Capítulo II

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"Uma nova vida começa para nós a cada segundo. Avancemos com alegria para encontrá-la. Devemos seguir em frente, querendo ou não, e andaremos melhor com os olhos voltados para frente do que olhando para trás."(Jerome K. Jerome)



***



Quando me viro, minha mãe está de pé me avaliando, eu já sabia que ia ouvir um sermão. Coloco Dylan ao chão e ele corre para brincar. Mamãe espera Dylan sumir, então ela despeja tudo que está engasgado em sua garganta.


— Emma... – Mamãe começa. — Filha quando você vai aprender a ler nas entrelinhas. Por Deus Emma! Pare de ser cabeça dura. – Olho para ela impaciente dou de ombros passo por ela sem lhe dizer nada.


Quando chego ao balcão tento acabar com o sermão. — O Dylan nunca precisou de um pai... Estamos muito bem. – Minha mãe me interrompe.


— Pare, pare Emma, responda-me, quantas vezes Deus lhe deu a chance de limpar a cagada que você fez... Talvez hoje tenha sido a sua última chance e você desperdiçou. – Eu olho para ela descrente. – Calma, eu já vou terminar, uma última frase e guarde-a muito bem, um dia você vai perceber que eu tinha razão... "Apendemos pelo Amor ou pela Dor Emma" você está escolhendo o pior caminho minha filha, nós temos o livre arbítrio, mas precisamos usá-lo com sabedoria.


Mamãe vira-se saindo da loja deixando-me sozinha...


Eu estava tão bem, nem me lembrava do Ricardo... Quer dizer eu evitava qualquer notícia sobre ele, o que era quase difícil, ele vivia na mídia ele e a sua "noiva". Mas a lembrança era menos dolorida do que vê-lo tão perto, sentir o seu cheiro...


— Mais que Merda! – Eu xingo alto. Por que o Ricardo tinha que surgir em minha vida novamente. Droga, droga...


Resolvi ver como Dylan está. Chego quieta na sala de brinquedos... Ele está brincando com o seu carrinho preferido.


Dylan é uma criança maravilhosa, inteligente e muito comunicativa, quando ele nasceu fiquei apavorada, mamãe estava em uma depressão terrível não tive muito opção a não ser aprender a cuidar do Dylan sozinha, foi uma gravidez problemática e muito difícil, por duas vezes eu quase o perdi.


Fiquei por quase um mês de repouso deitada com as pernas para cima, muitas vezes peguei o celular na tentativa de ligar para o Ricardo, mas o meu medo tangia essa ideia longe.


Quando Dylan nasceu, foi pior, pois meu parto foi cesáreo e não tive resguardo, precisei trabalhar cuidar dele e da mamãe ao mesmo tempo.

Após algum tempo mamãe foi se recuperando, eu acho que foi o nascimento do Dylan que a fez voltar para vida, só daí em diante minha vida melhorou, ela passou a cuidar do Dylan enquanto eu ficava na floricultura.


Ultimamente eu ando preocupada com ele, pois ele se cansa rápido, e fica resfriado com qualquer ventinho. Já fizemos vários exames, mas nada foi diagnosticado, os médicos dizem que é do organismo dele, ele está crescendo e os seus anticorpos estão se desenvolvendo.

EMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora