Cap 16 十六 🍒

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Itou Choeri

O som estridente do despertador toca pra mais um dia de aula. Mas ao contrário da maioria das vezes, acordei feliz, acho que o dia bom de ontem me fez bem, afinal, foi um aniversário incrível que jamais imaginava ter. Me sentei, espreguicei-me na cama, me levantei e fui ao banheiro onde fiz minhas higienes, tomei um belo banho, em seguida enrolei meu corpo na toalha e fui até o armário, peguei o uniforme, vesti, depois fiz uma maquiagem rosada simples,  fiz uma trança em meus cabelos enfeitei  com um laço no topo, e deixei minha franjinha solta.  Depois fui à cozinha e meu pai como sempre, está fazendo meu café da manhã. - Filha, bom dia.

- Bom dia, pai. - Me aproximei da mesa. - O senhor fez yakissoba pra nosso café da manhã? - Perguntei surpresa.

- E não é só isso. Preparei sua marmita da escola com sushi e bolinhos de arroz. - Falou mostrando a marmita que está ao seu lado.

- Nossa, pai. Fazia muito tempo que não comia comida japonesa feita pelo senhor.

- Mas sempre que venho, faço.  Mas agora vai comer pra não se atrasar. - Me sentei e comecei a me deliciar de seu yakissoba que tem um gosto tão nostálgico e único. Até porque foi minha mãe que ensinou ele a fazer, então é como se estivesse provando a comida de minha falecida mãe. Ao terminar, fui pra escola. Meu pai disse que quando chegar, ele vai me levar ao shopping,  então já estou ansiosa pra voltar pra casa. Chego na escola e minha sala já está cheia, pelo visto me atrasei.

- Choeri, já está em horário de aula. Sente-se. - O professor Matthew chega à sala, então apresei-me em sentar. As aulas começam com o professor escrevendo tantos textos que fizeram minha mão doer.

(...)

Bocejo de sono. Faltam apenas três minutos para o início do primeiro intervalo,  e estou quase cochilando na sala, quando o sinal toca me dando um baita susto. - Quase infartou depois dessa.  - O David se põe de pé ao meu lado, com as mãos no bolso.

- Era bom que infartasse mesmo, não faria falta. - Rachael se levanta proferindo ofensas a minha pessoa.

- Cala a boca que ninguém te chamou na conversa. - David diz, encarando Rachael com desprezo. O ódio nele é tão imenso que chega a pesar o ambiente, e somando com a energia pesada da Rachael, é quase palpável essa negatividade.

- Ora, ora. Não sabia que os bois falavam. - Diz a loira oxigenada com seu olhar soberbo de sempre. Que ridícula!

- Pelo visto não é muito diferente das galinhas como você. - Debocha David de volta, não se deixando abater.

- Olha David. Um dia você vai se arrepender de tudo isso. Quando perceber que essa maldita não é quem você pensa vai voltar correndo pra mim, sabe porque? - Se aproxima dele. - Porque você me ama. E não adianta tentar mascarar com suas grosserias ou se juntando a essa porquinha do Japão. No fundo nós dois sabemos a quem você ama. - Fala com sua cara de sonsa e vai embora.

- ODEIO! ODEIO ESSA DESGRAÇADA.  - Ele exclama com suas palavras carregadas de ódio.  Levantei-me e me aproximei dele.

- David, calma. Ela só faz isso pra chamar atenção.  Ignora ela.

- Eu tento, mas ela mexeu com você,  não consigo aceitar isso. Não posso! - Suas mãos estão trêmulas e ele anda de um lado para o outro com uma respiração pesada.

- Não precisa se sentir assim. Se me defender vai sobrar pra você também. E aliás, foram tantos anos de humilhação que já me acostumei. - Sorri sem graça.  Na verdade nunca me acostumei às humilhações, mas quero que o David pense que não me afeta tanto.

Ele olhou em meus olhos, parou diante de mim e pôs as Palmas de suas mãos em minhas bochechas, me fazendo olhar pra ele. - Nunca mais diga isso, ok?! Você é uma garota linda por dentro e por fora. Deve ser respeitada e não humilhada.  E por isso, dedicarei minha vida pra te proteger.  - Me abraçou.  Não esperava por esse abraço tão repentino. Senti meus batimentos cardíacos acelerarem de uma forma que não sei explicar. Lentamente retribui seu abraço.  Seus braços são quentes e fazem me sentir mais protegida. Seu peitoral aconchegante me dá vontade de deitar sobre eles e chorar, chorar até não sentir mais esse sentimento ruim que carrego por anos. Ele desfez o abraço e voltou a encarar meus olhos como se pudesse enxergar minha alma. - Choeri,  me promete que vai me deixar te proteger? - Acaricia minha bochecha com seu polegar. Um sorriso brotou em meus lábios e assenti com a cabeça. Ele sorriu mostrando seu sorriso perfeito que aquece meu coração.  - Não vai se arrepender de confiar em mim. - Pega minhas mãos e as acaricia. Essa situação está me deixando estranhamente nervosa, não de um jeito ruim necessariamente.

- É... vamos. Já já o intervalo acaba. - Tentei disfarçar o nervosismo.- Eu vou dar uma passadinha no banheiro agora.

- Então, nos vemos no lugar de sempre. - Assenti, me dirigi ao banheiro, fiz minhas necessidades em seguida fui à pia, lavar as mãos. De repente senti unhas cravarem em meu pulso e meu corpo foi virado bruscamente, em seguida empurrado contra a pia, com o que fez minhas costas doerem. É a Rachael, mais nervosa que o habitual.

- Você é uma cínica! Está se aproximando do David pra se vingar de mim, não é?! Sua pirralha! - Fala fora de si, segurando firme meu braço.

- Não, somos só amigos. - Falei com meu corpo travado como se estivesse sido congelada.

- Independente.  Se não se afastar dele vou transformar sua vida num inferno. - Arranhou meu antebraço com tanta força que o sangue começou a escorrer.  - Isso é só uma amostra do que vou fazer com você se não se afastar dele. - Saiu em passos apressados. E agora o que faço? Combinei com o David de nos encontrarmos na escadaria. Mas de qualquer forma, melhor não ir, pra proteger nós dois. Não se sabe até onde a Rachael é capaz de ir pra satisfazer seus caprichos. Durante o intervalo tentei estancar o sangramento com papel higiênico e tentei conter as lágrimas que insistem em descer.

Após alguns minutos o sinal toca e então voltei pra sala com o rosto inchado de tanto chorar escondido no banheiro. Quando adentrei a sala, lá estava ele, o David com os olhos fixos em mim e não sabia onde enfiar a cara. - Porque você não foi?

- Aconteceu um imprevisto. Me desculpa. - Olhei pra o lado e lá está a Rachael observando tudo.

- Tudo bem. No segundo intervalo nós vamos.



(...)




As horas se passaram e eu passei todo segundo intervalo praticamente fungindo do David. Me senti tão mal que ao chegar em casa, sequer tive ânimo pra sair com meu pai. Agora me encontro deitada em minha cama, com a consciência pesada, me sentindo o pior ser humano do mundo,  e tudo por causa dela, da Rachael.  Não espero a hora do meu ensino médio acabar e finalmente me livrar dessa tortura.

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