Robertha, uma jovem aparentemente comum, com uma audição extraordinariamente aguçada, capaz de detectar até os sons mais sutis. Porém, ao longo de sua vida só tinha experimentado resquícios de sua habilidade, e nem imaginava que esse dom poderia lev...
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•RAPHAEL•
Uma onda de desespero invadiu meus nervos, não era para menos, em meio à todo o caos que aconteceu em algumas horas da noite, tudo se resolveu no final.
Tudo menos uma coisa.
Sr. O'Neil estava de volta à sua forma humana, o Stockboy tinha dado no pé, mas aquela garotinha continuava desacordada. Quando a vi sendo carregada nos braços por Leonardo, fiquei sem reação.
Aliás, a primeira reação foi de jogar tudo no chão e pegá-la em meus braços, mas precisei me manter firme.
Donnie explicou que ela ficou exposta ao mutagênico e apagou. Me dava nos nervos estar com as mãos atadas, sem poder agir de alguma forma.
Levamos ela de volta ao Covil e a colocamos deitada na mesa do laboratório. Donatello não dizia nada, apenas a examinava.
Leo tentava distrair e acalmar Mikey, que estava desesperado porque "a Ro Ro está dormindo mais do que o normal".
Eu estava parado próximo à mesa com os braços cruzados, batendo silenciosamente o pé várias vezes.
-Donnie?- Pergunto, tentando manter a calma. -O que ela tem?
Donatello escutava suas batidas cardíacas com um estetoscópio. -Eu não sei, Raph.- Ele alternava as posições do estetoscópio. -Tenho pensado na estrutura celular dela desde quando ela disse que foi até a Dimensão X e saiu com vida.
-E o que isso quer dizer?- Leo pergunta, com a mão na carapaça de Mikey.
-Eu não sei ao certo, Leo.- Ele tira o estetoscópio. -Não posso afirmar nada.- Depois abre uma gaveta. -Mas de todo jeito vou precisar esperar com quem ela acorde.
-E quanto tempo vai demorar pra ela acordar?- Mikey questiona com timbre desanimado.
-Isso depende dela.- Donnie afirma. -E também, vai depender dela querer saber sobre qualquer coisa anormal que seu corpo possa carregar.
Ótimo, não sabemos de nada e não podemos fazer nada para mudar alguma coisa.
Deixei o laboratório em silêncio, caminhando até a cozinha para beber um pouco d'água. Ao passar pelo saco de pancada, desconto um pouco da irritação com um soco forte, que fez o saco pendurado dar uma volta.
Antes, o que me fazia acalmar os nervos era Spike. De alguma forma, aquela tartaruguinha parecia me entender melhor que qualquer um, e tinha um ótimo papo, mesmo sem falar.
Depois de tudo o que aconteceu e Spike desaparecer, ficou um grande vazio, como se eu tivesse perdido um dos meus irmãos. Apesar do que aconteceu, Spike era e sempre será importante para mim.
