16. Puertas Abiertas

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[Tradução: Portas abertas]

Os corredores estavam vazios e silenciosos. As vozes de alguns professores mais escandalosos ecoavam pelo lugar. Ao longe, conseguiam ouvir a música de quadrilha que a turma estava treinando.

Os dois meninos corriam por aí. Eles tentavam ser cautelosos e silenciosos, mas falhavam completamente no processo. Os tênis faziam barulho contra o chão encerado e eles riam sem parar. As mãos estavam juntas, e toda vez que passavam por uma porta, eles se abaixaram um pouco para que não fossem vistos.

Chegaram em sua própria sala. Ainda era a sala do primeiro ano do ensino médio, porém Cellbit nunca pensou que passaria aqueles três longos anos ali. Na mesma exata sala.

Os dois correram até o final da sala. Falavam um para o outro ficarem quietos, mas nunca paravam de rir. Eles se sentaram no chão, bem atrás das carteiras que normalmente sentavam.

— Acho que ouvi alguém vindo. — Cellbit disse, tentando ver entre as mesas, ao mesmo tempo que se escondia.

— É claro, você não cala a boca! — Quackity respondeu, o dando um pequeno tapinha no braço.

— Foi sua ideia fugirmos! Se nos pegarem…

— Não vão nos pegar, culero! — Começou a ouvir passos no corredor. Sabia exatamente que era o monitor Carlos. Era ele que sempre o pegava gazeando aula.

— O que faremos? Se meus pais descobrem… — Cellbit já pensava em se entregar para o monitor Carlos e inventar uma desculpa qualquer por estar ali.

— Callate! Estou tentando pensar!

Quackity olhou para todos os lados, tentando achar algum bom lugar para se esconderem. Apesar de o local onde estarem fosse bom para olhares desatentos, o senhor Carlos saberia exatamente onde procurar. Ele era o mestre dos sete erros por algum motivo, certo?

Viu o armário, bem atrás deles, e teve uma ideia. O abriu depressa. Bem abaixo, havia um espaço grande sem prateleiras que serviam para colocar caixas. Eles caberiam ali. Principalmente pelos dois serem pequenos.

— Vamos, entra ai. — Apontou para dentro do armário.

— O que? Não! E se o armário trancar?

— Eu vou deixar uma fresta, idiota!

— Mas e-

— Se voce prefere ser pego pelo Carlos, ok! Eu vou me esconder e ser inteligente. — Entrou no armario, encolhendo suas pernas para proximo ao peito. Sobrou espaco suficiente para o cabeludo.

Considerou as opções e só desistiu. Suspirou e entrou rapidamente no armário. Quackity fechou a porta, bem na hora que o monitor Carlos abriu a porta da sala.

Os olhos dos meninos ainda se acostumavam com a pequena escuridão, já que entrava bastante claridade pelas frestas. Porém, seus ouvidos estavam atentos.

Carlos apenas olhou em volta, procurando pequenas coisas que entregassem a posição de qualquer fujão. Alguns professores haviam reclado de um ou dois adolescentes no corredor. Mas, pelo visto, eles não estavam ali.

O monito arrumou seu casaco, e partiu dali dando de ombros. A porta bateu atrás de si, sendo trancada a chave logo depois.

Ao ouvirem o barulho, os garotos escondidos apenas soltaram todo ar que guardavam. Eles se entreolharam, e deram risada por terem conseguido lograr o homem.

— Viu? Facinho!

— Ok, agora podemos sair? — Cellbit revirou os olhos.

— Tá legal. — Ele tentou abrir a porta, mas ela não se abriu. Tentou de novo, mas novamente ela não se mexeu.

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