4. Barbacoa de Domingo

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(Tradução: Churrasco de domingo)

   Os três suspiram ao sair do carro. Como sempre, estavam atrasados. A culpa era cem por cento de Roier. Mesmo que Jaiden soubesse como o mexicano era relaxado com compromissos, deu o braço a torcer dessa vez. Era a última vez que deixava Roier cuidando de algo tão importante. Já que, além de ter feito eles se atrasarem, ele esqueceu de comprar o refrigerante que levariam. O que atrasou ainda mais a chegada deles.

   Roier tocou a campainha, arrumando um pouco sua camisa. Ele usava um casaco Jeans claro, com as costas estampadas com o logo do homem aranha. Dessa vez usava uma bandana de pano azul com algumas estrelas, dobrada e amarrada ao redor da cabeça.

   — Bobby, cuidado, hien. — Jaiden alertou ao menino. — Não quero brigas e nem que você quebre nada.

   — Argh! — Bufou.

   Antes que Jaiden pudesse retrucar, Cellbit abriu a porta da entrada e veio caminhando até eles. Roier observou o caminhar do homem magro, estava completamente hipnotizado. Cellbit estava usando uma camisa preta meio colada de gola alta. Isso o deixou dez vezes mais atraente aos olhos de Roier. O sorriso meio envergonhado que os lançou enquanto ia em su direção palpitou o coração de Roier.

   — No babees. — Bobby disse a Roier, o que fez o homem fazer careta para o menino.

   — Oi! Bom dia! Que bom que chegaram. — Cellbit destrancou o portão e os três entraram. Em apertos de mãos meio vergonhosos, Roier e Bobby apresentavam Jaiden.

   — Sou a mãe do Bobby. — Ela disse de maneira meiga. Cellbit estava impressionado, não imaginava alguém tão doce sendo a progenitora de um menino como Bobby.

   — Prazer. Eu sou o Cellbit, o irmão do Richarlyson. — Os dois apertaram as mãos, sorrindo um para o outro.

   Logo, Cellbit guiou-os para dentro de casa. E se Roier já estava impressionado com a fachada da casa, por dentro ele quase engasgou. Quando a porta se abriu, deram de cara com uma sala de estar aconchegante. Encostado na escada em L tinha um piano vertical. Atrás da TV haviam duas portas, uma de cada lado. Seguindo mais adiante havia a cozinha. O fogão estava cheio e na mesa se espalhavam diversos ingredientes e utensílios de cozinha. Bem ao lado havia uma porta para onde dava o banheiro. E no final da cozinha havia uma porta de correr de vidro, que dava para o quintal de trás.

   — A casa de vocês é linda. — Jaiden disse.

   — Ah, obrigado. — Cellbit ajeitou os cabelos, claramente sem jeito com o elogio.

   — Mamãe, posso ir brincar? — Bobby pediu, chacoalhando a mão que Jaiden ainda segurava. Ela estava com medo. A casa era tão bela e cheia de decorações que quebrariam ao mínimo toque, e Bobby era tão…

   — Podem ir lá. O pessoal já chegou, e os amiguinhos do Bobby também. — Cellbit sorriu, imaginando que o motivo da mãe de Bobby não deixá-lo ir era por querer ajudá-lo na cozinha. Coisa que Callbit não queria em hipótese nenhuma.

   — Ok. Se precisar, pode nos chamar. — Jaiden e Bobby seguiram para o quintal.

   O cozinheiro não percebeu que o mexicano não havia seguido a melhor amiga. Ele ficou um tempo parado, apenas observando Cellbit. Como ele era elegante enquanto provava seus feitos e dava um sorriso, afirmando com a cabeça, orgulhoso do gosto. Era gracioso o modo como ele andava pela cozinha. Ora mexendo no fogão, ora picando alguns temperos. Nunca teria imaginado que Cellbit seria um cozinheiro. Roier diria que o homem tinha mais cara de quem comia miojo todo dia. Pelo visto, estava enganado.

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