Cap 18 十八 🍒

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David Henderson

Chego da escola com a cabeça doendo tanto que parece que vai explodir. Me surpreendo como não causei um acidente no trânsito, pois estou tão estressado que até o sinal vermelho ultrapassei.  Mas por um milagre cheguei vivo em casa.

Subo para meu quarto, entro em minha suíte, e me desnudo. Enchi minha banheira com sais de banho e água quente para acalmar a tensão dos meus músculos.  Entro na banheira e me sento, Encosto minha cabeça no canto da banheira e fecho os olhos a fim de relaxar, mas no mesmo instante aparece a imagem da Choeri repetindo aquelas frases "É melhor a gente se afastar", "você pode não entender agora, mas em breve entenderá". Ao lembrar disso, abro os olhos e sinto a dor latejar em minha cabeça. 

Não compreendo essa mudança abrupta da Choeri.  Antes de ontem ela me prometeu que me deixaria ajudá-la, e em poucas horas já passou a fingir que não me conhecia. Eu odeio admitir, mas isso Doeu no fundo da minha alma. Por um lado, quero respeitar seu desejo e deixá-la em paz, mas do outro lado não quero aceitar essa distância, ainda mais sem explicação alguma. Acho melhor me abster desses pensamentos, senão vou acabar ficando louco.

— Alexa, toque Foo fighters. — Falei um pouco alto para Alexa ouvir do quarto. Enquanto tocava músicas da banda, fiquei cantando alto no banheiro, só assim pra distrair minha mente.

Depois de passar uma hora no banho cantando pra minha plateia, vulgo shampoo e condicionador, sai da banheira,  me sequei com a toalha, após isso fui no guarda-roupas, vesti uma cueca e uma bermuda folgada e confortável.  Como já são duas noites sem dormir, apenas pulei na minha cama.  Estou tão cansado que nem energia pra comer eu tenho. Apenas fechei os olhos e dormi. Em meu estado mais profundo de sono, meu cérebro criou cenários.

~ Me vejo de repente numa grande floresta onde se é possível ver morcegos e corujas dormindo nos galhos das inúmeras árvores que haviam ali. Olho em redor a fim de encontrar a saída daquele lugar, mas tudo que vejo são árvores e mais árvores.  Em meio a um silêncio que só se pode ouvir o vento balançar as folhas, consigo ouvir alguém chorando bem distante.

Tem alguém aí? — Gritei, mas só foi possível ouvir o eco da minha voz, e aquele choro continuou. Então decidi seguir aquele som, vá que talvez alguém mais esteja perdido por aqui?

Andei por alguns metros, passando pelos estreitos caminhos entre as árvores.  A medida que andava, aquele som ia ficando mais alto, sinal de que estava me aproximando da pessoa.

Tirei algumas folhas de bananeira que tapavam minha visão e consigo ver um espaçamento grande entre as árvores, mas o que de fato chamou minha atenção, foi uma garota descalça, portando um vestido curto, completamente branco e cabelos pretos lisos. Não consegui ver seu rosto, já que ela está em posição fetal, chorando, com suas costas apoiadas num pé de cerejeira, que por sinal caia suas flores rosas ao redor daquela garota.

Em passos lentos me aproximei até ficar em pé diante dela. - Ei, garota. - Falei e ela olhou pra cima, revelando seus traços asiáticos.  — Choeri?! — Digo em espanto. Ela tremeu o olhar e me olha confusa.

— Como sabe meu nome?

— Isso agora não importa. Levanta do chão. — Estendo a mão, ela se apoia e levanta. — Você também está perdida na floresta?

— Não, aqui é o meu lar.

— Então porque estava chorando? — Ela olhou pra baixo com uma expressão triste. 

— Porque me sinto sozinha nesse meu mundo. Não tem ninguém como eu aqui, mas agora apareceu você e não estou mais sozinha. Você veio pra me fazer companhia, não é?! — Me Encarou com um sorriso e olhos brilhantes. Meus batimentos cardíacos aceleraram e desviei o olhar dela. Nunca fiquei tão tímido com o charme de uma mulher.

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