ᴀᴄɪᴅᴇɴᴛᴇ.

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𝑹𝒊𝒐𝒔 𝑷𝒐𝒗𝒔;

estávamos todos reunidos na casa do Gomez após a apresentação da camisa deste ano

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estávamos todos reunidos na casa do Gomez após a apresentação da camisa deste ano. sempre era motivo de comemoração, nosso time é acostumado a comemorar tudo, não apenas títulos. mas confesso que estava um tanto quando desconfortável, não por conta das pessoas, longe disso.

— ei, não vai beber? /anny disse me encarando com dois copos em mão/ trouxe para nós.

— an /sorri de forma simpática pegando o copo/ valeu, pequena.

— pequena? calma lá, somos da mesma idade amigão /sua voz soou de forma simpática/

— desculpa então, senhora grandona. estava falando do seu tamanho de anão.

eu soltei uma risada e logo tudo em nossa volta ficou em completo silêncio, eu olhava e admirava a vista que tinha em minha frente. mas nem sempre estava tão focado assim, só queria disfarçar.

— fiquei sabendo que sua mãe está em São Paulo, quando vou conhecer? /anny quebrou o silêncio/

— quando você quiser, só não te levo hoje porque ela deve estar bastante cansada.

— tranquilo, foi a Leila que trouxe ela? /questiona/

— sim, para me ajudar e tudo mais.

assim que finalizo minha fala, meu telefone toca.

— um segundo.

com o dedo indicador demonstrei o número um. andei para um lugar distante e logo que estava em um ambiente calmo pude enfim atender. era um número fixo, desconhecido, o que me deixou deveras curioso.

— alô?

— Richard Rios? /uma voz máscula se faz presente/

— sim, sou eu!! /digo com uma certa confirmação/.

— aqui é do hospital, gostaríamos de informar sobre o acidente do seu irmão. o paciente, Benjamim Rios.

— acidente? como assim acidente? /digo de forma rápida com um certo desespero em voz/ como ele está?.

— infelizmente o senhor Benjamim não resistiu aos ferimentos e acabou por vim a óbito. sentimos muito.

— ah, valeu. /engoli a seco tentando me fazer de forte/

— mas a senhorita Jade, está no UTI.

— Jade?. qual hospital é?

— Hospital Oswaldo Cruz.

— estou a caminho.

apenas desliguei o telefone, engoli o choro e apenas sai dali. não informei nada, não me despedi, apenas ergui minha cabeça e segui em frente. não estava conseguindo chorar, por mais que as lágrimas se fazia presente, deixando meus olhos úmidos, não conseguia expor esse choro. é como se algo me prendesse, uma sensação horrível!.

hora dessa meus pais já foram informados do falecimento, eu preciso de forças para continuar. eu preciso ajudar minha mãe em sua doença e nessa superação de perda, mesmo não tento força, mesmo estando longe mentalmente. mas eu preciso.

...
𝒹𝑜 𝑜𝓊𝓉𝓇𝑜 𝓁𝒶𝒹𝑜 𝒹𝒶 𝒽𝒾𝓈𝓉ó𝓇𝒾𝒶...

um  tanto  mais  cedo

𝑱𝒂𝒅𝒆 𝑷𝒐𝒗𝒔;

— bora Jade, mulher enrola demais /benjamim brinca com a situação

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— bora Jade, mulher enrola demais /benjamim brinca com a situação./

— vocês vão mesmo? /amorim disse com uma certa mágoa em sua fala/ vou sentir saudade.

— para amor /Benjamim corresponde/ daqui uma semana eu estou de volta. uma semaninha apenas.

assim que desci as escadas com as malas, tive a visão dos dois se beijando o que me fez soltar um sorriso com a situação.

— vou sentir saudade de boiolar meu casal /digo de forma educada, demonstrando carinho/.

— saudade eu vou sentir de vocês dois, e principalmente do futuro príncipe. já aceitou que vai ser menino, né? /Amorim comenta/

— olha, filho... ou filha. seu padrinho já tá louco babão em você.

soltamos uma risada e logo nos abraçamos, esses momentos são únicos em minha mente. passei minha língua entre meus lábios deixando eles úmidos, a despedida nunca me fez bem e eu nem sei como se faz isto. mas logo após nos despedimos, foi uma despedida clássica, choro, juras, mais choro e por aí foi.

já fazia exatamente uma hora de viagem. de Goiás até São Paulo seria umas 13 horas de viagem de carro. já não sabíamos nem do que conversar, já tínhamos jogado vários assuntos fora e ele como sempre desabafando sobre sua família. eu sei que é errado, mas eu tenho uma visão tão ruim da família dele, mas não podemos julgar sem conhecer, como ele mesmo diz. a vida é muito curta para vivemos de julgamento.

confesso que dormi, não era para isso acontecer. mas estava tão cansada e tão enjoada da viagem que acabei por adormecer. meus olhos se abriram lentamente, estava no banco de trás então minha única visão foi a estrada toda escura e com alguns faróis de iluminação.

— acordou, gatinha? /Benjamim brinca me fazendo soltar uma risada/

— desculpa dormir! a intenção era ficar com você, mas...

— eu super entendo, você tem que dormir bem para que nosso menino cresça bem aí dentro do forninho.

antes mesmo de responder notei o semblante do mesmo, era um semblante de sofrimento. talvez foi um grande erro meu, separar ele do Amorim e fazer ele se aproximar da família.

— desculpa, viu?! não queria fazer você passar por isso.

— para de pedir desculpa amiga! eu estou fazendo isso pelo o seu bem e pelo bem do bebê. eu vou rever o Amorim, não foi nosso último dia.

— mas /sou interrompida/

— ei? sem mas! está com fome?.

— estou morrendo de fome, juro! eu comeria facilmente dois caminhão de bolo de...

— CHOCOLATE!! /ele afirma me fazendo rir/ tá vendo, acho que estou grávido.

— só você mesmo viu, seu bobo /sorrio/ te amo!.

— também te amo, amiga.

ele vira seu rosto para trás para me mandar um beijo, mas só consigo notar uma forte luz vindo em nossa direção e não estava nada normal!! rapidamente minha respiração começa a pesar me fazendo ficar desesperada por dentro, algo me dizia que.

— Benjamim, um caminhão, Benjamim.

digo entre gritos desesperados, mas foi tarde demais. quando ele se virou já era tarde para tentar sair dali, minha única lembrança deste momento foi barulhos do pneu e da batida se chocando com o caminhão. não pode se verdade, o que era para ser um dia tranquilo se tornou em pesadelo.

não pode ser, não pode ser!! foi tudo culpa minha, tudo culpa minha.

silly fear.Onde histórias criam vida. Descubra agora