(1° Revisão)
Atenção: Acréscimo de novas falas e ações.
Ouvi os soluços da minha mãe e o Leonardo, tentando acalma-la.
— Vai ficar tudo bem — Falou.
— Filha... — Insistiu minha mãe, com a sua voz entrecortada pelos soluços.
Não demorou muito para que os soluços ficassem abafados e eu percebi que onde eu ficava, agora era ocupado por um conhecido, desconhecido por mim, que tentava consertar a merda que havia feito. Afinal de contas, a culpa é toda dele.
Me dirigi ao meu banheiro e peguei um roupão limpo no caminho. Entrei no box e comecei a tirar as peças de roupa que estava vestindo e, uma por uma, lancei no cesto de roupas sujas que ficavam abaixo da pia. Liguei o chuveiro e coloquei na água quente, levei algum tempo para relaxar os músculos tensos por conta do frio e comecei a lavar meus cabelos.
Usei meu clássico xampu com aroma de cereja e enxaguei. Coloquei um pouco de hidratação e continuei meu banho enquanto a hidratação agia. Alguns, muitos, minutos depois enxaguei meu cabelo e saí do banheiro vestida com meu roupão. Peguei uma toalha no armário e sequei meus cabelos com paciência. Logo depois peguei um pente e comecei a penteá-los desfazendo os nós das pontas.
Fui até meu guarda-roupas e peguei uma calça leggin preta e uma blusa enorme com mangas longas e estampa xadrez, vesti e calcei uma bota na cor preta que ia até acima de meus joelhos. Peguei uma jaqueta de couro preta e a vesti, arrumando para que ficasse um look despojado. Passei uma base e um batom vermelho que deu um pequeno contraste com minha pele extremamente branca por falta do sol que não aparece aqui em Madison há alguns meses. Mas isso não é um problema. Eu amo o frio.
Abri a porta num rompante e desci as escadas correndo em direção a porta da frente, onde peguei as chaves no meu carro recém adquirido e a minha capa vermelha para chuva.
Coloquei e corri para o meu carro onde rapidamente liguei o aquecedor e o motor, engatei a marcha e segui pela rodovia 151 em direção ao Shopping Center da cidade. Aproximadamente trinta minutos depois, parei no estacionamento do shopping, ativei as travas do carro e fui para a praça de alimentação esperar o Vector, meu namorado.
— Hey, sua louca! — Ouvi alguém gritar e me virei para olhar.
Não esperava, mas uma surpresa estava para acontecer.
O Vector estava com um cartaz enorme onde estava escrito "te amo, marrentinha". Segurei minhas lágrimas, não só por isso, mas porque ele estava com um buquê enorme de flores, mas - graças a Deus - não era um pedido de casamento.
— Amor! — Sussurrei tentando conter as lágrimas.
— Marrentinha!!! — Gritou e meu rosto corou de vergonha.
— Para de gritar, seu débil! — Corri até ele.
— Mas é pra todo mundo saber que eu te amo. — Ele fez biquinho e continuava gritando.
Eu me virei sorrindo constrangida para as pessoas que assistiam alarmadas.
— Tá, tá todo mundo já sabe — segurei seus ombros.
— Eu te amo, minha pequenina — sussurrou em meu ouvido.
— Eu também — sorri.
Ele me entregou o buquê de flores e eu chorei.
— São lindas — sorri.
— Assim como você. — Sussurrou.
Ele se aproximou e sua boca ficou muito perto do meu pescoço. Seu hálito quente me causando arrepios enquanto sua boca deixava alguns beijos ali.
— Eu te amo tanto... — Sussurrei sorrindo.
— Eu também. — Agora ele sorria olhando em meus olhos.
E em uma fração de segundos, sua boca estava colada na minha, desfrutando de um beijo calmo a romântico.
— Você sabe que... dia é hoje? — Perguntou ofegante.
Assenti. A respiração descompassada e os lábios secos.
— Não acredito que você esqueceu. — Ele me encarou com desdém.
— Do que você tá falando? — Perguntei confusa.
Que eu saiba o nosso aniversário de um ano de namoro foi a duas semanas atrás.
— Hoje nós estamos completando um ano e quinze dias juntos, bobinha. — Ele tocou meu nariz com a ponta do dedo indicador.
Um suspiro de alívio escapou de meus lábios e ele riu.
— Ah, achei que estava esquecendo alguma coisa. — Sorri aliviada. Mas uma onda de desconfiança passou pelo meu rosto. — Você não acha isso muito exagerado não?!
Ele sabia que isso não era uma pergunta, mas decidiu responder mesmo assim;
— É claro que não, meu anjo. Isso é apenas para demonstrar meu amor por você.
— Hurrum... sei... — assenti desconfiada.
— Vamos nos sentar. — Me empurrou para a mesa.
— Tá. — Dei de ombros.
— Quer comer? — Perguntou enquanto olhava o cardápio.
— Não, magina. Eu vim aqui apenas para olhar os outros comerem. — Disse com ironia.
— Você às vezes é tão chata... — Resmungou.
— E você é um pela-saco sempre. — Retruquei.
— Caramba, Marianna. O que está acontecendo com você? — Me encarou irritado.
— Problemas — suspirei e ele me encarou incrédulo. — Em casa. — Completei.
— Ah, claro. — Suspirou vencido. — E o que aconteceu mesmo?
— O Leonardo, o doador de esperma, acabou deixando escapar em uma conversa que minha mãe tem uma doença e eu reagi super mal, claro.
— Hmmm... — Ele estava distraído.
Eu ignorei sua reação mal-humorada.
— E eu tenho feito birra. Não acho que seja capaz de voltar a ser o que eu era antes. Eles fizeram um complô para me magoar e não se importaram com meus sentimentos.
— E você não acha que está sendo muito dura? — Agora ele me olhava com seus olhos transbordando seriedade.
— Bom... — Dei de ombros.
— Marianna... minha querida Marianna. Você deveria parar de ser tão idiota e resmungona e ir falar com sua mãe.
— Vector! — O repreendi. — Isso é tão ridículo. A culpa disso é dela. Ela deveria ter me contado, ela me fez uma promessa — Agora minha voz estava alterada, talvez tivesse uma pitada de desdém.
— Você tem que parar de ser infantil, meu amor. Isso não faz bem para você e muito menos para quem está perto de você. — Seus olhos eram intensos, assim como sua voz. — Você acha que é fácil conviver com uma pessoa como você?!
Era uma pergunta retórica, mas eu decidi responder.
— Por que você não olha o meu lado? Tem que olhar sempre o das pessoas que estão perto de mim, mas o meu nunca — minha voz estava irritada.
— E você se preocupa apenas consigo mesma. — Respondeu irritado.
— Olha, por que você não vai cuidar da sua vida? — O encarei com raiva.
— Você que veio me pedir a sua opinião, não foi eu que quis falar por livre e espontânea vontade.
— Olha, quer saber?! Eu vou embora! — Gritei exaltada.
— Vai, mas não esquece que eu estou com a razão. — Alertou-me enquanto eu andava em direção a saída.
— É claro. Como sempre! — Retruquei.
— Tchau, Marianna. — Falou alto o suficiente para que eu ouvisse.
— Tchau seu insuportável! — E saí batendo o pé.
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A Herdeira da Lua [New Version // SLOW UPDATE]
FantasyA Herdeira da Lua Quando uma jovem descobre sua verdadeira identidade ela percebe que talvez seja o fim da sua vida e o único caminho que lhe resta é lutar por tudo aquilo que acredita. Todos os Direitos Reservados √ Plágio é crim...