A Herdeira da Lua [New Version // SLOW UPDATE]

CAPÍTULO UM

(1° Revisão)

Atenção: Acréscimo de novas falas e ações.

Era um dia chuvoso e nublado. Eu estava sentada em algum canto da sala enquanto me aquecia próximo a saída de ar e ao meu lado, tinha um senhor sentado esperando a oportunidade de iniciar uma conversa legal. Ao ouvi-lo contar uma piada, o som de gargalhadas explodiu pela sala de estar.

Acompanhados de uma caneca cheia de chocolate quente, levávamos uma conversa leve e descontraída.

O homem sentado à minha frente era o meu pai. O homem que sumiu depois do divórcio com minha mãe. O homem que dizia me amar e, eu, sinceramente acreditei e aceitei seu pedido de perdão. Mas é claro que eu não estou pronta para chama-lo de pai novamente. Isso vai levar um tempo e espero que ele tenha paciência.

- Leonardo? - Chamei-o.

Ele se abaixou para pegar um dos cookies que foram posicionados em um prato de porcelana herdado da minha vó pela mamãe e ao ouvir o som da minha voz o chamar, virou-se com delicadeza e respondeu sorrindo:

- Sim?!

- Aceita mais chocolate? - Sugeri enquanto fazia menção a me levantar.

- Obrigado. - Sorriu sincero.

Me levantei e calcei as pantufas que aguardavam pelos meus pés à frente da poltrona. Andei lentamente até a cozinha com os olhos dele à espreita, observando cada movimento meu.

Voltei com um bule cheio de chocolate quente e estendi a sua frente.

- Obrigado, querida.

- Disponha. - Sorri envergonhada.

Fui até a poltrona que estava sentada antes de fazer o chocolate e me enrolei no cobertor azul que ganhei quando ainda era bebê. O cobertor é lindo. Tem diversas estrelas e a lua no centro, mas não é aqueles de desenhos feitos para crianças, é de verdade. O universo está estampado aqui, assim como é.

- Leonardo, o que você vem fazendo nesses últimos anos? - Perguntei curiosa.

- Ah... - suspirou. - Eu tenho trabalhado muito, querida. Não tem sido nada fácil.

Encarei a janela e vi através do vidro transparente a neve caindo ferozmente.

- Ai! Eu odeio a neve. - Gemi irritada.

- Porquê? - Perguntou-me Leonardo.

- Ela sempre foi assim, Leonardo. - Disse mamãe, ao adentrar a sala com mais cookies.

- Já chega, mãe. - Resmunguei ao ver a pilha de biscoitos.

Ela apenas sorriu e ergueu uma sobrancelha me ignorando.

- Isso é tão maravilhoso, meu amor. - Disse o Léo.

- Não tente me convencer de coisas que não gosto. - Minha voz esbanjava irritação.

- Meu amor, tenha paciência. - Disse mamãe ao se sentar no braço da poltrona em que eu estava.

- Tudo bem - rendeu-se. - Mas você vai sentir falta disso. – Ele falou e encarou a janela.

Eu não entendi o motivo dele ter dito essas palavras, então resolvi ignorar, até minha mãe repreendê-lo.

- Leonardo! - Sussurrou e mandou-lhe um olhar de repreensão.

- O quê? Do que vocês estão falando? - Perguntei confusa.

- Filha...

- Mãe, o que tá acontecendo?! - Sussurrei com tristeza.