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O dia amanheceu como qualquer outro até agora, exceto por duas pessoas.

Quando acordaram e deixaram suas tendas, começaram os olhares cúmplices entre o primeiro comandante e a capitã. Isso passou despercebido pela maioria, pois eles sabiam como escondê-lo bem. Mas não foi o caso do segundo comandante, que, após acordar e o sono sair de seu cérebro, notou os olhares discretos entre sua prima e o loiro junto com os rubores do primeiro quando isso acontecia, sem contar seus sorrisos nervosos. Ele praticamente sentiu seu sangue virar lava com essas ações que tentavam passar despercebidas.

--Nee, Lucy-- Ace chamou enquanto caminhavam pela floresta. --O que você está escondendo?-- Ele tentou fazer sua irmã entender.

--O que você quer dizer, Ace?-- Ela olhou para ele surpresa com o que foi dito.

--Lucy, eu te conheço, o bastante pra sabe que tem algo escondido.-- Ele olhou para ela com uma leve carranca.

Ambos pararam para não se desviar do assunto.

--Eu não sei o que você quer dizer.-- Ela inclinou a cabeça em dúvida.

--Vou ser mais direto.-- Ele respirou fundo e deixou o ar sair seco, voltando seu olhar para um completamente sério. --O que você e Marco estão escondendo?-- Sua voz soou mais agressiva do que pretendia.

Os olhos de Lucy se arregalaram com suas palavras, desviando o olhar com um rubor perceptível, forçando Ace a morder a língua para não gritar e correr contra seu nakama.

--Bem... é meio embaraçoso-- ela admitiu, sem ousar olhar para seu familiar.

Realmente, o Portgas teve que se conter para não atacar o primeiro comandante e matá-lo com as próprias mãos.

--Marco... Eu... --começou a D., ainda insegura de olhar para o rosto do irmão. --Já descobri o que é que eu sentia quando estava perto dele-- rematou.

--E? --Não tive paciência para esperar.

--Eu...-- ela hesitou em dizer, então olhando para cima apenas o suficiente para ver o rosto de Ace. --Eu gosto dele-- ela sussurrou alto o suficiente enquanto acariciava nervosamente o braço.

A raiva do moreno era extrema naquele momento, sentindo o calor de seu fogo aumentar agressivamente, obrigando-se a se acalmar para não explodir em chamas ali mesmo no meio.

--Ace? --Seu nervosismo aumentou com o silêncio do D.

Ela olhou um pouco para cima e pôde ver as íris do maior tremeluzir entre o preto e o laranja.

Ela levou uma mão hesitante até a bochecha do garoto sardento, que ao sentir o doce toque de seu familiar foi capaz de respirar fundo e se acalmar, seu olhar voltando ao preto normal.

--Lucy-- sua voz, embora saísse calma, ainda era perceptível que ele ainda estava fazendo um grande esforço para acalmar sua raiva. --Porque? -- Ele estava quase desesperado para saber.

--É meio... complicado.-- Ela respirou fundo para afastar o nervosismo e viu o rosto do homem de cabelos negros novamente. --Meu alicanto foi escolhido pela fênix de Marco para ser sua parceira-- começou a dizer.

--Eh?-- Ele inclinou a cabeça, sem entender.

--Eu sei que é difícil de entender-- ela suspirou antes de continuar. --Quando vi Marco pela primeira vez quando fui procurá-lo, foi como sentir uma conexão única com ele. Não entendi na época, nunca fui boa em romances.-- Ela mordeu o lábio inferior. --Quando eu o vi novamente depois que você me deixou inconsciente.-- Ela franziu a testa com a memória disso, Ace coçando a nuca de vergonha. --Apenas o cheiro dele poderia me acalmar-- ela se concentrou novamente. --Em outro momento quando fui até o Moby e o abracei pela primeira vez foi... Como se tudo ao meu redor desaparecesse. A preocupação sumiu e o tempo voou, foi aí que... - ela olhou para baixo nervosamente. --Eu o beijei, na bochecha-- ela esclareceu ao sentir a intenção assassina de seu irmão. --Foi como se o instinto me dissesse que era a coisa certa a fazer, e eu realmente me sentia assim.-- Ela voltou seu olhar para o homem mais velho. --Depois da guerra e da minha operação, quando o Marco me mostrou o seu fogo para me convencer a ficar, não consegui ficar mais calma, e quando estou perto dele é como se estivesse protegida-- começou a falar emocionada. --Recentemente minha fruta despertou com a ajuda dele -- ela se acalmou e reorientou. --Isso permitiu que eu me comunicasse com o alicanto, ela me explicou o que estava acontecendo comigo e a ligação da fênix com ela, também foi assim que eu admiti que... eu gosto dele --ela respirou fundo antes de deixar lentamente, agora veio o difícil --Ontem à noite, eu... eu o beijei, mas não na bochecha-- ela viu os olhos do D. se arregalarem de medo. --Fiquei muito feliz quando ele me retribuiu.-- Ela fechou os olhos, corando.

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