Cúmplices de alma

04

— Não é uma coisa adequada uma mulher casada dormir fora de seus aposentos, Lady Baela.

A voz de Aemond ecoou pelo quarto enquanto via Baela surgir pelas passagens secretas com uma cara de ressaca, o príncipe estava sentado na poltrona do quarto de casado de sua irmã com as pernas cruzadas e as mãos entrelaçadas, esperando ansiosamente a chegada de sua prima.

Ao ver o homem presente no lugar, a princesa tomou um susto.

— Não é adequado um homem comprometido, ficar no quarto de uma mulher casada também, ainda mais quando a esposa dessa mulher está fora, caro primo. Baela argumentou — Você sabe como os boatos maldosos surgem. Baela sorriu maldosamente.

Aemond a olhou de cima a baixo e sorriu sarcástico.

— Se você continuar mostrando desinteresse por minha irmã e por seus filhos, realmente teremos boatos bem maldosos.

Boatos que a princesa Baela mantinha uma relação com uma serva qualquer corriam pelo castelo, fazendo Alicent se repugnar de ódio e a gravidez de Helaena ser tão conturbada.

— Cuidado caolho, tais alegações são coisas muito sérias, você pode ter sua língua arrancada 

— Eu tenho plena consciência disso sem mãe, só é um pequeno aviso, minha irmã está tendo uma gravidez um tanto quanto conturbada, e se alguma coisa acontecer com ela você irá sentir as consequências 

Se levantou encarando Baela perigosamente.

— Nem vou dormir essa noite de tanto medo. A princesa debochou enquanto observava o caolho ir embora.

Ao seguir o corredor que dava em direção ao quarto onde sua irmã estava, Aemond se deparou com Daeron indo na mesma direção.

Quando viu, seu irmão parou de andar e o olhou atentamente.

Quando finalmente viu seu irmão mais novo depois de nove anos, Aemond não conseguiu evitar um suspiro de surpresa, olhando atentamente para a não mais criança na sua frente.

"Realmente você cresceu"

— Você cresceu. 

— Você se casou. Daeron respondeu.

— Namoro. Corrigiu.

Daeron suspirou.

— Eu não estou com paciência para ter conversas formais, caro irmão, eu só quero ver a Helaena e ir tomar café da manhã. 

— Compartilharmos do mesmo desejo então pequeno. Seguiu o caminho sendo acompanhado pelo loiro menor.

— Você se tornou um forte rapaz, uma pena que não seja lembrado pela mamãe. O loiro caolho zombou.

Daeron semi cerrou as mãos com a vontade de dar um murro na cara do irmão no meio do corredor.

— Uma pena que o doce príncipe Lucerys tenha que se casar com você. Deu risada- Como um lindo homem daquele pode ter um gosto tão ruim.

— Dois Targaryen no mesmo lugar, só um ficará na história como lorde consorte das mares, ao outro, só sobrou o esquecimento. Respondeu em tom de arrogância.

"Arrogância, você é a pessoa mais arrogante que conheci Aemond" Daeron pensava.

— Dois Targaryen, somente um teve que perder o olho para ter um dragão. Daeron solta uma risada enquanto vê seu irmão respingar de raiva, ele tocou na ferida que abalava o ego do irmão.

— Está disposto a uma briga?

— Não, seria deselegante e eu não estou disposto a ter que ouvir a nossa querida mamãe nos dizer que somos uma decepção.