𝚇𝙸𝙸𝙸. 𝙴𝚜𝚌𝚊𝚙𝚎

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୧ ‧₊˚🩸⋅♡

"Eu disse adeus à casa,
ao pomar, ao terreiro,
Adeus à minha estrada e à
minha vida inteira.
Adeus a tudo que era vagar,
dentro de mim,
E tudo que chorava no ar,
como um clarim."

Cecília Meireles

Cecília Meireles

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NARRADOR ON

Chovia quando Jasper e Luana finalmente deixaram a campina, as gotas leves se acumulando em pequenas trilhas no para-brisa, que eram rapidamente limpas pelas palhetas do carro. A neblina densa que descia sobre a cidade de Forks parecia envolver o veículo como um cobertor fantasmagórico, criando uma atmosfera melancólica e silenciosa. As ruas decoradas para o Halloween tinham um ar sombrio, com as abóboras nas varandas e as luzes piscando lentamente em meio à bruma. O cheiro da chuva misturava-se com o odor úmido da vegetação ao redor, impregnando o interior do carro, enquanto o motor ronronava suavemente, cortando o silêncio.

Campbell observava a entrada para a casa dos Cullen desaparecer pelo retrovisor, um suspiro quase inaudível escapando de seus lábios, carregado de uma sensação estranha de despedida.

― Por que vocês jogam bola durante a tempestade? ― Luana quebrou o silêncio, sua voz curiosa. Ela se virou para Jasper, que mantinha os olhos fixos na estrada molhada. Seu olhar percorreu os dedos dele, firmes no volante, e a maneira como ele parecia completamente à vontade mesmo sob a chuva incessante. ― É alguma coisa que só faz sentido pros vampiros, não é?

Jasper sorriu de leve, sem tirar os olhos da estrada à sua frente, enquanto o farol vermelho lançava um brilho suave através da neblina. O som da chuva sobre o teto do carro era quase hipnótico.

― A gente precisa do trovão pra jogarmos ― Hale respondeu, a voz grave e tranquila. Seus olhos dourados, iluminados momentaneamente pela luz do semáforo, encontraram os de Luana por um breve instante. ― Pode-se dizer que sim, é algo que só faz sentido pra gente. Mas você vai entender o porquê, eu te prometo.

Luana mordeu o interior da bochecha, tentando conter um sorriso que ameaçava se formar, enquanto desviava o olhar para a chuva que escorria pela janela.

O semáforo finalmente abriu, e Jasper arrancou com o carro, o ronco do motor ressoando por um breve instante acima do som da chuva. Ao virar na rua de sua casa, Luana franziu o cenho ao ver um Ford vermelho estacionado na entrada da garagem. A familiar carranca se formou no rosto de Jasper, que resmungou algo entre dentes enquanto estacionava o carro junto ao meio-fio. Sua postura relaxada de antes deu lugar a uma tensão palpável.

― Por que eles estão aqui? ― A pergunta saiu carregada de irritação, o tom baixo e afiado o suficiente para fazer Luana se encolher levemente no banco. ― Primeiro na escola, agora aqui. Essa criança não sabe quando parar?

𝐌𝐨𝐧𝐬𝐭𝐞𝐫 ━━ 𝙹𝚊𝚜𝚙𝚎𝚛 𝙷𝚊𝚕𝚎Onde histórias criam vida. Descubra agora