wik foi a minha inspiração pra eu querer seguir o caminho da música, mas P'Kim foi o motivo de eu jogar tudo pra cima e dar as costas pra esse sonho.

Sonho... Sonho que não era só meu, mas também do meu irmão, que tanto se sacrificou e lutou pra me dar uma boa educação e me incentivou a correr atrás dos meus objetivos. Seu maior sonho é me ver graduado, pra que eu não precise passar por tudo que ele passou. Pensar nisso me faz sentir um egoísta de merda, por ver todos os esforços do meu irmão se tornarem em vão.

Não vou negar que de certa forma eu me arrependi de ter desistido da entrevista, eu não posso dar a uma pessoa o poder de interferir na minha vida desse jeito, mas agora também já é tarde pra eu ficar pensando nisso.

*Batidas na porta*

- Pode entrar.

- Chay, precisamos conversar. - meu irmão entra em meu quarto com cara de poucos amigos.

- O que aconteceu dessa vez?

- Porschay Pachara Kittisawat, você desistiu da entrevista para entrar na faculdade de música? - meus olhos quase saltaram das orbes, vejo que meu irmão está tentando manter toda calma do mundo.

- Como você ficou sabendo?

- O reitor da faculdade me ligou, ele disse que você é um aluno muito promissor e agora depois de TRÊS MESES depois da primeira entrevista, teria essa última, e ele gostaria de saber se você não mudou de idéia.

- Mas como ele sabe que eu sou um aluno promissor, se eu nem ao menos fiz a entrevista? - pergunto curioso.

- A sua sorte Porschay, é que você tem um ótimo amigo que assim como eu, também acredita no grande potencial que você tem. Parece que o único que não acredita nisso é você. - vejo o rosto do meu irmão mudar de uma expressão raivosa, pra uma de decepção. E essa era a expressão que eu mais fugia de receber dele.

- Me perdoa Porsche! Eu sei que eu te decepcionei.

- Chay, eu não estou só decepcionado, eu estou preocupado com você. Eu sei que depois de ter mentido sobre o meu trabalho, eu não sou lá um exemplo de sinceridade muito grande a se seguir. Mas tudo que eu fiz foi pra te proteger, eu menti pra te manter seguro e tentar te dar uma vida confortável, mas e você? Porque mentiu? Eu sou seu irmão, e você sempre vai poder se abrir comigo, se você não queria mais fazer a faculdade de música, eu não iria te forçar, eu só queria saber o porque? - me sinto péssimo em ver o Che dessa forma e por causa desse maldito amor.

- Che, eu tava muito confuso com tudo que aconteceu, eu precisava de um tempo pra por as coisas no lugar e não queria te preocupar com as minhas confusões.

- Chay, será que você não entende que você é a minha vida? Me perdoa por ter feito você cair de paraquedas nessa loucura de máfia, mas eu sempre vou estar aqui por você. Sempre, e nem por um segundo volte a pensar que eu colocaria qualquer coisa na sua frente. - me jogo nos braços do meu irmão e não consigo conter as lágrimas que sem eu perceber, já estavam caindo descontroladas.

- Me perdoa Che! Eu te amo muito. - digo em meio ao choro.

- Eu te amo muito Chay, você é a coisa mais preciosa da minha vida, se você não quiser mais fazer a faculdade tudo bem, a gente tenta outra coisa.

- Eu quero Che! Eu quero a segunda chance.

- Tem certeza? Eu não quero que se sinta forçado à nada.

- Tenho sim!

- Eu vou ligar pro reitor pra ele marcar a data e horário pra você fazer a entrevista.

- Obrigado irmão, prometo não te decepcionar de novo.

- Só quero que você me prometa que vai ficar bem e que vai me contar quando não tiver se sentindo bem com algo. Somos família e eu sempre vou estar aqui pro que você precisar. Eu te amo! - ele diz já se levantando.

- Também te amo! - e assim eu volto a me jogar na cama novamente, vai ser bom pra mim ter algo para focar além dá dor que eu sinto. Só espero que o meu caminho não se cruze com o dele novamente.

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Nota: Gente, espero que gostem dessa história. Pretende que seja curta, mas vamos ver como vai se desenvolver. Beijinho🤍

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