Parte 5 s

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capítulo cinco

Rania

Quando vi a aluna nova, a reconheci. Na hora soube que estava ali mandada pelo Hades, poderia ser para vigiar a sobrinha. Mas descartei essa hipótese quando percebi que estava me acompanhando minuciosamente meus passos.

Achei que chamaria a atenção de Hades, mas não tão rápido. Muito menos que colocaria alguém para me vigiar. Pretendia passar no centro cultural, ali perto, um lugar que gostava muito de frequentar para respirar um pouco e observar o enorme jardim, ponderei minha ida até lá, e achei melhor descobrir o que o senhor Hades finge com esse comportamento. Então fui direto para casa.

Entrei no meu escritório, e comecei a trabalhar, aquele espaço era só meu, e dali conseguia controlar quase tudo. Sempre fui extremamente focado, mas desde que Hades me beijou naquela forma na varanda minha fixação por ele só aumentou. Ora e outra me pegava parando olhando para a tela preta com o cursor piscando me deliciando com a direção de suas mãos fortes me agarrando, da sua língua entrando na minha boca. Não gostei de eu ver em uma das telas seu carro parando na frente de minha casa. Isaque e Wagner desceram e ficaram encostados no carro, como sempre. Peguei o interfone para falar com a governanta da casa, dona Estela.

— Pois não, Rânia.

— Hades, o atenda peça para ele entrar, informa que meus pais não estão, e diga que vou falar com ele por telefone. — Estela ofereceu água, café, e deu o meu recado, assim que ela o deixou sozinha disquei o número que sabia de cor do seu celular.

— Bebezinha, bebezinha, venha me receber, agora. — todos os meus poros se abriam para ele, sempre foi assim. Sua voz era alucinante para os meus ouvidos. Respirei fundo e continuei com o plano.

— Oi, Hades. Me desculpa não estar presente, não acho prudente. Acredito que não queira falar com os meus pais.

— Venha até aqui Rania, agora. — Minha vontade era correr e obedecer a sua ordem, só não era a hora.

— Gostaria muito de te receber pessoalmente. Deveria ter seguido seu conselho e não lhe provocar.

— Tarde demais, Rania. — Coloquei no computador um barulho de porta de carro batendo, e em seguida sons externos. — Onde você está, menina?


— Por que está fugindo, Rania?

— Porque acredito que não me ouviria se estivéssemos frente a frente.

— Tudo que eu quero é te ouvir, bebezinha, ouvir seus gemidas, sua voz chamando meu nome enquanto goza. É o que você estava querendo quando resolveu me provocar.

— Acho que sim, só que não poço.

— É a segunda vez que foge de mim, Rania, não terá uma terceira. — Senti um frio percorrer meu ventre e soltei um gemido sem querer. — Rania, Rania, você me paga. — Olhar para ele no meio da sala, fazendo promessas, me dá vontade sair desse escritório e correr para que ele possa cumprir o que está dizendo. Eu precisava fazer alguma coisa essa semana. Antes que seja tarde demais, não posso nem imaginar ele noivo de outra mulher. Esse noivado fez com que precisasse adiantar doto plano da minha vida. Ele se virou e andou em direção a saída.

— Hades?

— Tchau, Rania. — Deligou o celular. Entrou no carro e foi embora. Suspirei fundo, com alívio e pesar.

Trabalhei o resto do dia e quase a noite toda, estava ansiosa e com medo. Eu não posso perde-lo. Não dormir quase nada, tomei um banho demorado, me aprontei para o colégio e fui para cozinha tomar café, Estala deixa tudo prontinho do jeito que eu gosto.

DestemidaOnde histórias criam vida. Descubra agora