Capítulo V

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"Todos nós temos nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam pra trás, são chamadas de memórias. Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos." (Jeremy Irons)

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O caminho para casa foi silencioso, Pietra inclina o banco do carro virando a cabeça em direção à estrada, ela não disse nada, não me perguntou nada, não sei se gosto ou se me incomodo com o seu silêncio. Assim que chegamos ela espera-me abrir a porta do carro para ela descer, faço isso. Entramos em casa ela dá alguns passos em direção as escadas, Pietra percebe que sigo em outra direção, então ela vira-se e me pergunta.

- Você não vem deitar?

Meus pensamentos estão longe... Paro diante da porta do gabinete respondendo com certa indiferença.

- Não! Preciso lê alguns e-mails, amanhã tenho uma reunião muito cedo. Não precisa me esperar, pode dormir.

Dizendo isso entro no gabinete batendo a porta.

Eu sei o que a Pietra quer, ela quer fazer sexo, eu a excitei, a deixei louca, senti a sua necessidade o seu cheiro de fêmea... Mas, minhas duas cabeças estavam direcionada em outro lugar em outra pessoa. "EMMA" kralho de mulher, fiquei tanto tempo só com a vasta lembrança do seu sabor, e agora ela surge com força total, tomando conta de todos os meus poros. Aqui estou eu, sentado diante do notebook, mas não consigo fazer nada.

Como não consigo me concentrar, fecho o notebook afastando-o da minha visão. Inclino o corpo para trás colocando meus pés em cima da mesa, fecho os meus olhos e em meus pensamentos surge a imagem de um garotinho loirinho, com um sorriso aberto e cheio de alegria, "Dylan" o filho de Emma... Que criança maravilhosa.

Quando perguntei a Emma se o Dylan é o meu filho, torci para que ela dissesse sim... Fiquei decepcionado, como eu gostaria de ser o seu pai, minha felicidade seria completa estaria no céu com tamanho presente, por isso fiquei fulo da vida quando Emma me disse que o pai do Dylan pediu para que ela o abortasse, juro que se encontrasse o desgraçado eu o obrigaria a assumir o seu filho. Lembrei que prometi ao Dylan que voltaria a procurá-lo, bem... Promessa é dívida.

***

Sexta feira chegou e com ela a promessa do Otávio de sairmos para dançar, eu estou eufórica, já faz muito tempo que não saio para dançar nem mesmo para simplesmente ir ao cinema, desde que cheguei a Suzano não sei o que é farra, meus passeios resumem-se em parquinhos de diversões, matinés e peças de teatros infantis. Não estou queixando-me adoro sair com o meu filho, porém preciso de um momento adulto. Eu estou tão distraída que nem ouço minha mãe chamando-me.

- Emma! Emma, filha... Ei chamando terráquea, alguém ai? - Olho para ela e lhe faço uma careta.

- Calma senhora marciana. - Ambas começamos a rir alto.

- Você já escolheu a roupa que irá vestir hoje à noite?

- Mãe! Eu só vou a uma boate dançar, não precisa de nada exuberante...

Minha mãe me olha com espanto.

- Como assim! Mas é claro que precisa ser exuberante. Emma! - Ela me chama a atenção. - Otávio lhe cerca por anos, ele te vence pelo cansaço e você não vai lhe dá o seu melhor, qual é Emma, ao menos suas roupas de baixo precisam ser de tirar o fôlego.

Fiquei boquiaberta... Minha mãe estava me saindo melhor que encomenda.

- Mãe! - Digo quase enrubescida.

- Falo sério dona Emma, esse homem merece uma bela surpresa, capriche...

Ela vira-se e sai, deixando-me pensativa.

EMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora