David Henderson
Depois de ter feito aquele ato deplorável no banheiro da escola, voltei para a quadra, mas dessa vez fiquei sentado na arquibancada observando o professor instruindo os alunos a fazer abdominais. Dou graças a Deus por ter sido liberado dessa, tô nem um pouco afim de fazer exercícios.
— Vamos pra uma pausa de cinco minutos. — Diz o professor.
Meus olhos percorrem todos os alunos até que acham a Choeri. Ela se levanta ofegante toda suada do cochonete e o guarda enfileirado junto com os dos outros. Ela anda um pouco se afastando do bando e suspende seus longos cabelos, afim de fazer um rabo de cavalo com prendedor que anteriormente circulava seu pulso.
Aquele pescoço à mostra ali tão vulnerável, atiçou instintivamente em mim uma estranha vontade de cheirá-lo e beijá-lo. Mas realizar tal pensamento está fora de cogitação, já que claramente ela não está nem aí pra mim e eu não sou nenhum maníaco. Então melhor desviar meu olhar dela, antes que eu acabe ficando duro de novo.
Respiro fundo e encaro o Oliver com sua barriga saliente marcada na blusa que está ensopada de suor, sua pança balança à medida que ele anda, uma visão perfeitamente broxante pra manter meu pau mole. E fora o ódio que sinto por esse filho da puta ter fingido ser meu amigo.
— Oi, bebê. — Alguém que se revela ser Rachael Larsson senta ao meu lado, me fazendo revirar os olhos.
— O que tu quer, hein mocreia? — Falei impaciente encarando a prostituta que sorria pra mim.
— Você saiu da aula porquê estava duro, não foi?! — Aproxima seu rosto de mim e eu me distâncio.
— Ficou louca? — Franzi o cenho e girei o dedo indicador ao lado da minha cabeça, e ela continuou sorrindo como alguém com faculdades mentais afetadas.
— Não precisa fingir. Namorei com você por quatro anos e sei quando você fica duro. Estava lembrando de nós dois juntos, não foi?!
Arregalei os olhos e em seguida Soltei uma gargalhada alta e debochada pra Rachael que ficou com um olhar confuso. — Aí! Ai! Você está absolutamente louca. — Afirmo entre risos.
— Eu louca? — Aponta pra si, incrédula. — Não sou eu quem está rindo de repente sem nenhum palhaço pra fazer graça aqui.
— A graça é teu ego tão grande a ponto de achar que nenhuma outra garota seria capaz de me despertar interesse. — Falei em tom sarcástico pra Rachael que parecia que ia explodir de tanta raiva. — Acredite. — Me aproximei do seu rosto. — Estava duro sim, e não foi por você. — Disse baixo, cínico em seu ouvido. Depois me afastei pra observar o ciúme descabido em seu rosto.
— Quem é essa garota? — Pergunta pausadamente entredentes com veias transparecendo em sua testa.
— Não devo satisfação a você. Agora vá de encontro aos seus vira-latas, sua cadela albina. — Estendi o braço para a quadra, onde estão os dois patetas nos encarando curiosos.
Rachael inesperadamente desfere um tapa em meu rosto. Ponho a mão na bochecha e a encaro incrédulo.
— Estúpido! Vou te dedurar ao diretor por me insultar. — Se levanta exaltada.
— E eu te denuncio por assédio por estar me perseguindo por toda escola. — Também me levanto a encarando de cima pra baixo com soberba e todo desprezo que sinto por essa coisa.
Ela olha pra cima me encarando firme enquanto morde o lábio inferior pra descontar sua frustração por não ter conseguido o que queria.
— Rachael, o descanso acabou. — o professor alertou, quebrando aquele clima tenso. Ela então bufou e desceu as escadas da arquibancada pisando forte contra o chão.
Ela tem muita sorte de ser mulher, senão teria arrancado os dentes dessa vadia na frente de todos.
Itou Choeri
Percebi uma energia caótica surgir entre o David e a Rachael na arquibancada, talvez eles tão tenham notado, mas aquilo chamou atenção de todos, principalmente pelo tapa. Mas felizmente o professor chama Rachael de volta para a aula para acalmar aquela situação. Ela então volta pisando forte no chão. Para perto de nós, cruza os braços e bufa revirando os olhos.— Já que começamos trabalhando pesado, vou pôr uma música pra descontrair e dançarmos. — O professor diz tirando um rádio de sua bolsa que estava no chão. O conecta na tomada e introduz um pen drive.
Um sorriso brotou em meu rosto quando ouvi Can't get over de Casino tocar. Automaticamente me movo no ritmo da música. Afinal, é impossível ficar parado ao som de summer eletrohits dos anos 2000.
Confesso que esses momentos são um dos poucos de felicidade que tenho nessa escola, pois dançar é a única coisa em que sou boa, e ao menos nisso ninguém pode me zoar.
Passamos cerca de trinta minutos ali reproduzindo movimentos aeróbicos que o professor fazia. Ao final da aula já estávamos todos suados e ofegantes com garganta seca de tanto eliminar água no suor.
— Ótimo, jovens! Estão de parabéns. Agora podem beber água e tomar banho. — O professor libera a gente.
Fui até a extremidade da sala e apanhei minha garrafa do chão, dando um gole longo a esvaziando.
Em seguida fui ao meu armário, peguei minhas roupas e fui ao banheiro, onde tomei um belo banho, não só eu, mas como todos que treinaram.Portando o uniforme normal, já ia abrir a porta quando escutei a voz da Taylor, o que me fez travar e permanecer imóvel, apenas escutando a conversa.
— Porque está tão emburrada desde que falou com o David? O que aconteceu? — Ouvi Taylor perguntar.
— Ele tá gostando de outra. — Rachael responde dramática.
— Como sabe disso?
— Ele saiu da aula porque estava excitado. — Rachael foi interrompida pela risada da Taylor.
— Tava olhando pra o pau dele, né safada?! — Pergunta risonha.
— O pau dele é gigante, seria difícil não olhar. E além disso, eu namorei ele por quatro anos, sei como ele reage quando está duro.
— Tá, e o que isso tem a ver com ele gostar de outra?
— Ele disse que ficou duro por outra garota. Tenho certeza que é da nossa sala.
— Será que é a Choeri? — diz em tom pensativo.
Arregalei os olhos e pus a mão na boca em surpresa ao ouvir meu nome sendo mencionado.
— Aí, credo! Claro que não. Seria muito humilhante ele me trocar por aquela coisa. David não é tão burro a esse ponto.
— Concordo! E agora que falei o nome dela já exalou o cheiro de peixe cru. Vamos tomar banho. — Taylor fala enojada.
— Vamos. — Rachael Diz desanimada.
Ao ouvir elas entrarem nas cabines e se trancarem, sai do banheiro pensativa. Que lógica é essa da Taylor dizer que o David estaria interessado em mim? Bom, não sei, só sei que essa ideia é absurda. E a única explicação plausível que encontro pra explicar, é o fato de que elas citam meu nome absolutamente em tudo, como se dependessem de me insultar pra poderem viver...
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My Sweet Cherry 🍒
Ficção AdolescenteItou Choeri é uma garota japonesa de 17 anos que precisou se mudar para os EUA com seu pai quando tinha 9 anos, depois da morte de sua mãe. O que ela jamais imaginaria é que passaria os maiores períodos difíceis de sua vida numa Escola americana. D...