Na pacata Forks, Luana enfrenta os horrores de um lar abusivo após a perda devastadora de sua mãe na infância. Enquanto isso, Jasper, imerso em um passado sombrio e repleto de segredos sangrentos, luta entre a busca pela redenção e a natureza predat...
"Mas deixe haver espaço em sua união, E que os ventos dos céus dancem entre vocês. Ame um ao outro, mas não façam do amor uma prisão: Que seja antes um mar ondulante entre as margens de suas almas."
Khalil Gibran
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NARRADOR ON
O som estrondoso de objetos caindo e se quebrando contra o chão despertou a garota de cabelos negros, que se sentou em sua cama, assustada. Seu coração batia forte e sua garganta estava seca; a tontura a fez gemer enquanto sua visão escurecia e voltava aos poucos, gradualmente se estabilizando.
Luana jogou a coberta para o lado assim que ouviu o som de vidro se espatifando novamente, colocando os pés para fora da cama e tocando os dedos na madeira gelada, tremendo com o choque de temperatura que percorreu seu corpo, que já estava ardendo.
Suspirando, a morena se levantou e calçou suas pantufas de dinossauros recém-compradas, caminhando lentamente para fora do quarto. Ela franziu o cenho diante do repentino silencio que dominou a casa.
Um breve olhar para o relógio analógico na parede do corredor a fez resmungar de desgosto por ter sido acordada tão cedo em uma segunda-feira.
Segunda-feira. Luana pensou, ouvindo a camarilha dos ponteiros se movendo. A garota arregalou os olhos ao lembrar das aulas. Era o primeiro dia de aula.
Com pressa, Luana caminhou para o banheiro do andar de cima, que compartilhava com seu pai em algumas ocasiões, e trancou a porta. Seus olhos azuis vagaram por todo o pequeno e aconchegante cômodo, parando em sua toalha e roupão estrategicamente deixados ali.
Agradecendo a si mesma do passado, Luana prontamente tirou o pijama de verão e o jogou dentro do cesto de roupas sujas antes de entrar no box. Sua mão direita segurou o registro gelado do chuveiro, girando-o para sentir as primeiras gotículas de água caindo sobre sua pele. Era tão gelado quanto a manhã em Forks.
Sem pressa alguma, a garota desfrutou de seu banho relaxante com calma. Cada segundo da tranquilidade na casa era apreciado enquanto lavava o cabelo e aplicava produtos de cuidados com a pele no rosto.
Seus pensamentos e preocupações se esvaziaram a cada cuidado que ela dava a si mesma. Luana valorizava os pequenos momentos em que podia se cuidar, sem se preocupar com seu pai.
Ao desligar o registro, a garota envolveu-se em seu roupão e prendeu o cabelo em uma toalha. Com passos cuidadosos pelo chão molhado, parou em frente a pia e olhou-se no espelho, que estava quebrado. Seu olhar fixou-se no hematoma roxo em seu queixo.
Lembranças da noite anterior inundaram sua mente, forçando-a a cerrar os olhos com força na tentativa de afastar tudo o que havia vivenciado. Suspirando profundamente, Luana pegou sua escova de dentes e aplicou um pouco de pasta nas sardas, começando a escovar os dentes com tranquilidade.
