Deixe as coisas como estão agora

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- E como você faz pra ter flores o ano inteiro? - Era uma dúvida genuína, em conjunto com a minha vontade de ficar ali pra sempre apenas a observando falar tão empolgada do que gosta.

- Eu tenho meus meios de conseguir. - Joohyun estava bastante sorridente aquele dia, e eu tinha que agradecer ao universo por isso, porque o sorriso dela era simplesmente um dos mais lindos que eu já vi.

- E eu posso saber que meios são esses? - Perguntei erguendo a sobrancelha, posicionando sutilmente minha destra sobre a sua mão esquerda, alisando de modo gentil.

Fazia um mês, não contadinhos, se fossemos contar os dias eram quarenta e três, desde que eu vi a garota dos meus sonhos (Literalmente) e começamos a conversar casualmente e firmar uma amizade. Eu queria mais, óbvio, queria dizer pra ela que não acreditava que aquilo era real e que na verdade eu espero por isso desde que encontrei ela nos meus sonhos pela primeira vez, mas não queria assusta-la. Estava bom do jeito que está, e se disso tudo sair apenas uma amizade eu ainda estaria feliz, porque ela é o ser humano mais gentil e doce que eu já conheci.

- Está nos fundos da floricultura, eu tenho uma plantação e quando não estou aqui, estou lá. - Joohyun diz calmamente, ciente do meu carinho em sua canhota, percebo isso quando seu olhar encontra nossas mais e ela permanece a vontade como estava antes.

- Eu adoraria ver. - Estranhamente, eu confiava naquela mulher como se a conhecesse a anos, e ela poderia me matar ali mesmo e enterrar meu corpo nos fundos de sua loja.
Eu estaria sendo ingênua demais? Apaixonada demais?

- De verdade? - E estranhamente, ela parecia animada para me mostrar sua plantação.

Sorri igualmente animada, não tinha condições de não reagir de outra forma, quando Joohyun me mostrava aquele sorriso.

- Claro que sim. - Meu celular desperta. Meu horário de almoço está prestes a acabar.

- Acho que você precisa voltar agora, nos vemos amanhã e eu te mostro.

Todos os dias pontualmente desde a primeira vez, passo noventa por cento do tempo de almoço com Joohyun desde o dia que voltei nesse lugar com a desculpa de comprar uma jarra para flores que nem eram minha responsabilidade mais.

- E- E se... - Tossi para disfarçar a gagueira momentânea. - E se a gente saísse hoje? Sei lá, você gosta de cinema? - Tento parecer tranquila, mas eu sei que não deu certo.

Joohyun sorri.

- Está me chamando para um encontro senhorita Kang Seulgi? - E foi a vez dela erguer a sobrancelha enquanto ainda sorria.

- Ficou tão na cara assim? - Meus ombros tensos por uma possível recusa relaxaram enfim e eu sorri sem jeito.

- E que tipo de filme a gente veria? - Perguntou e minhas esperanças não poderiam estar mais altas do que estavam agora.

- Terror! Tem um terror em cartaz e eu estou bem animada pra ver.

- Então você gosta de terror, hm? - Sorriu distanciando suas mãos das minhas quando se encostou na cadeira atrás do balcão.

Estávamos uma de frente para a outra, ela atrás do balcão e eu sentada de frente para ele.

- Você prefere outro filme? A gente pode ver algum live action da Disney que está em cartaz. - Sorri.

- Ah, então você acha que eu sou medrosa e tenho gosto infantil? - Joohyun não parece ofendida, na verdade ela parece bem divertida ao falar, com seu sorriso no rosto e suas sobrancelhas franzidas de forma engraçada.

- Tão bonita. - Era pra ser apenas um pensamento, mas infelizmente minhas palavras escaparam.

Suas bochechas coram e ela me olha tímida pela primeira vez. - Obrigada. - Diz.

Eu não sabia que algo poderia ser tão gracioso até ver Bae Joohyun com vergonha após um elogio.

- Ninguém nunca te disse que você é linda? - Ousei perguntar, apoiando os cotovelos sobre o balcão.

Ela reflete meu movimento.

- Sim, mas você faz isso de um jeito diferente. - Seu tom de voz baixo e a proximidade me faz querer beijar seus lábios naquele exato momento.

Mais uma vez o alarme do telefone toca. Está mais perto de ter que voltar agora. Joohyun olha para o aparelho no mesmo momento que eu, e eu poderia jurar que a ouvi suspirar em frustração, mas resolvi ignorar.

- Acho melhor você ir, não vai querer se atrasar. - Ela sussurrou para minha morte súbita. Perigosamente perto.

Eu tenho certeza absoluta de que naquele momento eu não era a única que conseguia ouvir as batidas rápidas do meu coração. Joohyun estava tão perto de mim que eu senti seu hálito fresco quando ela soprou uma risada fraca pela minha reação.

Aquela garota definitivamente tinha noção total de tudo que causava em mim, e eu não poderia me importar menos em tentar falhamento esconder toda essa agitação que sinto quando estou ao lado dela.

Me levantei, quase me esquecendo da minha proposta anterior, quando paro segurando a porta daquele pequeno lugar e me virando para encarar seu lindo rosto outra vez. - Então a gente se vê às 19h? - Perguntei.

- Acho que sim. - Ela responde de pé, com as mãos postas atrás de seu corpo. - A gente se vê às 19h e você se prepare para me ver gritando de pavor durante todo o filme. - E mais uma vez aquele sorriso se fez presente.

- Eu mal posso esperar.

Quando as Rosas Desabrocharem - Seulrene Onde histórias criam vida. Descubra agora