Algumas coisas dão erradas para outras darem certo.

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- Bae Joohyun, mulher em torno de vinte e sete anos, foi deixada na porta do hospital por uma pessoa até então desconhecida e encapuzada. Provável tentativa de homicídio. - A enfermeira passava as informações para o médico que iria atender aquela paciente.

Era por volta de 01:40 da manhã de um domingo conturbado em Daegu. A polícia foi chamada e logo e depois de um breve estudo do caso a principal suspeita caiu em Suho.

O estranho era: o que Joohyun estava fazendo em Daegu se morava em Seoul? Simples. Suho percebeu o que tinha feito e ao invés de levar sua ex para qualquer hospital em Seoul, escolheu levar 3h de carro até sua antiga casa porque, em sua cabeça, daria a impressão de que a garota estava por lá a passeio ou qualquer motivo que seja para assim forjar uma tentativa vã latrocínio.

Tudo deu errado por sua falta de planejamento. A princípio o que queria fazer era mostrar para Joohyun que não importava onde ela fosse se esconder, ele sempre a iria achar, talvez se aproveitasse um pouco de Joohyun também, já que sentia tanto a sua falta. Mas aquelas mensagens com uma mulher que ele sequer acreditava que estava se envolvendo com sua propriedade (como ele mesmo achava) o fez perder o controle e utilizar o objeto que apenas usaria para ameaças. Suho não queria ferir Joohyun, pelo menos não fisicamente, ela quem o fez perder o controle e isso não era sua culpa certo? Suho até levou sua ex até a porta do hospital para tentar salvar sua vida depois de dez facadas disparadas por suas costelas. Ele era um bom homem que estava cego pelo amor e triste por uma traição.

Era uma lesão de alto risco, não havia muito sangue, mas atingiu o fígado e baço e por isso foi preciso fazer uma cirurgia.

Sem família, sem amigos, sem Seulgi. Joohyun não tinha ninguém a quem recorrer e nem meios para fazer isso. Quando descobriu que estava em Daegu apenas pediu para que entrassem em contato com Jennie para que essa cuidasse de sua floricultura e para procurar Seulgi e dizer que houve um imprevisto mas logo iriam a um encontro.

Acontece que o contato nunca aconteceu pois a enfermeira não conseguiu achar nem uma das duas citadas e com toda a problemática do acidente, Joohyun precisava focar em sua recuperação para contribuir com a investigação. Joohyun estava há uma semana internada sob os cuidados médicos e vigilância de policiais, e depois que essa semana se findou ficou na cidade pelo resto do mês na casa da única pessoa que Joohyun tinha em Daegu, sua prima Kim Yerim, prima essa que a repreendeu por não ter dito nada sobre o acidente e sobre Suho a perseguindo.

O mês se findou e com ele o assunto se resolveu. Suho foi condenado por sequestro, tentativa de homicídio e ainda penalizado pelo descumprimento da medida protetiva, pegando assim vinte anos de prisão.

Joohyun se sentia livre pela primeira vez.

- Vê se não some de novo. - Yerim dizia, abraçando sem jeito sua prima que já estava de malas prontas de frente para o carro que a levaria para sua casa.

- Eu sei, me desculpa por isso e obrigada por me deixar ficar aqui durante esse tempo. - Joohyun beija o topo da cabeça da mais nova e acaricia o local antes de voltar a encarar seu rosto.

- Nós somos família, é isso que fazemos, nos apoiamos. - Yeri fica de frente para sua prima e segura seus braços antes de voltar a falar. - Pode vir me visitar quando quiser.

- Eu digo o mesmo pra você, minhas portas sempre estão abertas pra você. - Joohyun abraça a garota mais uma vez, mais rapidamente agora. - E você iria adorar Seoul.

- Eu vou considerar essa oferta. - A menina sorri. - Se cuida Hyun.

- Você também Yerimie.

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Seulgi está se praguejando demais por ter bebido tanto tendo que trabalhar no dia seguinte, não era o tipo de coisa que ela fazia e os motivos eram óbvios, ela estava acabada e tudo que precisava era de um  bom café, ou mais alguns comprimidos, mas estes últimos ela já tinha tomado bastante, então era hora do café.

A Kang caminha pelas ruas lentamente enquanto pensa na ideia de mudar sua rota e passar pela rua onde existe uma certa floricultura fechada há um mês, não que ela esteja contando todos os trinta dias desde a última vez, era só o fato. Só percebe que a ideia se tornou real quando para de frente a fachada do lugar olhando e percebendo que parecia diferente aquele dia. Parecia que tinha alguém ali dentro mesmo que as portas estivessem fechadas.

Logo Seulgi se lembra o que Joohyun disse sobre trabalhar na plantação mesmo que não esteja na loja e essa ideia é suficiente para que a Kang caminhe até a porta de vidro e bata algumas vezes até escutar passos dentro do lugar.

Seulgi paralisa. Joohyun esteve ali aquele tempo todo?

- Seulgi? - A Bae abre a porta e sorri quando percebe de quem se tratava. Joohyun dá espaço para a outra entrar.

- O que você tá fazendo aqui? - A pergunta de Seulgi faz com que Joohyun lhe olhe confusa.

- O que? - O sorriso ainda está presente em seus lábios, mas ele agora expressa confusão. - Como assim?

- Eu achei que você tinha ido embora depois do bolo que você me deu, estava aqui escondida todo esse tempo? - Seulgi não tem nenhum sorriso em seu rosto, pelo contrário, seu semblante agora é de raiva.

- Ah. Sobre isso. - Como dizer que quase foi assassinada por seu ex louco? - Eu tive um problema. - E antes que Seulgi pudesse falar qualquer coisa Joohyun levanta parte da blusa que está usando e mostra a cicatriz recente em sua barriga.

- O- o que aconteceu? - Seulgi da um passo a frente e alterna o olhar para os olhos e a cicatriz da Bae.

- Uma longa história envolvendo um ex louco, mas já está resolvido. - Joohyun sorri. - Me desculpa não ter ido ao nosso encontro, ou não conseguir te ligar, eu estou sem telefone desde o acidente.

- Você está bem agora? Precisa de alguma coisa? - Seulgi se aproxima um pouco mais e toca as mãos nos braços de Joohyun até descer para suas mãos, segurando-as. - Não deveria estar de repouso? - Lhe olha preocupada.

- Eu estou melhor, não precisa se preocupar, já faz um mês. - Joohyun sorri sentindo a outra lhe acariciar com seu polegar.

- Eu pensei que você tinha fugido de mim, que pensamento mais egoísta. - Seulgi comenta envergonhada. - Me desculpe.

- Não costumo fugir das coisas que eu quero Seulgi. - Joohyun sorri ao ver o modo surpreso que a mais nova direciona o olhar para si. - Mas eu acho que você deveria mesmo me buscar no nosso próximo encontro.

- Hoje mesmo se você quiser.

Quando as Rosas Desabrocharem - Seulrene Onde histórias criam vida. Descubra agora