Capitulo 3

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Park Jimin, apto 240;

— Papai! É o ômega do papai! 

Jungkook deu uma mordida muito das generosas no churros de chocolate, derrubando praticamente todo o granulado que coloria o restante do doce.

Observava Taehyung correr agitado, pulando igual uma pulguinha, empurrando o cavalinho de mola (não subia, já que não possuía altura suficiente) para depois voltar ao escorregador e tentar escalar o brinquedo pela parte da frente, falhando completamente. Eles estavam naquele silêncio já faziam uns dez minutos e por vezes o tatuado dava uma piscada traiçoeira, observando as expressões de Jimin, que mastigava de um jeito lento, com os olhos igualmente atentos aos movimentos do fã de sapinhos. O alfa não sabia explicar o alto nível de vergonha que estava sentindo, então simplesmente agiu como se Taehyung fosse bocudo demais, lélé da cabeça e ignorou aquele berro encapetado, enquanto entregava um dos três churros para Jimin e ouvia Namjoon gargalhar escandalosamente dentro do carrinho colorido.

— Desculpe... por aquilo.

— Não tem problema, Taehyung é adorável.

— Ele é meio biruta, às vezes.

Ficaram naquela situação até o pirralho cansar de ser arteiro e correr de volta para o pai, como um pinguim muito embrulhadinho, pedindo colo de um jeito tão manhoso que chegou a aquecer a brisa gelada que soprava naquele horário próximo às 20h.

—  Titio, aga! — Jungkook considerou o filho muito cara de pau por ficar desejando a garrafinha de água dos outros e até tentou driblar aquilo, mostrando que o copinho de bico, com desenhos de jacarés, ainda estava com uma água muito fresquinha. Mas recebeu só uma careta em troca e teve que observar, com muita indignação nos olhos, o pirralho matar a sede, sem remorso algum, com a água que o ômega havia comprado.

—  Você é um folgado, sabia?

—  Está tudo bem, a garrafinha é muito mais interessante, né? —  e o pequenininho concordou, sorrindo abertamente, esbanjando os dentinhos, voltando a pedir pelo colo do moreno tatuado.

Que nada! Taehyung era um folgadinho mesmo.

O churros, agora morninho, foi oferecido e aceito de bom grado. O filhote, que mordia tão delicadamente quanto Jimin, ficou cheio com metade do doce e a obrigação de comer o resto foi passada ao pai resmungão, que comentava que em poucos anos já não teria mais aquela oportunidade, e que teria que comprar cinco churros, 2 para si e 2 para Taehyung, não percebendo que as contas fugiam da rotina e incluíam um que sobrava, pois, havia se baseado no adicional do churros de Jimin. Completamente desatento, saboreando em uma bocada o restante da massa açucarada, não notou que o filho encarava o ômega ruivo com fascínio nos olhos redondos, deixando o observado todo tímido e sorridente.

— O ômega do papai vai molar com o papai e o bebê?

Jungkook engasgou, tossiu e engoliu abruptamente a massa mal mastigada, sentindo os olhos arderem pelo sufoco. Pode ouvir o ômega baixinho perguntando se ele estava bem e se também queria um pouco de água, mas apenas se recuperou do susto, arranhando a garganta e tentando situar-se novamente. De onde Taehyung havia tirado aquilo?

— Filho, ele não é o ômega do papai.

Poi quê?

— Por quê? Porque é cada um no seu quadrado!

Taehyung não entendeu, fez uma carinha confusa e piscou os olhinhos tão preguiçosamente que ambos perceberam que o pirralho já estava dando indícios de sono. Jungkook suspirou, meio afoito, com algum grão de açúcar arranhando-lhe a garganta, o que o obrigou a beber da água fresquinha do copinho de jacaré, enquanto o pequenininho tentava se livrar do all star e recebia ajuda do adolescente ruivo, que explicava os motivos do "porque continuar calçando as meias", já que estava frio demais para um filhotinho ficar com os pezinhos expostos ao outono gelado.

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