Itou Choeri, uma jovem japonesa de 17 anos, enfrenta desafios em uma escola americana, marcada por conflitos com Rachael Larsson, a garota mais popular e vingativa. Tudo se complica quando David Henderson, namorado de Rachael, se apaixona por Choeri...
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David Henderson
Já é o terceiro dia de aula, e eu na sala. Enquanto meu grupo conversa entre si, eu sou o único afastado. Não quero conversar, estou perplexo e pensando naquele vídeo que vi ontem à noite. Meu irmão ali, deitado na linha do metrô, enquanto todos filmavam, Choeri foi a única que se arriscou pra poder salvá-lo, e isso me tirou o sono durante toda a noite. Tamanha a perplexidade que há em mim.
Vejo Choeri entrar na sala abatida, como sempre entra. Queria muito me levantar e falar com ela, perguntar sobre o porquê dela ter mentido pra meus pais sobre um assunto tão sério. Não posso conversar com ela agora, pois sei que Rachael iría surtar. Então é melhor eu me acalmar e esperar a hora certa.
— O que foi, amor? Tá tão calado hoje. Aconteceu algo? — Disse Rachael me abraçando, olhando pra minha cara enquanto fazia biquinho.
— Não, só estou cansado. Apenas! — Menti pra não a preocupar, pois não quero instaurar um climão aqui, e muito menos tô com cabeça pra discutir sobre o assunto com ela.
— Hm, que pena! Porque eu queria repetir aquilo que fizemos antes de ontem à noite. — Sussurra em meu ouvido.
— Hoje não estou muito legal pra isso. Podemos fazer outro dia. — Falei tentando não a deixar chateada. De fato não estou com cabeça pra isso, só consigo pensar no meu irmão.
— Aff, que chato! — Desfaz o abraço e volta a conversar com o grupo.
(...)
As três primeiras aulas se passam e chega o intervalo. Aos poucos os alunos vão saindo da sala. — David, você não vem conosco? — Pergunta Rachael.
— Não, vou ficar aqui mesmo.
— Tá bom então. Vou indo. — Se despede com um selinho e vai embora.
Fiquei na sala só pra poder conversar com a Choeri, já que geralmente ela fica na sala no primeiro intervalo, mas pra minha surpresa, dessa vez ela saiu. Não tive outra opção a não ser ir atrás dela.
Ela está nos corredores quase chegando no pátio, então acelero meus passos e a alcanço. Seguro o braço dela, o que fez ela olhar pra trás assustada.
— Choeri, vem comigo. — Falei sutilmente pra não a assustar ainda mais.
— Não! — exclama firmemente, puxando seu braço de volta.
— Preciso falar com você urgente. Vem por favor. — Insisto.
— Não vou. Já sei que você e seus amigos estão planejando fazer algo comigo. Não pense que sou idiota. — Fala provavelmente se referindo às investidas do Herry.
Ouço então alguns passos se aproximando, antes que alguém nos visse, peguei a Choeri pelo braço e a puxei até a sala de música que era a sala mais próxima, e pouco frequentada.
— Porque me trouxe aqui? — Falou enquanto eu encostava a porta. — Não feche. — Gritou dramaticamente tentando abrir a porta com toda força, mas não conseguiu, pois estou a empurrando com uma mão para não ser aberta. Segurei o ombro dela e a virei, deixando-a de frente pra mim, e pus minhas mãos na porta, atrás dela, deixando nossos rostos próximos.
— Por favor, me deixa sair. — Sua voz saiu quase um sussurro, com o rosto virado para o lado. Pude perceber que ela estava chorando, pois algumas lágrimas caiam de seu rosto. Ao ver isso não pude deixar de me sentir um lixo.
— Me desculpa. — Encarei o chão enquanto minha mente me sabotava. — Eu não queria te machucar. Só queria te perguntar uma coisa. — Ao falar isso, ela lentamente vira seu rosto em minha direção. Seus olhos arregalados, cabelos em seu rosto e boca entreaberta, ofegando.
— O que você quer?
— Porque você mentiu pra os meus pais? — Ela arqueou a sobrancelha, provavelmente sem entender do que eu quis falar.
— Do que você tá falando? Não conheço seus pais. — Diz aparentemente nervosa, talvez os traumas a deixaram assim.
— Eu sou irmão do Derick. — Ela esperava tudo menos por essa revelação, e sua reação demonstrava isso.
— O que? você é irmão daquele garoto? — Perguntou surpresa.
— Sou sim. Eu ouvi toda conversa de vocês ontem lá em casa. Você salvou meu irmão de um suicídio, e não de um atropelamento acidental. — Falei sério e ela piscou repetidas vezes encaixando os pingos nos is em sua mente.
— Como você sabe disso? Ele te contou? — Nessa altura ela já estava mais relaxada.
— Não, claro que não. Aquilo foi filmado e postado na internet. Acabei vendo.
— Hm, então você fez algo pra ajudá-lo? — Cruza os braços.
— Não, não tive coragem de falar sobre isso. Mas queria saber o porquê disso. Ele sempre recebeu muito amor em casa. — Ao dizer isso ela soltou um riso anasalado e cheio de deboche.
— Você quer saber porque ele fez isso? Vou te contar. Sempre que ele vai à escola, os outros alunos o excluem, o agridem e o maltratam. Por conta de tanto ser apelidado, começou a acreditar em tudo aquilo a ponto de tentar tirar sua própria vida. Disse que queria mudar de escola, mas sua família nunca teve tempo pra o ouvir. Mas afinal, porque estou falando isso? Já que você é quase igual a aqueles que quase mataram seu irmão?!
Essas palavras foram como uma flecha em meu peito. Me sinto um completo fracasso como irmão mais velho. As palavras da Choeri foram duras, mas era a realidade. Não consegui dizer nada, nem ao menos tinha coragem pra encarar o rosto dela.
Permaneci em transe até que ecutamos um barulho suspeito.
— Que barulho é esse? — Perguntei virando minha atenção para o som. — De novo. — digo. Pareciam tapas, então imaginei que alguém estivesse apanhando. — Parece vir do depósito. — Fui até o depósito que ficava depois da sala de música, onde estávamos. Sendo seguido pela Choeri que também estava curiosa pra saber do que se tratava. Ao chegar na frente do cômodo cheio de materiais de construção, abri minimamente a porta, mas foi o suficiente pra ver tudo o que estava acontecendo.
Claramente pude ver a Rachael nua, sentada no quadril do Oliver, enquanto abocanhava a intimidade do Herry com toda vontade.
No momento que vi aquilo meu sangue ferveu e senti como se o mundo tivesse desabado sobre mim...
Pensei que nosso amor era verdadeiro, mas nesse momento tá mais que provado que tudo não passava de uma ilusão...