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Aomine tinha reações totalmente contrárias que me deixavam confusa. Primeiro ele me ignorou e agora... porra ele não largava do meu pé. Eu suspirei sentindo ele fazer desenhos nas minhas costas com os dedos no meio da aula. Antes da tutoria fui chamada para ir a diretoria

— Eu pensei que fazer você ensinar Aomine o faria se importar mais com as aulas, mas invés disso os dois estão matando aula juntos — cruzei os braços

— Você queria que as notas dele aumentassem e aumentaram — me defendi. O velho diretor se concentrou nos papéis que tinha nas mãos provavelmente não querendo se estressar logo cedo

— Aomine precisa voltar a treinar ou o tirarei do clube

— Não precisa se preocupar com isso. Ele vai acabar perdendo e vai ter que decidir se volta a treinar ou desiste — falei convencida. Mesmo que ele fosse incrível, não tinha como se manter o melhor sem treinar. Ao abrir a porta da sala vi o garoto encostado na parede me esperando. Ou espionando

— Acha mesmo que eu vou ser derrotado? — perguntou com deboche

— Você vai sim e terá que devolver minha tartaruga — falei andando e ele veio atrás de mim. Olhei para trás sentindo que alguém encarava minha nuca e vi seu olhar cravado em mim — Meu torneio na França está próximo então você vai ter que fazer sua comida

— Hum — resmungou. Ele continuou me encarando e eu levantei uma sobrancelha — Vou perder peso esses dias que você estiver na França —  disse dramático. Eu rolei os olhos

— Você tem que deixar de ser preguiçoso e cozinhar. Pelo menos coma no refeitório, mas não fique comendo só lanches — falei vendo como o suéter creme que ele usava combinava com sua pele. Paramos de frente para uma janela

— Está preocupada comigo? — provocou. Só então percebi o que tinha falado

— Claro, não quero perder minha carona nem ter que cuidar de você de novo — falei com uma resposta na ponta da língua. Ele bufou e se virou para pegar alguma coisa na mochila. Uma brisa apareceu de repente e fez nossos cabelos voarem. Eu vi alguns fios cobrirem o rosto do garoto e em um impulso estendi minha mão para afastá-los, mas parei no último segundo e a recolhi antes que ele percebesse. O que estava fazendo pensei

Quando deu o sinal do almoço eu me virei para chamá-lo, mas o vi dormindo em sua carteira. Todos saíram da sala deixando nós dois lá dentro. Tão quieto dormindo nem parecia que era uma peste. Deitei minha cabeça na mesa dele ficando com o rosto de frente para ele, mas de ponta cabeça. Eu fiquei quieta o olhando e por um momento nenhum outro estímulo tirou meu foco. A luz que entrava pela janela iluminava seu rosto. Eu peguei meus headphones e coloquei em uma playlist aleatória para ver alguma dica do universo do porquê estar tão estranha hoje. Moment - Vierre Cloud começou a tocar. Isso não era um sinal bom pensei sabendo a tradução. Eu me levantei — Aomine — chamei e na mesma hora ele levantou a cabeça como um alarme

— Já está na hora do almoço? — ele perguntou se espreguiçando. Eu fiz que sim com a cabeça e ele se levantou. Eu peguei minha bolsa, mas ele a pegou de mim e a carregou. Eu o olhei surpresa, mas não reclamei

— Vamos almoçar na sala de tutoria hoje. O terraço está sendo limpo — ele então virou o corredor para a sala em questão. Eu tirei sua marmita e entreguei para ele. Abri a janela perto da árvore e me sentei no batente dela esticando minhas pernas já que era uma janela bem grande. Eu fechei os olhos sentindo o pouco dos raios de Sol que passavam pelas folhas da árvore

— Você não vai comer? — ouvi ele dizer. Eu fechei os olhos e relaxei

— Não estou com fome — falei ainda de olhos fechados. Meu corpo estava mole e eu sentia que podia dormir ali mesmo — Vocês tem um jogo importante daqui alguns dias. Devia ir treinar hoje

𝑼𝒎𝒃𝒓𝒆𝒍𝒍𝒂-𝐴𝑜𝑚𝑖𝑛𝑒 𝐷𝑎𝑖𝑘𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora