Capítulo I

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Reino Beaumont, 1552
Século XVI

Eu nasci para viver uma grande história de amor

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Eu nasci para viver uma grande história de amor.

Um amor que seja capaz de revirar e aquecer o meu coração, ao mesmo tempo, como nos clássicos. Um amor que me faça sorrir e flutuar. Que ilumine a minha face enquanto os olhos da pessoa que eu amo resplandecem sobre mim. Que me faça sentir única, como a estrela mais brilhante do céu mesmo estando em volta de todas as outras.

Um amor que, aparentemente, chega a todo mundo menos a mim.

As minhas irmãs conseguiram encontrar. Cecília, desde o primeiro choro, já estava preparada para ser a futura rainha, e ganhou de brinde um grande romance impossível que se tornou possível.

Violetta, mesmo não querendo, ganhou um reino só para ela, e eu? Eu continuo sendo apenas a Arabella, a irmã mais nova que não tem nada.

Quais são exatamente os privilégios de ser uma filha caçula? Ah claro, vamos pontuar alguns dos principais argumentos.

Número 1 e mais usado: ser a mais mimada. Bom, certamente isso é mentira. Papai sempre fora mais próximo de minha irmã mais velha, e mesmo após terem se passado quatro anos de sua morte, eu ainda sinto extremamente a sua falta.

Por outro lado, mamãe sempre foi a minha melhor amiga. É claro que eu era próxima de minhas irmãs, mas de certa forma, Cecília e Violetta passaram tanto tempo de suas vidas brigando que nunca perceberam que não sobrava muito tempo para mim.

Arabella é a princesa sem graça. A garota boazinha que sonhara a vida toda em encontrar seu príncipe encantado e se casar por amor, ao contrário de minhas irmãs. Eu gostava de pensar em mim em terceira pessoa, porque às vezes, olhando a minha vida por fora, eu realmente entendia como tudo era maçante.

Voltando aos privilégios de ser a filha caçula, eu não consegui pensar em mais nenhum, apenas os malefícios, como pegar os restos de minhas irmãs. Os restos incluíam ser a última esperança e a responsável por consertar os erros delas.

— É isso filha, você irá se casar! — diz mamãe, segurando a minha mão e esperando a minha reação.

— É uma brincadeira, não é?. — sorrio sem humor, esperando que ela dissesse que era mentira.

— Querida, Cecília não se casou com o Christian, o que gerou uma enorme revolta no reino. Apolo era apenas um guarda, e mesmo depois de conseguirmos abafar a negatividade do reino em relação a isso, Violetta se casou com o Christian. Tudo foi virado do avesso, e agora todos aqueles antigos grupos revolucionários estão voltando com mais força alegando que Beaumont não possui ordem, e que as princesas são inconsequentes e impulsivas.

— E o que eu tenho a ver com isso? Elas puderam se casar por amor, e eu sou obrigada a me casar para consertar os erros delas?

— Está na hora de você se sacrificar, Arabella, por sua família. Beaumont está com sérios problemas políticos. Cecília e Apolo nunca irão te pedir isso. Nunca irão obrigar que se case, todos aprendemos com Violetta, mas as coisas estão difíceis. Eu sinto muito, querida. Não há nada que eu possa fazer. Se seu pai estivesse aqui... — diz mamãe, enchendo os olhos de lágrimas.

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