Cap 21 二十一 🍒

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Itou Choeri

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Itou Choeri

Após sair do banheiro, fui até a lavanderia deixar meu uniforme esportivo. Depois retomei o caminho pra poder sair do prédio e ir até a escadaria. Ao passar pelo pátio, no meio de dezenas de adolescentes, meu olhar cruzou com o de David que está sentado numa cadeira, apoiando o cotovelo na mesa e com a cabeça na palma da mão.

Seus olhos cor de avelã me olham tão profundamente que parecem observar o mais profundo da minha alma. Tê-los cravados em mim foi como se o tempo parasse e apenas eu e o David nos mantessemos fora da matrix, conectados numa outra realidade, capazes de compreender tudo a nossa volta.

Mas eu afim de cortar essa conexão, acabo por sair correndo como uma covarde, totalmente envergonhada por não ter coragem de encarar o David. Fui ao meu "esconderijo" onde sempre vou, onde ficamos eu e a solidão, mas hoje as lágrimas decidiram fazer companhia.

No meu eu mais profundo, sinto falta da companhia do David, de como eu não conseguia ficar muito tempo com raiva de suas brincadeiras chatas, porque ele abria um sorriso tão genuíno que amolecia meu coração.

Também sinto falta de seus pais e do Derick, eles foram sempre tão acolhedores comigo que um sentimento de culpa pesa em meu peito, me fazendo questionar se o que estou fazendo é realmente o certo.

- Preciso falar com você. - David aparece ali de repente, me fazendo levantar a cabeça e o encarar com os olhos marejados. Ele me encara sério com um ar de determinação pra tirar uma resposta sincera de mim, mas não sei o que falar, apenas me levantei fungando numa tentativa de cessar as lágrimas. - Nós precisamos conversar.

- David, eu...

- Choeri, você acha que está sendo justa comigo? Com o Derick? - em tom de indignação me faz encolher.

- Não, eu sei que não estou sendo justa com vocês, mas é que...

- "mas" nada. - Me interrompe com olhos esbugalhados, tomando distância, pondo seus dois braços entre nós pra que eu não me aproxime. Senti algo semelhante a uma facada no coração com esse gesto, porém compreendo sua frustração.

- Você tem toda razão em estar magoado comigo. - Olho pra baixo sentindo a vergonha pelos meus atos nada maduros.

- Eu sei que você não é assim. Por favor, me diz, o que está acontecendo? - Põe as mãos em meus ombros. Nesse momento olhei em seus olhos, levantei minha mão direita e toquei seu antebraço, alisando as suas veias marcadas ali presente. Seus olhos pararam de encarar os meus e fitaram meu braço, que porventura ainda portam as marcas das unhas da Rachael, algo que só me lembrei quando ele olhou com um ar curioso.

Em uma ação rápida escondi o braço atrás de mim. - O que é isso no seu braço? - Obviamente por ter mais força que eu, puxou meu braço de volta, passando o polegar sobre os arranhões.

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