Resiliência

45

Acordei hoje com meu plano em mente, acionei o Magrão pelo celular e convoquei ele pra vim aqui em casa. Enquanto ele não chegava eu aproveitei pra cuidar da Aurora, já consegui uma babá pra ela, menina nova daqui da favela mesmo, bom é assim mesmo, porque aí eu consigo monitorar tudo

-- O que tu manda, galega? - Falou assim que abri a porta

-- Tô afim de fazer um jogo de manipulação - Peguei no pingente do meu colar -- Você tem algum Vapor recente lá na Maré?

-- Tenho sim

-- Perfeito então, escuta só...

Passei pela frente da boca e vi os moleques tudo na contenção, entrei e reparei o clima pesado no ambiente

-- Parece que teu cúmplice tá meio encrecado - Rato comentou no deboche

Demorei um pouco pra raciocinar toda a situação, mas aí liguei um ponto ao outro. Fui em direção a sala do Hugo e abri a porta vendo, um Hugo totalmente alterado com uma glock ma mão, enquanto o RD estava na mira do mesmo, por incrível que pareça, apesar do RD estar em frente a morte, ele permanecia calmo, muito sereno

-- O que tá acontecendo aqui mesmo? - Falei chamando atenção deles

Hugo abaixou a arma e me encarou com sangue nos olhos

-- Casa caiu Alice, eu sei que foi o RD que te ajudou na fuga - Gritou

-- Idaí?

-- Idai? Você tem noção que ele mentiu na minha cara, me ajudou nas buscas pra te encontrar sendo que ele sabia onde você tava esse tempo todo?

-- Ele não sabia não - Neguei -- Mas você quer mesmo falar em trair confiança?

-- A gente nunca foi amigo não Alice, tu nunca me respeitou, então eu não trai a sua confiança

-- Eu agradeço por não ter tido uma amizade igual a sua, mas sim igual a do RD, que foi o único que acreditou em mim de verdade, se liga Hugo, seu orgulho tá passando por cima dos seus ideais