Capítulo IV

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"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o!" (Friedrich Nietzsche)


 

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Voltei para Florence no mesmo dia após o meu encontro com a Emma, não tive condições nenhuma em me encontrar com o cliente, liguei para ele e remarquei para duas semanas depois. Com tantas cidades no estado eu tinha justamente quer parar na mesma cidade que ela. Emma tem o dom de me desestruturar, fiquei completamente atordoado. Entro em meu escritório, sento-me colocando os pés na mesa, já era noite e eu não tinha pressa de chegar em casa, hoje seria a bendita festa beneficente dos pais da Pietra, eu não estava com nenhuma vontade de ir.


Recosto-me na cadeira levando minhas mãos a cabeça fecho os meus olhos e Emma vem em meus pensamentos. Ela está muito mais bonita. Cristo! Eu tive que me segurar para não agarrá-la e rouba-lhe um beijo, foi por um triz. Porém todos os meus sentimentos que tangi para bem longe de mim durante esses anos em relação a ela, voltaram com força total, bastou vê-la... Merda!


E o filho dela... Dylan... Que menino adorável. Então eu me lembro do carrinho, coloco a minha mão no bolso da calça e o retiro. Fico observando o pequeno carrinho vermelho, inclino-me sobre a mesa de vidro colocando o carrinho nela empunho força no pequeno brinquedo e o solto ele sai correndo até perder a força, começo a rir ao me lembrar da alegria do menino por ter ganhado de mim, ele realmente se parecia muito com a Emma. Emma... Emma, porque Emma, por que as coisas tiveram que serem assim entre nós dois, hoje poderíamos estar casados e felizes e o pequeno Dylan bem que poderia ser meu filho... Merda!


Sou afastado dos meus pensamentos com o toque do meu celular.


— Oi Pietra. – Eu já sabia o motivo da ligação. — Já estou chegando. Você já está pronta? – Ela afirma que sim. — Ok, me faz um favor, separe meu terno e já o deixe a cama. – Despeço-me dizendo-lhe que em 15 minutos estarei em casa.


Todos os anos os pais de Pietra davam uma festa beneficente na mansão na qual moravam. Nunca gostei de ir a estas festas, odeio hipocrisia, um monte de gente falsa, nenhuma delas importa-se com a dor do outro, só querem status de cidadãos exemplares, sem falar que terei que ficar aturando as cobranças do senhor Stuart sobre o seu futuro neto. Hoje se ele começar com esta história vai ouvir o que não quer.


Levanto-me nada animado apago as luzes do meu escritório seguindo para garagem entro no carro e parto para casa, para relaxar coloco uma música "Here Without You - 3 Doors Down". Não consigo tirar o rostinho do Dylan da minha cabeça foi amor à primeira vista, fiquei tão impressionado com o menino que me deu uma saudade enorme do Kael. Então eu dou um comando de voz para o meu celular... "Ligar para Angel".


— Alô! – Angel atende. — Aconteceu algo, querido? – Ela me pergunta com voz de preocupação. — Ricardo! – Como é bom ouvir a voz dos que nos amam, depois que perdi meu irmão, Angel e Daimon tem sido minha família.

EMMAOnde histórias criam vida. Descubra agora