Cap 8-

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Quando a última aula terminou, Minho fez o que foi pedido e esperou por Jisung no portão de entrada principal.

Felix estava ao seu lado, aguardando Changbin. Para o australiano, aquela não era uma tarefa nova, posto que a sala de seu namorado ficava num dos últimos andares do prédio e, em decorrência disso, o dito cujo demorava um pouco mais para chegar ao campus. A respeito de Minho, no entanto, fora inevitável impedir a surpresa, considerando o fato de que, quando eram liberados, seu melhor amigo corria da faculdade como o diabo corria da igreja.

-Sério que ele aceitou tomar sorvete? - Felix perguntou com ar de indignação, após o mais velho contar o motivo de ainda não ter desaparecido das redondezas. Mas e ontem? Ele não tinha trocado as ferraduras velhas e decidido estrear as novas direto na sua cara?

-Eu avisei que o que aconteceu ontem foi apenas produto de um momento dificil-Minho continuava acreditando na sua teoria de que Han Jisung prestava, sim, só estava tendo dificuldades para demonstrar. Se quer saber, hoje ele estava bem mais amigável.

Ok, talvez não tão amigável assim, mas Felix não precisava saber disso.

- Tem certeza absoluta?

-Meu Deus, mas você não entende... lamentou Minho, rolando os olhos, tamanha sua frustração pela ignorância do ruivo.

-Não mesmo - Felix fez uma careta. - Afinal, quem é que toma sorvete em pleno horário de almoço?

O mais velho abriu a boca para protestar, mas se viu sem argumentos, uma vez que fazia sentido e sua barriga clamava por algo salgado antes de qualquer dose de glicose.

- Será que eu o chamo para almoçar primeiro? — inquiriu, desviando o olhar para um ponto aleatório do chão, esperando que a voz da sua consciência esclarecesse suas dúvidas e deletasse a hesitação que chegou de repente. - Ou seria forçar a barra demais?

-E forçar a barra não é o que você mais vem fazendo desde a primeira vez que conversou com Jisung?

-Eu não faço isso! - um biquinho infantil tomou posse dos lábios de Minho, mas se desmanchou conforme as últimas cenas que envolviam o Han rodavam em loop pela sua mente. - Talvez só um pouquinho... Mas ele já deve ter meio que se acostumado, não?

Felix deu de ombros e não teve oportunidade de dizer mais alguma coisa a respeito, pois o principal motivo do assunto chegou no segundo seguinte, sem a mínima intenção de disfarçar a expressão entediada.

- Vamos - disse Jisung, carecido de empolgação em sua voz, mas, ao notar a oscilação de Minho, entoou com um pouco menos de indiferença: - Que foi? Você encheu tanto o saco por causa de um sorvete e agora não quer mais ir?

-Ele quer que você o convide para almoçar primeiro respondeu Felix, recebendo um olhar incrédulo do amigo.

-Yongbok! -o moreno ralhou, quase não
conseguindo controlar o leve rubor que tentou atingir suas bochechas.- Eu não disse isso! -Tudo bem-interrompeu Jisung, para o espanto dos dois rapazes, e foi andando na frente. Só não demore, eu ainda tenho que trabalhar.

Minho lançou mais um olhar para Felix, este carregado de surpresa e uma ponta de euforia, e se despediu rapidamente antes de correr para alcançar o loiro, que seguia o caminho do estacionamento..

Jisung tirou um pequeno molho de chaves do bolso do moletom e parou diante de uma moto preta relativamente grande se comparada às convencionais. Minho assobiou.

-Não sabia que você fazia o tipo bad boy.

-Não faço Jisung abriu o compartimento sob o banco e tirou o capacete extra que Chan costumava usar quando saíam juntos, anotando mentalmente que não devia mais o deixar ali, e o entregou para Minho. Em seguida, ocupou o espaço vazio com sua mochila quase tão vazia quanto e voltou a baixar o banco, logo subindo na moto. Foi um presente do meu irmão, não tive chance de escolher.

Listen to me - Minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora