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Quando a minha semana de descanso acabou, eu agradeci a todos os deuses que lembrava o nome. Não porque queria tanto patinar embora quisesse, mas sim porque não aguentava mais passar o dia todo perto de Aomine. Se ele já era insuportável quando nem tínhamos nos beijado, agora depois do que aconteceu no vestiário ele era uma verdadeira peste. Sempre tentando suas investidas. No início eu tinha me divertido o negando qualquer toque físico, mas agora estava ficando difícil ignorá-lo. Ao mesmo tempo que queria socá-lo também queria voltar para aquele vestiário

— Aí o que tem de tão interessante no chão pra você estar encarando ele a 10 minutos? — perguntou Shinju com sua carranca habitual. Eu sai do meu transe e terminei de amarrar meus patins

— Nada, só estava pensando — falei colocando as travas e me levantando. Ela me olhou desconfiada, mas deixou para lá

— Com os treinos para o torneio eu quase não falei com vocês depois da briga com Emi. Como você está? — ela parou e me olhou horrorizada

— Você está sendo irônica? —eu levantei uma sobrancelha

— Não — o que eu disse de mais? Ela suspirou

— Sim, tô legal — respondeu e nós continuamos andando até o gelo onde tiramos as travas — Mas Emi continua um porre

Nós entramos no gelo e treinamos. Eu treinei algo mais leve por ter ficado uma semana em casa. Quando estava quase na hora de irmos embora vi as meninas saírem do gelo, mas eu continuei até dar o horário. Quando o gelo estava vazio eu me preparei para fazer um quádruplo. Eu saltei e girei perfeitamente, mas na hora da aterrisagem meu pé de apoio virou. Eu senti meu tornozelo torcer e fiz uma careta. A queda no gelo foi inevitável. Eu cai de lado batendo quadril e mãos. Eu olhei para meus pés sem entender. Não lembrava a última vez que tinha caído

Me levantei, mas senti meu tornozelo doer de novo. Eu olhei ao redor pra ver se alguém tinha visto, mas só eu estava ali. Sai do gelo com dificuldade e andei até os vestiários mancando. Me sentei em uma privada e peguei meu pé com as mãos. Quando o virava ele doía, mas não era algo tão gritante. Se colocasse gelo devia melhorar. Tinha que melhorar. As seccionais estavam próximas, não tinha tempo para lesões. Ao chegar em casa eu coloquei meu pé no gelo e passei um creme parecido com o que Momoi tinha me emprestado

— O que aconteceu com suas mãos? — perguntou Aomine no dia seguinte na tutoria. Eu olhei para minhas mãos que repousavam em cima da mesa. Elas tinham alguns ralados que coloquei band-aid e algumas marcas roxas

— Eu cai ontem quando fui fazer um salto — falei encostando minhas costas na cadeira. Aomine estava sentando do meu lado relaxado como sempre

— Eu pensei que você não caia —  ele disse pegando no meu pulso e o virando vendo os hematomas

— Eu também pensei — não devia ter tentado aquele maldito quádruplo sendo que era um dos movimentos mais difíceis da patinação sendo que estava me recuperando. Eu olhei para meu braço sentindo os dedos de Aomine subirem do meu pulso para o antebraço. Afastei meu braço dele e ele riu — Vou arrumar uma garota pra você parar de agir com um gato no cio — falei fechando a cara e ele sorriu se divertindo

— Não precisa arrumar alguém, é só você para de ser cu doce — ele disse se virando de frente para mim e se aproximando. Eu revirei os olhos e me levantei da cadeira me afastando. Ouvi um risinho dele atrás de mim. Andei pela sala indo até uma das estantes de arquivos. Mesmo colocando gelo meu pé continuava doendo o que me fazia ficar preocupada. Eu passei os dedos pelos arquivos vendo pacotes numerados de acordo com os anos. Aomine se levantou vindo na minha direção

— Nem vem — falei vendo seu olhar felino. Ele levantou um braço o encostando ao lado da estante. Eu levantei o olhar até seu rosto — Você me...

𝑼𝒎𝒃𝒓𝒆𝒍𝒍𝒂-𝐴𝑜𝑚𝑖𝑛𝑒 𝐷𝑎𝑖𝑘𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora