- Meu santo coelhinho da páscoa! - Gritei. Alguns segundos depois, ouvi batidas na porta e fiquei estática. Ainda é muito cedo, o Leonardo não deveria ter acordado ainda.
- Filha você está bem?
- Sim - respondi com um grito.
Tentei disfarçar o desespero enquanto falava com o meu pai, mas acho que não sou muito boa atriz, porque não consegui conte-lo. E logo em seguida ele pediu para entrar.
- Filha abre a porta - disse com a voz preocupada.
- Não, está tudo bem, é só uma aranha. Consigo me virar. - Falei tentando despista-lo.
- Está bem então. Estarei lá em baixo caso precise de mim.
- Tudo bem, obrigada! - Gritei em resposta.
Depois que ele desceu eu toquei no terrível hematoma que havia ficado em meu pescoço.
- Logo na área mais exposta do meu copo, que droga! - Falei com raiva.
Se não sou idiota por ir na floresta sozinha, não sei o que posso ser. Está muito feio, roxo, inchado e parece que acabei sendo espancada por alguém. Aparecer assim no primeiro dia de aula é o maior erro que eu poderia cometer, apesar que talvez eu possa dizer que foi minha madrasta, mas é melhor deixar para lá, isso é viagem demais. Bom, tem um lado bom nisso, hoje é meu dia de sorte. Está muito frio, o que é perfeito, já que tenho o look ideal; calça jeans escura, uma boina francesa vermelha, um sobretudo preto, uma blusa branca de seda, uma bota preta com alguns detalhes em zíper e fivelas e um cachecol vermelho para disfarçar esse hematoma horroroso.
- Bom, nada mal. - Me olhei com orgulho no espelho e fiquei feliz com o que vi.
Desci para tomar café da manhã, ou tentar. Joguei minha bolsa no sofá e me sentei no balcão esperando minha comida. Folgada? Talvez, mas não me importo. Quem estava lá fazendo o café da manhã era a bruxa da Lohayne, espero que cozinhe bem.
Meu pai desceu as escadas e quando o vi dei um sorriso forçado, só para variar um pouco e tentar fugir de qualquer pergunta que pudesse ser feita. As pessoas gostam de ver sorriso de manhã cedo, embora eu odeie pessoas que são animadas de manhã cedo.
- Bom dia filha, está tudo bem? - Perguntou após dar um beijo no alto da minha cabeça.
- Bom dia Leonardo, está sim! - Sorri de lado.
- Bom dia, amor. - Disse antes de agarrar aquela mulher pela cintura e dar um beijo nela.
Eca!
- Bom dia, meu amor. - Ela sorriu e eu fiquei com vergonha.
- Credo, mais um pouco de romance e colo em vocês um adesivo de perigo para a saúde. - Falei ranzinza.
- Não entendi. - Falou a sonsa.
"Não entendi", imitei com uma voz debochada, na minha cabeça, claro.
- Ah, deixa para lá amor. - Disse o Leonardo e me lançou um olhar de raiva.
Dei um sorriso cínico e peguei uma maçã e me levantei em direção ao sofá para pegar minha mochila.
- Bom, eu preciso ir. Não posso me atrasar para o primeiro dia de aula. - Na verdade eu só queria sair correndo daqui onde tem potes de ouro por todos os cantos da casa.
- Eu te levo! - Disse o Leonardo e correu para pegar a chave do carro no balcão.
Ele se despediu dela com um beijinho e ela me desejou um bom dia. Acho que meu dia não será tão bom assim. Peguei meu sobretudo e saí pela porta da garagem, entramos no carro e seguimos pela estrada de neve em silêncio. Não demorou muito e chegamos na escola. Quando levantei o olhar para sair do carro, me deparei com uma surpresa. E não é que esse lugar tem muitas surpresas?
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A Herdeira da Lua [New Version // SLOW UPDATE]
FantasyA Herdeira da Lua Quando uma jovem descobre sua verdadeira identidade ela percebe que talvez seja o fim da sua vida e o único caminho que lhe resta é lutar por tudo aquilo que acredita. Todos os Direitos Reservados √ Plágio é crim...