8- 𝙹𝚞𝚜𝚝𝚒𝚌𝚎 𝚒𝚜 𝚜𝚕𝚘𝚠 𝚋𝚞𝚝 𝚍𝚘𝚎𝚜 𝚗𝚘𝚝 𝚏𝚊𝚒𝚕

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Era uma droga não ter encontrado o livro que Kurtzman havia lhe confiado.

Por muitas vezes, Robertha cobrava demais de si mesma, e isso era uma coisa que se culparia frequentemente.

Se qualquer coisa desse errado, se fossem varridos da face da Terra, sua consciência daria um jeito de fazê-la se sentir culpada, que pelo menos uma parcela de culpa teria.
Que poderia ter, de alguma forma, ter interferido em algo, mas agora estava tudo perdido.

Era final de semana, dia de encontrar sua amiga no Central Park.

Robertha não era muito social, mas tinha uma amiga de quem gostava de passar o tempo.

As duas se conheceram quando Robertha estava voltando da biblioteca e a encontrou encostada perto das escadas que desciam para o metrô.
Segundo ela, estava tendo uma falta de ar devido à sua doença, sopro no coração.

Robertha tentou ajuda-lá a recuperar o ar, e tentou ser útil para a garota. Foi correspondida de forma rude de início. A garota foi totalmente mal educada e ingrata. Como vingança, Robertha foi o mais irritante que conseguiu ser.

Seguiu a garota de cabelo curto pela rua, falando sem parar.
Quando chegaram ao Central Park, Robertha ofereceu ainda um sorvete à ela, mesmo recebendo respostas curtas e indiferentes.

Robertha, como uma boa curiosa, começou a fazer perguntas para a garota, sobre seus problemas no coração, seu nome, idade..

Demorou para conseguir engatar uma conversa genuína com a menina, mas quando a conseguiu, já estava com 4 dias de insistência.

Desde então, Robertha teve a mais pura certeza de que sorvete poderia resolver tudo.

Por algum motivo, Robertha tinha gostado da garota, algo como se identificasse com ela em algum aspecto, mas que ainda não tivera a oportunidade de descobrir.

Convidou-a para encontrá-la novamente no mesmo lugar, com direito a sorvete. Não esperava que ela apareceria, mas apareceu.

Então começaram aos poucos uma amizade. Uma amizade estranha, onde sabiam poucas coisas uma da outra, mas que a cada dia, se sentiam mais à vontade.

Robertha estava no banco de sempre, tomando seu sorvete de sabor preferido, baunilha, esperando sua amiga meio morena meio platinada chegar.

De longe Robertha reconheceu aquela bizonha mal encarada. Era a única a usar uma jaqueta de couro preta com detalhes de espinhos prateados nos ombros em um calor de 27°graus.

Os Iguais Também Se Atraem¹° • Raphael (TMNT 2012) ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora