Chicago, 1930.
Irene era uma jovem de dezoito anos prometida em casamento. O casamento em si não seria um problema, não era até um ano atrás quando seu pai lhe apresentou seu prometido, o problema estava em seus sentimentos lhe querendo pregar uma peça.
Era difícil pensar em se casar com um homem, quando se via tão cheia de sentimentos estranhos por uma garota que tinha acabado de chegar.
Seulgi era a filha mais velha de um dos motoristas do pai de Irene. Não era fluente em inglês, mas era uma boa aluna, Irene percebeu isso quando a menina dois anos mais nova que si, se mostrava muito interessada em aprender o novo idioma, talvez por ser questão de sobrevivência.
Joohyun se viu construindo uma amizade muito rápido pela garota, o que logo se tornou um sentimento a mais. Foi quando o primeiro beijo entre elas aconteceu, partido pela curiosidade de Joohyun em beijar uma garota.
Seulgi era pura, doce e inocente, e o que começou com uma curiosidade por parte da mais velha acabou se tornando encontros secretos entre uma jovem que se casaria em poucos meses e uma das filhas de um funcionário da família Bae.
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- O que você está dizendo? - Joohyun está em seu quarto, em um dos momentos com sua mãe, onde ela pentea seus cabelos sedosos e lhe dar dicas que como agradar seu futuro marido e ser uma boa esposa.
- Eu quero continuar morando aqui, não quero me casar. - Joohyun dizia como se fosse possível desfazer os grandes planos de seu pai.
- Isso tem alguma coisa a ver com Seulgi?
Sua mãe não media palavra, era notório o envolvimento emocional de sua filha com a garota, é certo que Joohyun vivia cercada de pessoas naquela casa enorme mas nenhuma da sua idade, e com isso é normal que se desenvolva uma amizade. Talvez seja por isso que Joohyun não quer sair da casa de seus pais, ela tem uma amiga pela primeira vez.
- Eu gosto da Seulgi. - Joohyun era sincera e por sorte sua mãe entendeu as palavras com um significado diferente do que realmente tinha.
- Eu sei meu amor, Seulgi parece ser uma boa amiga e provavelmente vai continuar sendo depois que você se casar.
Sua mãe não entendeu seus reais sentimentos e talvez fosse melhor assim.
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- Baechu, eu trouxe um presente. - Seulgi corria sorridente em direção a sua namorada secreta. - Feche os olhos. - Diz e Irene lhe obedece, logo a Bae sente a garota se posicionar detrás de si e puxar seus cabelos para o lado, para logo após sentir uma correntinha em volta do pescoço. Dando um beijo no mesmo em seguida.
- Pode abrir. - Seulgi já está devidamente em sua frente quando Irene abre os olhos, esses que logo vão de encontro ao presente. Uma correntinha com um S gravado dentro de um coração. - Eu coloquei apenas um S pra pensarem que é sobre Suho, mas na verdade é um S de Seulgi, eu sempre vou estar com você. - A Kang sorri.
- Seulgi... - Irene deixa que seus lábios formem um bico manhoso. - Eu quero me casar com você, não com ele.
O casamento era em duas semanas e era totalmente sem negociações.
- Eu sei meu amor, também queria que você fosse minha esposa, mas eu tenho certeza de que Suho vai te fazer bem e feliz. Nós não podemos fazer isso, mas você pode tentar gostar dele.
Soava como se Seulgi não gostasse tanto assim, mas na verdade Seulgi amava tanto aquela garota a sua frente que aceitaria perde-la para outra pessoa se ela fosse capaz de fazê-la feliz.
Cogitaram fugir, mas sendo bem sensata aquilo traria muitos problemas para a Bae e seus pais, E a menor amava seus pais demais, então fugir estava fora de cogitação. Irene também tentou falar com sua mãe algumas vezes, mas essa fazia vista grossa e fingia que não estava acontecendo o que realmente estava.
Sua filha amava uma garota, era demais para si, melhor que aquilo nunca seja dito em voz alta.
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- Você tem certeza disso? - Seulgi pergunta com suas mãos diretamente na pele da cintura de Joohyun.As duas estavam em um dos estábulos, deitadas em um lençol fino que Seulgi arrumou para as duas que fizeram um piquenique não tão longe dali. Precisavam ser discretas, por isso se encontravam perto dos estábulos onde ninguém mais ia.
- Sim, por favor, faça isso. - Irene sussurrou, arfando quando sentiu as mãos firmes apertarem sua cintura. Seulgi estava segurando sua vontade ao máximo porque não queria que Joohyun fizesse nada que fosse se arrepender depois, ou que a colocasse em uma situação de perigo de alguma forma.
- Tem certeza? Estamos em um estábulo. - Na verdade Seulgi pouco ligava onde estavam, ela só queria sugar a maior parte que podia do busto de Irene, tamanho era o desejo.
- Não importa o lugar, eu só quero que seja com você, eu quero muito que seja você a primeira pessoa. - Joohyun nem mais sabia o que falava, engoliu em seco quando sentiu Seulgi apertar com força os seios por cima do sutiã. - Eu amo você Seulgi, meu coração e meu corpo te pertence.
Seulgi perdeu o último pingo de sanidade que tinha diante daquelas palavras. Joohyun a amava, Seulgi tinha certeza disso, e naquela noite Joohyun sentiria todo o amor que Seulgi sentia por si e nunca foi capaz de dizer.
O tempo passou, o casamento aconteceu e os encontros aconteciam com menos frequência agora que estavam um pouco mais distantes. Se encontravam em um motel da cidade onde Irene morava com seu marido agora, mas conversavam todos os dias, com as cartas mais íntimas sendo rasgadaa logo em seguida, mas não foi suficiente.
- Está tentando falar com a sua amante? - Suho pergunta.
Era o terceiro dia consecutivo que Joohyun tentava contato com sua amada e não tinha nenhuma resposta da outra garota.
- O que? - Joohyun estava apavorada, e mesmo que tentasse não transparecer ainda era visível seu nervosismo pela descoberta.
- Você acha que eu fiquei feliz em saber que minha esposa tem uma amante? Uma mulher? - Suho está estranhamente tranquilo. - Eu quase me surpreendi quando ela apareceu no encontro que eu marquei no seu nome.
Suho tinha visto uma das cartas e respondido como se fosse sua esposa.
- Ver ela me implorando pela vida, e dizendo que nunca mais veria você quase me fez poupa-la.
- O que? - Irene tinha lágrimas grossas rolando por sua face.
- Seulgi está morta, eu mesmo a matei. - Suho diz como se Joohyun estivesse preparada para ouvir tal coisa. A Bae caí no chão sentindo suas pernas fraquejar.
- Quer ver? - Ele se levanta sorrindo e segura com força o braço da esposa, levantando ela com um puxão forte e sem nenhuma delicadeza. Empurrando Joohyun para fora da casa até a garagem onde estava seu carro e abrindo o porta malas descuidado enquanto ainda segurava sua mulher.
- NÃO! - Joohyun grita, ajoelhando perto do corpo ensanguentado que encontra dentro da mala do veículo, chorando descontrolada. - Seulgi, meu amor. Não, por favor não. - Joohyun suja suas mãos de sangue quando toca o rosto de sua amada pela última vez.
- Lembre-se bem disso caso pense em me enganar outra vez. - O homem apenas vê a mulher ajoelhada chorando diante do corpo que ele mesmo esfaqueou até a morte. - Eu posso fazer isso muitas vezes. - Ele ri.
Joohyun nunca amou Suho, mas manteve o casamento por medo, cumpriu seus deveres de esposa poe medo, e passou todos os dias de sua vida lamentando não ter sido cuidadosa com o grande amor de sua vida.
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Quando as Rosas Desabrocharem - Seulrene
FanfictionQuando você imaginaria que encontraria o amor da sua vida em uma floricultura que você nem queria ir?